Capítulo 8 - Olá, Dona Morte - Parte 3

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 — Bom, eu já perdi minha paciência, criança — Parca moveu sua foice. — Se seu desejo é morrer com ele, eu farei sua vontade.

O monstro investiu contra Pacifica e Dipper com sua foice. Pacifica estava plenamente ciente de que, se aquela lâmina a atingisse, sua história chegaria a um fim abrupto. Num último momento de desespero, a jovem soltou um grito estridente:

— EU QUERO FAZER UM CONTRATO COM VOCÊ!

Aquele grito deixou a ceifadora curiosa. O ataque havia quase acertado a menina; a foice chegou a encostar no rosto dela, porém a Parca cessou seu ataque antes que fosse fatal.

— Um contrato? Que interessante, conte-me mais — disse Parca curiosa.

— Sim! O que você quer para deixar eu e o Dipper sairmos vivos daqui?! — questionou Pacifica com uma cara de determinação olhando para o monstro.

— Gosto do seu olhar menina, são olhos de uma pessoa que poderia perder tudo pelo seu único objetivo.

— Eu não pretendo perder nada! Vamos, você não vai me responder?

— Hehe, por que a pressa, minha criança? — Parca perguntou afastando a lâmina de perto do rosto da menina — Que tal nós jogarmos um jogo?

— Um jogo?

— Isso! Se você conseguir me vencer eu deixo você e o menino viverem. Mas se eu ganhar...

— Entendo — Pacifica bufou e colocou a mão na cabeça — Cara, eu com certeza tô entrando em uma furada... Ok vam-

Antes de completar ela é interrompida por Dipper.

— E-espera! Você n-não pode aceitar — advertiu Dipper com uma grande dificuldade.

Pacifica deu um pulo para frente e olhou para o menino com uma cara desconfiada, como de quem acabou de levar um susto.

— Meu Deus, garoto! Você me assustou, achei que tu já tava no bico do corvo — reclamou Pacifica colocando a mão no peito e respirando rápido.

— E-ela vai te e-enganar, é impossível vencer os j-jogos dela.

— Bom, se ela não aceitar o meu contrato, os dois vão morrer aqui de qualquer jeito. Eu ainda estou lhes dando uma chance de lutar por suas vidas patéticas.

— Ela tá certa, Dipper, eu vou fazer o máximo para conseguir tirar nós dois daqui! — Pacifica volta-se para a Parca e a olha cheia de determinação. — Eu aceito, monstrenga.

Assim que Pacifica proferiu essas palavras, Parca soltou uma gargalhada estrondosa e bateu sua foice no chão. Diante dos olhos de Pacifica, o cenário mudou mais uma vez. A floresta anterior já não existia, e o ambiente se transformou completamente. Pacifica observou com curiosidade o novo cenário que se moldou à sua frente. Agora, tudo estava branco, em contraste com o cenário anterior, que era predominantemente negro. Ela se sentiu confusa e olhou ao redor em busca de pistas ou referências. Ao olhar para trás, deparou-se com uma mesa com duas cadeiras posicionadas em direções opostas. Parca se encontrava sentada em uma dessas cadeiras. Sobre a mesa, havia um tabuleiro de jogo peculiar, representando uma masmorra em miniatura.

Pacífica não é muito familiarizada com esse tipo de jogo, mas quando bateu os olhos ela reconheceu como algo que ela já viu na terra.

— Espera, esse é o jogo que você tinha falado? — perguntou Pacifica olhando para o tabuleiro em cima da mesa com uma cara de desdém.

— Claro, eu adoro esse jogo!

— Puff, que coisa de nerd — a menina debochou olhando para a cara da Parca.

Reverse Falls: O Fim do EspetáculoOnde histórias criam vida. Descubra agora