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ÂNGELO VITELLO

Vê-la sobre a maca, desacordada e sendo ajudada pelo oxigênio para respirar, cortou silenciosamente meu coração.

Minha mão sobre seus dedos frios procuravam refúgio em sua pele, ao mesmo tempo, querendo fornecer proteção.

Jasmine acabou tendo uma queda de pressão assim que acordou do pesadelo terrível. Eu não contava que seria tão sério e ela viesse a ficar desacordada por tanto tempo. No relógio do quarto já marcava duas horas da manhã, ou seja, havia cinco horas em que ela estava desacordada...

— Meu amor... — beijei sua testa — Fique bem longo. Eu te amo tanto...

Por quê aquilo foi acontecer logo naquele tempo? Tão perto da nossa união?

— Não me deixe... — supliquei.

Abaixei minha cabeça escondendo minhas lágrimas, eu não tinha vergonha mais de chorar. Eu não tinha vergonha que através das minhas lágrimas, a minha dor e preocupação por aquela que eu mais amava se encontrasse nessa situação.

Bateram à porta e me movi para o lado para ver quem era. Era a enfermeira, pelo seu sorriso doce e expressões me senti bem mais confortável.

— Como ela está? — perguntou.

— Ainda na mesma...

A mulher se pôs ao meu lado.

— Logo logo o efeito da anestesia vai passar, foi preciso pô-la já que vimos o que o coração de sua noiva estava agitado.

A olhei, intrigado.

— É, senhor Ângelo. Me contaram que vocês são noivos. Creio que a ansiedade protagonizou o desmaio dela. Muitas emoções acarretam esses tipos de acontecimentos.

— Mas ela irá melhorar, não irá?

— É claro que sim, pode ficar tranquilo. Mas peço que se caso ela acorde, e eu ou qualquer profissional não esteja aqui, e você ou alguém da sua família esteja, peço que haja com tranquilidade. Muitas informações e pressão não será nada bom...

— Claro, claro... Mas eu posso ficar aqui?

— Mas é claro! Sua presença é essencial. Sou convicta disso depois que eu soube o quão Jasmine melhorou ao sentir que você estava por perto.

Sorri aliviado.

— Eu a amo...

— Eu vejo isso — disse a mulher — Bom, qualquer coisa aperte nesse botão. Principalmente quando ela acordar, como esse é meu turno e estarei aqui por boas horas, estarei disponível.

— Muito obrigada, enfermeira!

Ela assentiu e nos deixou, puxei uma cadeira e me sentei ao lado de Jasmine.

— Eu te amo tanto, tanto... — afirmei à ela.

Isso era a mais pura verdade. Jasmine era uma das razões que me faz querer viver. O seu amor era a minha luz.

— Eu também te amo — sua voz fina me fez entrar em total alerta.

— Jasmine?

Olhei para seus olhos inundados por lágrimas.

— Meu amor... — murmurou

As sobrancelhas escuras se uniram e os lábios tremeram, meu coração tremeu, e sem que eu pudesse me conter, voltei a chorar. Sua mão fraca e gélida alçou meu rosto, às lágrimas escorreram dos cantos de seus olhos assim como os meus. Beijei seus lábios com todo o amor que eu pude sentir naquele momento, o medo de perdê-la, o medo dos nossos sonhos não serem realizados...

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora