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PATRICK VITELLO

Dei minha mão para a mulher ao meu lado, selando nossos dedos. Pela tensão que vi em seu rosto, ela precisava respirar pelo menos um pouco, ou teria um treco a qualquer momento.

— Não devia ficar tão ansiosa, vai dá tudo certo...

Suspirou.

— É um pouco difícil não estar, daqui alguns minutos já vou ter que me aprontar... Então...

Parei em sua frente, pus uma mecha do seu cabelo para trás focando minha atenção em sua beleza.

— Eu acredito em você. Você merece cada aplauso que terá. Tudo. Por que ainda está insegura?

Seus olhos foram longe. Ela suspirou novamente.

— É. Você tem razão — acariciou meu rosto — Obrigado por ter entrado na minha vida. De verdade.

— Digo o mesmo...

— Mas, me desculpe por ter que fazer você passar por, um certo transtorno... — pelos seus olhos, pude entender o que quis dizer.

— Nada de pensar assim!. Não é nenhum transtorno para mim e, eu não me importo de viver isso. Se for para poder te-la, eu o farei — confessei.

Naquele instante nossos olhos se encontraram com a mesma intensidade, nossos corações gritavam às mesmas palavras. Lhe dei um beijo na testa e a envolvi num abraço, sem dizer mais nada peguei em sua mão novamente, prosseguimos os minutos seguintes caminhando em direção a área da piscina. O jardim era ótimo para espairecer.

— Margarida! Margarida! — minha filha veio correndo em nossa direção.

— O que foi meu bem? — questionou a mulher.

— A Jasmine e a tia Nora está te chamando!

Ela me olhou e deu um pequeno sorriso, soltou minha mão e me deu um beijo na bochecha como despedida.

— Vamos... — chamou a menininha que sorria alegremente. Elas foram juntas enquanto eu prossegui para a pequena cozinha. Abri a geladeira já com um copo na mão, peguei uma jarra e a preenchi com água, tomei um gole e assim que me virei, papai me fitou.

— O que é?! — indaguei, levemente irritado.

— Procure se arrumar logo.

Revirei meus olhos e com o copo seco, o pus na pia lavando-o logo em seguida.

— O senhor também — rebati.

O homem se sentou na cadeira do outro lado do balcão com os braços encima do mesmo.

— Ai, ai... — suspirou, despreocupado — Já escolheu sua roupa?

— Já. E o senhor?

— Ainda não, estou ainda entre o termo azul marinho e o cinza.

— Só tem terno também... — murmurei.

— Mas eu nem estou usando ternos mais...

Isso era uma pequena verdade, meu pai havia mudado seu estilo um pouco. Vestia roupas bem mais leves para dentro de casa e passeio — mas quase não aparecia com sua velha e boa camisa social de botões, a não ser nos dias de trabalho e reuniões.

— Bom... — pigarreei — Você sabe onde é o local?

— Tenho que perguntar à Margarida, ainda...

— Eu acho que vai ser o mesmo salão que foi a minha formatura.

— Talvez... Mas ainda tem a entrega do canudo, jogar aquele chapéu...

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora