A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO III

45

ARIANNA FRANCONI

A manhã daquele dia foi a melhor que eu pude ter em toda em minha vida, depois de muito tempo de espera e por um milagre meu meio irmão conseguiu sair da cadeia. Consegui enganar Franconi dizendo que eu iria conhecer uma das minhas amigas do exterior que queria me encontrar, pedir conselhos de moda e até um convite para desfile, ele apenas colaborou e me presenteou com uma boa quantidade de dinheiro. Essa simples brecha foi o suficiente para que tudo caminhasse da forma planejada. Obviamente tive de sair de Percy e ir atrás dele, em nenhum momento tive receio já que eu sabia que tudo daria certo, havia pessoas do nosso lado...

— Gostando da estadia? — o perguntei asssim que escutei a porta do banheiro do quarto do minúsculo, da pousada, ser fechada.

Por minha cautela, decidi que quando Aaron fosse solto, não iríamos diretamente à Nova York e de lá para aquele fim de mundo.

Iríamos sair daqui e com cuidado tomando precauções iríamos para Nova York, de lá iríamos para Percy resolver o que era necessário.

— Aquela prisão parecia ser bem mais acolhedora do que esse moquifo — retrucou esfregando a toalha em sua nuca. Mesmo sendo um lugar quase minúsculo, o quarto não era tão apertado, havia espaço para sofá, cama, televisão, uma pequena estante e um pequeno banheiro.

— Foi o melhor que eu consegui para termos total discrição!

— Se esse melhor, imagina o pior...

— Está tão negativo ultimamente, deveria relaxar, sabia?

— Relaxar — bufou.

Sua calça jeans gasta, e sua blusa branca o deu uma aparência estranha...

— É. Você não está mais atrás das grades.

Mascou as gomas do pote de vidro acima da estante no canto com desdém em seu olhar, na minha direção.

— Eu tenho algumas perguntas...

— Faça, ainda dá tempo.

— Bom. Samira ela colaborou e muito, não é?

— E muito! Ela sequer me contou à respeito do dinheiro e muito menos que ele estava relacionado mais a você...

— Ela foi mais esperta do que eu.

— Do que nós, ela colaborou e tanto...

— É. Foi o suficiente, juntando com mais um pouco do meu dinheiro pagar a sua liberdade...

— E pensando nisso, Arianna. Samira está sendo alguém bem prestativa...

Franzi o cenho quando levantou meus calcanhares os pondo para o canto do sofá e tomando o espaço deles, se sentou.

— Mas isso não muda que ela não é nada além, do que uma ajudadora — o analisei — Não me diga que está querendo a colocar em meio a nossos planos, só porque ela ajudou a pagar um pouco da sua fiança, Aaron...

— Pouco?

— Sim.

— Se eu quisesse, qual seria o problema? Samira é inteligente e ela sabe cuidar da sua filha, não só dela, mas também dos nossos negócios.

— Humrum.

— E, sendo assim, eu não consigo tirar da minha cabeça a probabilidade do que ela sentir por mim vá além de admiração.

Quase me engasguei com o suco em minha garganta.

— Espera aí, Aaron... Você está tentando me dizer que acha que, Samira, sente alguma coisa por você?