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JASMINE VITELLO

Eu não havia pensado que um dia viria a acontecer comigo, mas aconteceu.

Os melhores meses da minha vida, me abrigaram, e foram bem recebidos por mim. Eu e meu marido pudemos conhecer novos lugares, juntinhos...

Nossa primeira viagem fomos para Paris. A segunda, para as Maldivas. A terceira para a Inglaterra. A quarta, para a Espanha e a quinta, o Brasil.

Estávamos aproveitando nossos últimos dias no país tropical antes de voltarmos para Percy, e para nossa família.

Carregar o sobrenome Vitello era estranho e reconfortante ao mesmo tempo. Isso era mais uma confirmação de que eu e Ângelo estávamos unidos, e ao mesmo tempo, que eu não estava mais sozinha e estava atrelada para sempre aos Vitello — a família que ganhei.

Pensando nele, sua presença pouco me surpreendeu quando lábios doces alcançaram minha bochecha, e em seguida, os meus lábios.

— Bom dia!

Ele se sentou em minha frente, próximo a pequena mesa de madeira da varanda do hotel em Copacabana.

— Dormiu bem?

— Melhor impossível...

Ele sorriu com minha resposta. Ângelo, assim como eu, trajava roupas leves naquela manhã. Sua bermuda creme, blusa branca e sapatos marrons foram os que ele escolheu. Já eu, preferi meus shorts creme, camiseta cinza.

Fomos interrompidos pela campainha do apartamento, sendo tocada. Convicta de que devia ser o nosso café da manhã, me levantei passando pela sala, me pondo em frente a porta. Dei gorjeta para o moço e fechei a porta levando o carrinho até a varanda. Passei os talheres e aproximei as bandejas.

Nosso café da manhã estava chamativo e muito convidativo.
Bolo de milho, torradas, pães de queijo, morango, maçã, mamão e banana. Suco de laranja, torta de frango e a garrafa de café e leite foram contemplados por mim e por Ângelo, meu estômago se remexeu e logo tratei de enfeitar meu o prato.

— Não acha meio individualista da nossa parte, comermos aqui e não no salão do hotel como às outras pessoas?

— Nenhum um pouco — tocou em minha mão — Quero aproveitar o máximo possível do tempo em que apenas nós dois estivemos juntinhos... Não é errado querer ter apenas um ao outro.

Engoli o pedaço fatiado da manhã segurando um sorriso.

Ângelo destampou a garrafa de café a fim de pôr o meu em minha xícara, no entanto, antes que ele pudesse fazê-lo por completo. Me levantei bruscamente com a chegada do aroma doce do café.

— Desculpa — murmurei.

Corri, desesperada pela sala até chegar no banheiro. Abri a porta bruscamente, levantei a tampa da privada já não suportando a bile subindo em minha garganta. Meu corpo pôs tudo o que tinha em meu estômago, para dentro do vaso.

Ângelo chegou a tempo e me ajudou com meu cabelo, evitando que se sujasse.

Dei descarga e limpei meus lábios, acabei caindo sentada sobre o chão frio do banheiro, um pouco desnorteada. Soltei um longo suspiro pela fresta dos meus lábios. Olhei para meu esposo, que sequer parou de olhar para mim preocupado.

— O que sente?

— Eu acho que o cheiro do café e doce da manga não me fizeram bem...

Ângelo se agachou próximo à mim.

— Isso que dá comer bastante besteiras.

Acabei gargalhando, lembrando que na noite anterior tínhamos substituído lanches ao bom jantar.

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora