Capítulo 4 - Onde os Mortos Dançam - Parte 1

176 9 6
                                    


Pacifica encontrava-se em pé diante de um cenário deslumbrante, um local repleto de flores vibrantes e cores vivas. No entanto, a perplexidade a dominava, uma vez que não conseguia compreender por que estava ali. Há apenas alguns instantes, ela compartilhava uma sala com Gideon, mas agora estava imersa nesse lugar misterioso.

— Alô! — Gritou a menina, sua voz ecoando pelo ambiente.

Apesar do chamado, nenhum eco de resposta reverberou. Ela aparentava estar sozinha, isolada em meio àquela beleza inexplorada. Com um misto de curiosidade e incerteza, Pacifica decidiu seguir em frente, avançando em linha reta já que não havia pontos de referência ou vento para direcioná-la.

Após alguns minutos de caminhada, ela percebeu murmúrios de tristeza, um som distante e angustiante. A jovem hesitou por um momento, ponderando o que fazer. Uma voz interior a advertiu sobre possíveis perigos, mas sua determinação a impeliu a seguir na direção dos sons.

— Ok, Pacifica. Pode ser um fantasma ou até mesmo um monstro... mas se eu não verificar, posso ficar presa aqui... droga, tenho certeza de que vou me arrepender — Murmurou Pacifica para si mesma, num misto de resolução e ansiedade.

Ela inspirou profundamente e seguiu na direção dos murmúrios. À medida que se aproximou, deparou-se com uma esfera azul suspensa no ar, correntes envolvendo-a como se estivessem aprisionando algo em seu interior. Fascinada e intrigada, Pacifica se aproximou, perdendo momentaneamente a cautela.

Entretanto, a esfera reagiu à sua presença, agitando-se de forma frenética, como se respondesse à sua chegada. Um grito estridente ecoou, clamando por ajuda de dentro da esfera. Ao ouvir o grito, o chão sob ela começou a ficar instável e fofo, como se fosse areia movediça. A terra começou a puxar Pacifica para dentro, e ela entrou em pânico, debatendo-se para tentar escapar. No entanto, sua luta foi em vão, pois ela continuava a afundar cada vez mais. Só sua cabeça permaneceu fora da superfície, e o solo pareceu parar de puxá-la. Ela fechou os olhos, sentindo-se impotente.

Entretanto, uma sensação estranha tomou conta dela. A sensação de ser puxada desapareceu, substituída por algo que a segurou. Abrindo os olhos, Pacifica encontrou Gideon ajoelhado ao seu lado, abraçando-a e a impedindo de afundar ainda mais. Confusa, sem entender o que estava acontecendo, até que direcionou o olhar para a frente e percebeu o fantasma prestes a atacar Gideon por trás.

— Gideon?! — Gritou a menina ao ver o fantasma avançando.

Por instinto, Pacifica fechou os olhos e se encolheu, preparando-se para o golpe iminente. No entanto, um estrondo ecoou pela área, fazendo com que os dois apertassem os olhos. O medo de Pacifica a impediu de abrir os olhos por um momento, mas finalmente ela reuniu coragem e os abriu para verificar a situação. Para sua perplexidade, onde a fantasma estava prestes a atacar, agora só existia uma pilha de vazio, como se o espectro nunca tivesse existido.

— Uau... — murmurou Pacifica, de boca aberta e olhos arregalados, incapaz de processar o que vê.

— O que aconteceu? — perguntou Gideon, ainda de olhos fechados e confuso.

— Acho que você precisa ver com seus próprios olhos — respondeu Pacifica, maravilhada com o desaparecimento do fantasma.

Com hesitação, Gideon abriu os olhos, esperando ver algo terrível, mas para sua surpresa, eles pareciam estar bem.

— Espera, estamos... vivos? — disse Gideon, perplexo e soltando Pacifica.

Ele olhou para trás e viu que o fantasma não estava mais lá. Ele tinha praticamente aceitado seu destino, então a sobrevivência era inesperada.

Reverse Falls: O Fim do EspetáculoOnde histórias criam vida. Descubra agora