Capítulo 27 - Traumas e Perdas - Parte 2

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Robbie e Wendy estavam no bar, trabalhando como de costume. Aquele dia, em particular, estava sendo bem movimentado, e eles não pararam um segundo sequer. Era um pouco estranho toda aquela movimentação, pois toda a cidade já sabia do incidente com o Gideon. As pessoas estavam com medo de sair de casa e se deparar com os ornitorrincos gigantes que, segundo os policiais, haviam atacado o garoto. Por isso, foi um pouco surpreendente ver tanto movimento no bar; eles pensaram que as pessoas evitariam sair. Claro que não estavam reclamando, toda aquela movimentação gerava bastante dinheiro para eles. Os namorados tinham planos de visitar Gideon no hospital, mas, infelizmente, não conseguiram arrumar tempo naquele dia. Ficaram particularmente felizes ao saber que o garoto havia acordado. As pessoas que passavam pelo bar sempre traziam as fofocas da cidade, tornando-os duas das pessoas mais bem informadas na cidade.

Assim que finalmente terminaram o expediente, notaram que estava muito tarde, talvez o mais tarde que já haviam terminado. Os dois guardaram todas as cadeiras e mesas e fecharam o bar. Em seguida, foram até uma pequena escada nos fundos e subiram até o teto do edifício. Eles sempre tinham o costume de, ao fechar o bar, ir até lá em cima, deitar por cerca de trinta minutos e conversar enquanto olhavam para o céu. Como foi um dia estressante, Wendy se deu ao luxo de pegar algumas latinhas de cerveja para beber enquanto conversavam. Normalmente, ela bebia tudo, pois Robbie não gostava do gosto, bebendo apenas em ocasiões especiais ou quando Wendy o obrigava. Enquanto conversavam sobre várias coisas, o assunto acabou chegando em Gideon.

- Como será que aquele idiota, tá? - perguntou Wendy enquanto virava uma latinha.

- Não sei, mas deve estar bem. Lembra do que o Sr. Pier falou? A Pacifica ficou todos os dias cuidando dele.

- Não sei não, eu não confio naquela garota.

- Não confia?

- É claro que não! A primeira vez que a vimos ela destruiu nosso bar completamente, o que acha que vou pensar dela? Ela tem muita sorte que você é coração mole, se dependesse de mim ela teria pago todo o estrago de causou.

- Para de ser ranzinza, amor. Você fala como se não fizéssemos essas coisas quando éramos mais jovens.

- Fazíamos? Minhas únicas lembranças era você caindo em algum buraco e eu tendo que te tirar de lá.

- Exatamente, não era divertido? Admita, você gostou um pouco daquela menina. Eu te conheço, se você realmente a odiasse como fala, com toda certeza nem olharia na cara dela.

- E quem disse que eu olho?

- Você. Ficou até junto com ela quando a memória dela foi apagada.

- Eu estou tentando me esquecer desse incidente - Wendy colocou a mão no rosto e bebeu outra latinha - Você acredita que ela tentou me dar uma espadada?! Em primeiro lugar, como ela arrumou aquela espada? Eu e o pai dela só tiramos os olhos dela por um segundo e ela já estava com aquilo.

- Haha, eu adoraria estar lá naquele dia, deve ter sido uma experiência divertida.

- Eca, eu prefiro ficar longe de ser partida no meio por uma maluca achando que é cavaleira.

- Eu gosto dela, quando me encontrei com ela na feira foi divertido, ela passava uma sensação boa, como se fosse uma pessoa legal de ser amigo.

- É claro que você gosta dela! Vocês são extremamente parecidos, devem ter sido trocados no berço quando nasceram.

- Se eu não fosse um pouco mais velha que ela, eu acreditaria nessa teoria. E realmente somos bem parecidos, deve ser por isso que você gosta dela.

- Hum? Quem disse que eu gosto de você?

Reverse Falls: O Fim do EspetáculoOnde histórias criam vida. Descubra agora