Maratona 1/3
Victor Augusto
21/10 – Segunda-feira
09:30h
Já passou mais de uma semana do dia em que eu fiquei solteiro. Óbvio que não por vontade própria.
Eu estava um caco. Bebia todos os dias. Minha mãe sempre escondia as garrafas, mas não adiantava, pelo menos um copo de alguma coisa eu estava tomando todo o dia.
Eu até tentei ligar para a Bárbara, conversar, mas nada adiantou. Na verdade, era raro eu vê-la pela escola. E toda a vez que eu via, ela tirava meu fôlego.
Foi totalmente erro meu? Sim, foi. Eu deveria ter dado mais atenção para ela? Deveria.
Só que eu não conseguia, olhar para ela era olhar para Lizzie, olhar para um problema sem solução e que eu nem podia dividir.
Minha situação não estava fácil. E eu ainda teria que tomar uma decisão sobre contar ou não para os pais da Bárbara e arranjar coragem para assumir tudo o que eu estava fazendo.
Até que eu acordei hoje de manhã, senti o sol batendo na minha pele, olhei para o meu quarto, comecei a pensar e percebi que precisava fazer aquilo. Eu precisava falar com os meus ex-sogros.
E agora eu estava na escola, pensando na merda que poderia dar. Eu não queria compartilhar aquilo com mais ninguém, mas era necessário. Eu fui burro de pensar que conseguiria trazer a minha ex-cunhada de volta sem envolver os pais dela. Ela é só uma criança e qualquer coisa que envolva ela perante a lei, ela vai ser representada pelos pais. Eu fui burro de não pensar nisso.
Meu maior medo era Bárbara. Com certeza eles contariam. Ou talvez não. Talvez se eu implorasse, eles entenderiam meu ponto e não contariam para ela.
Ela poderia me odiar ainda mais do que já me odeia.
Lembrar daquilo me fazia querer chorar por horas. Toda a vez que demos um tempo, ela nunca me deu a sua aliança de volta e o fato de ela ter me devolvido, me assustava. Aquilo significava que ela não estava pensando em retornar a ter contato comigo.
Eu deveria ter imaginado que ela queria terminar, que ela estava sofrendo... Me entregou minhas roupas, o anel... Todas as míseras coisas relacionadas a mim que ela tinha. Eu deveria ter imaginado.
Mas eu não imaginei. Estava com tantos pensamentos e problemas que eu não conseguia imaginar o término. Por mais que eu estivesse tratando ela mal, ela ainda era meu ponto de paz e minha base, a base da minha força.
E era uma merda não ter mais aquilo. Não poder nem mais vê-la de relance, olhar nos seus olhos cor de café e tentar transmitir por um simples olhar que eu sentia saudade dela.
Ela com certeza não me ama mais. A única coisa que deixei para ela foi dor. E me culparia por aquilo pelo resto da vida.
Eu tratava ela mal, mas não porque queria. Era porque ela me olhava com tanta mágoa, que eu ficava nervoso ao lembrar que estava escondendo algo grande dela e relacionado a ela, então eu descarregava a raiva de mim mesmo.
Eu fui um babaca. Me senti como no começo do 2º ano, onde eu ainda não tinha mudado.
Ela me mudou. Eu só virei um namorado carinhoso e respeitoso por causa dela. Ela me dava vontade de ser daquele jeito.
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𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳
Roman d'amour𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 ▬☁ 𝖿𝖺𝗇𝖿𝗂𝖼𝗍𝗂𝗈𝗇 𝖻𝖺𝖻𝗂𝖼𝗍𝗈𝗋. 𝗗𝗿𝗮𝘄𝗶𝗻𝗴 𝘁𝗵𝗲 𝘄𝗼𝗿𝘀𝘁 𝗼𝗳 𝗺𝗲 ✍️ ⨳▬ 𝐒𝐘𝐍𝐎𝐏𝐒𝐈𝐒 ▬⨳ 𝐎𝐍𝐃𝐄, Victor Augusto, não era o tipo de pessoa que curtia um romance cli...
