𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳

Chapter 124 🦋 Gato

Bárbara Passos

03/07 – Sábado

08:30h

Eu andava calmamente até a portaria do condomínio do meu namorado. Eu estava eufórica. Hoje era seu aniversário e eu estava cheia de coisas nas mãos. Eu e meus amigos, junto com a minha sogra, combinamos de fazer uma festa surpresa para ele hoje à tarde. Eu estava indo agora de manhã para sua casa para esconder algumas coisas necessárias para a festa.

Quando der umas 14:00h, Angélica e Jacob vão almoçar com Victor, mas eu vou fingir estar doente para não ir. Enquanto eles comem e passam o dia no shopping, eu vou arrumar tudo da festa junto com o pessoal, e quando eles chegarem, ele vai ver a festa toda.

Eu estava planejando isso há semanas, meses até. Queria que tudo saísse perfeito em seu aniversário.

Passei na portaria, e logo o porteiro me reconheceu, deixando eu entrar no condomínio. Andei por algumas ruas e logo cheguei na casa dele. Bati duas vezes na porta, porque se eu tocasse a campainha, Victor acordaria.

Logo Angélica abriu a porta, sorrindo e feliz em me ver.

─ Bom dia! – eu disse.

─ Bom dia, querida! – ela respondeu.

A mulher me cumprimentou com um abraço e logo entramos em casa.

─ Deixe essas fitas aqui. – ela disse, me direcionando para um quartinho em baixo da escada.

Guardamos várias coisas e começamos a encher algumas bexigas. Não conseguíamos ter fôlego de encher várias, então ríamos muito. Demorou um pouco, mas conseguimos fazer até alguns arranjos, que eu terminaria mais tarde.

─ Babi, fique aqui, eu vou só regar as plantas e já venho. – ela disse.

Continuei a fazer alguns arranjos, até que escutei minha sogra chamando meu nome, então levantei.

─ Angélica, você... – parei de falar quando trombei com ela.

Seu pote estava cheio de água e caiu inteiro na minha roupa. Olhamos uma para a outra e começamos a rir.

─ Me desculpa, querida! – ela disse.

─ Não tem problema. – eu disse. – Vou pegar um pano para secar o chão.

Peguei o pano, enquanto ela saía para regar as plantas (de novo).

─ Depois, vai no quarto do Victor e pega uma outra shorts e camiseta. – ela disse.

─ Tá bom. – eu respondi.

Terminei de secar o chão, fui no quartinho e escondi os arranjos de balão. Subi as escadas para o quarto do Victor, andando até sua porta e a abrindo devagar. Ele dormia de barriga para baixo, sem camisa. Sorri, vendo como ele era bonito. Fui até seu armário e peguei uma camiseta e um shorts antigo dele, que talvez coubesse em mim. Tirei minha camiseta e meu shorts molhados, os estendi na sacada e depois voltei, colocando a camiseta seca.

Peguei o shorts na mão, para colocar, mas Victor foi mais rápido. Só senti um apertão na minha bunda e dei um gritinho de susto. Olhei para trás e vi ele, rindo como uma criança sapeca, satisfeito com a brincadeira.

─ Bom dia, amor. – ele disse, com aquela voz rouca e sexy. – Que surpresa gostosa, você com a minha camiseta e uma calcinha bem no meu aniversário. Podia fazer isso todas as manhãs, né?

Eu ri, dando um tapinha em seu braço e abraçando seu pescoço. Ele abraçou minha cintura e me levantou do chão.

─ Feliz aniversário, lindo. – eu disse, saindo do abraço e segurando seu rosto, lhe dando um selinho nos lábios. – Eu te amo muito, muito, muito mesmo.

Ele se sentou na cama e eu acabei em seu colo. Ele abraçou minha cintura e eu seu pescoço.

─ Obrigado, anjinho. Eu também te amo muito. – ele disse.

Grudei mais um selinho em seus lábios e ele sorriu, me dando mais um beijo. Incrível como ele sempre transformava selinhos em beijos encorpados e longos. Ele me beijou de novo, de maneira leve, apertando minha cintura, enquanto eu acariciava seu pescoço. Saí do beijo e lhe dei vários selinhos, enquanto ele sorria no meio dos nossos lábios e era uma delícia beija-lo.

─ Deita comigo um pouco? – ele pediu.

─ Deito. – eu disse.

Ele me puxou pra deitar no colchão e eu deitei, enquanto ele abraçava minha cintura e eu fazia carinhos no seu cabelo.

Não demorou muito para que eu pegasse no sono também.

{...}

13:30h

— Não, anjinho. Eu não vou te deixar com cólica e enjoada aqui. – Victor disse.

Eu estava deitada na cama, me fingindo de doente. Fingindo mais ou menos, já que eu estava perto de menstruar e realmente estava com um leve enjoo e uma sútil cólica, mas não era nada que justificasse eu não sair de casa. Tive que fingir estar extremamente debilitada, para que Victor me deixasse aqui, junto com seus amigos, para fazermos a festa surpresa.

Ele pegou o controle do ar condicionado e ligou, resfriando o quarto para que meu enjoo diminuísse.

— Vic, eu não quero que você fique. – eu disse. – Vai se divertir com a sua mãe e o Jacob, poxa, vai ser um momento em família de vocês e eu não quero estragar isso.

— Mas você é minha namorada, eu não vou te deixar aqui sozinha, com cólica. – ele disse, se deitando na cama junto comigo.

Ele abraçou minha cintura e eu não o abracei de volta. Queria que ele fosse embora logo, assim eu teria tempo de arrumar a festa.

— Vic, não! – eu disse.

— Não nada, vou ficar e pronto!

— Mas é seu aniversário! – eu disse. – Vai lá curtir um pouco com eles!

— Eu quero curtir com você também.

— Eu nem vou conseguir comer nada... Faz assim, almoça com eles e quando você chegar, vemos alguma coisa pra fazer juntos, tá bom?

— Não. – ele disse.

A campainha tocou e achei que era Jacob vindo nos buscar. Descemos do quarto e saímos para a sala.

Victor abriu a porta e eu só consegui ver uma figura loira agarrada em seu pescoço.

— Feliz aniversário, gato!