Capítulo 14 - Problema Jurássico - Parte 2

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— Bom, vamos continuar a história? — falou Pacifica com uma cara feliz como se estivesse aliviada.

— Finalmente! Vamos continuar logo, tô ansiosão para saber o resto!

— Gosto de ver sua empolgação, pequeno gafanhoto! Tudo bem, vou fazer sua vontade, continuando:



Depois do impacto que atingiu Pacifica, ela começou a recobrar a consciência de forma confusa. Seus olhos pareciam pesar toneladas, e ela teve que lutar um pouco para abri-los. Enquanto sua mente lentamente voltava à realidade, percebeu que estava aprisionada em algum tipo de cela ou masmorra. Era um espaço amplo, com algumas pessoas acorrentadas e outras vagando soltas. Um cheiro insuportável de decomposição impregnava o ambiente, provocando náuseas em Pacifica. Enquanto tentava se recuperar, ela foi acometida por uma forte dor de cabeça na nuca. Instintivamente, levou a mão até o local da dor, sentindo uma agonia lancinante. Quando retirou a mão, deparou-se com uma quantidade significativa de sangue, resultado provável do golpe que havia sofrido anteriormente.

Com dificuldade, Pacifica iniciou o processo de levantar-se, sua fraqueza persistente se misturando com a dor em sua cabeça. Entretanto, ao examinar mais atentamente as pessoas naquela cela, ela foi surpreendida por uma visão aterradora: o estado delas era deplorável. Muitos mal conseguiam permanecer de pé, exibindo manchas negras por todo o corpo, feridas que transbordavam sangue e pus. Aqueles que não estavam prostrados vagavam sem rumo, incapazes de parar de se mover devido à intensidade da dor que enfrentavam.

Pacifica estava horrorizada com aquela cena, conseguindo enxergar o desespero e a melancolia estampados nos rostos de todos ali. Pareciam ter perdido a vontade de continuar vivendo, como se a própria morte estivesse estampada no rosto de todos ali.

Foi então que Pacifica compreendeu a origem do odor insuportável que sentia. A cela estava imunda, com urina e fezes espalhadas por toda parte, como se não fosse limpa há dias. Com até alguns ratos e baratas passando por entre as pessoas.

A garota ficou completamente horrorizada com toda aquela cena. Com toda a certeza, tudo isso só significava uma coisa: todas aquelas pessoas estavam infectadas com a peste bubônica. Pelo nível de manchas e machucados, já estava em um nível muito avançado. Pacifica viu um homem perto dela tossindo muito, como se ele estivesse prestes a morrer pela intensidade. A garota não conseguiu somente ficar parada ali olhando.

— O senhor tá bem? — peguntou a menina chegando perto do homem.

Contudo antes de chegar mais próximo ela foi interrompida por uma voz feminina.

— Saia de perto desse bubão!

Pacifica olhou para ver quem era, e notou que se tratava de um médico da peste.

— O padre solicitou sua presença.

— Vocês estão deixando as pessoas aqui para morrer! Isso é desumano!

— Venha logo, ou te arrastarei daí.

Pacifica, ainda com um pouco de hesitação, se levantou e começou a se dirigir até a médica. Enquanto atravessava os enfermos, sentiu a melancolia que permeava o ambiente. A tristeza da situação a afetou profundamente. Ela não conseguiu evitar de abaixar sua cabeça e evitar o contato visual com as pessoas ali presas. A médica a empurrou com impaciência para que ela se apressasse.

Ao sair da cela, Pacifica percebeu que estava em uma grande igreja. Os quadros nas paredes retratam imagens divinas de Deus e outros santos do catolicismo. A médica a conduziu até uma grande porta de madeira, que se abria à medida que elas se aproximavam. Uma figura as esperava em um tipo de altar: um padre com uma manta branca. Ele sorriu e estendeu os braços em sua direção.

Reverse Falls: O Fim do EspetáculoOnde histórias criam vida. Descubra agora