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ÂNGELO VITELLO

Terminando de espreguiçar meu corpo no colchão, abri meus olhos. Suspirei e dei um sorriso ao ver que tudo o que vivi até aquele momento, não foi um sonho. Olhei na direção da janela a poucos centímetros da cama, e pelo vidro, vi que ainda amanhecia.

Encarei cada um que dormia e ri silenciosamente ao ver que meu tio parecia um cadáver dormindo, Valentina estava embrulhada da cabeça aos pés e meu primo com o braço esquerdo e perna esquerda do lado de fora da cama, a um passo de cair.

Balancei minha cabeça e retirei o tecido por cima de minhas pernas, desci da pequena escada da beliche indo em direção ao banheiro. Fechei a porta atrás de mim e me aproximei do lavabo, o espaço era bem simples e não tinha muitas coisas, apenas uma pia, chuveiro, privada, armário preso na parede e uma estante com toalhas e outros materiais de higiene pessoal. Antes que eu pudesse fazer mais alguma coisa, orei.

Vestindo minha blusa esverdeada e calça branca, calcei em seguida meus sapatos, eu não estava me importando em acordar cedo — tinha se tornado um costume.

Fui em direção ao quarto de Benjamin, abri a porta e vi que a cama do menino estava vazia. Mariana, Benício e Oliver dormiam tranquilamente.

Jasmine não havia me chamado para ajudá-la pela manhã, dei um estalo com a língua fechando o umbral.

Desci as escadas, e antes que eu pudesse pensar mais alguma coisa, o cheiro de café invadiu meu nariz. Sorri, e indo em direção à cozinha, não deixei que esse sumisse.

— Bom dia... — desejei assim que vi a mulher de cabelos castanhos próximo da pia coando o café.

Jasmine vestia um lindo vestido, da mesma cor que minha camisa e tinha seu cabelo preso em um rabo de cavalo.

A mesa estava cheia, e por cima de cada alimento, um tecido longo e branco os cobria.

Naquele instante, me vi amar a simplicidade.

— Ah, bom dia! — o rosto de Jasmine eu resplandeceu assim que me viu. Me aproximei, me pondo à sua esquerda — Dormiu bem?

— Dormi sim... — olhei seu rosto — Só não acordei muito satisfeito — cruzei meus braços. Ela me olhou — Eu lhe disse para me chamar quando precisasse. E olha, já amanheceu e sequer bateu na porta do quarto para me chamar.

— Você sabe, Ângelo. Eu não queria acordar ninguém, vocês estão bem cansados, principalmente eles.

— Eu sei, mas, entrasse ao menos com cuidado para não fazer barulho e me chamar.

Deu de ombros e seguiu seu afazer, fechou a xícara assim que pôs o líquido escuro e doce o levando em seguida, para a mesa. Lavou tudo o que utilizou não deixando de retirar a borra do café que ficou no coador. Tudo em silêncio.

— É isso, vai ficar sem falar comigo? — perguntou, quando estávamos próximos à mesa.

— Eu? — perguntou, sarcástica.

— Quem mais seria?

A olhei, apaixonado.

— Hum. Pensei que foi você que estava com raiva.

— Você sabe que isso não aconteceria tão rápido assim.

Sorriu, e se aproximou.

— Só acredito se me der um beijinho, se não está com raiva de mim — disse.

— Seriam infinitos — lhe dei um beijo e preenchi seu rosto com selinhos até que sua gargalhada soasse — Eu te amo muito.

— Eu, mais ainda — pôs as mãos sobre meus ombros — Espero que esse amor continue firme e cresça mais ainda assim que estivermos casados e velhinhos.

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora