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ARIANNA FRANCONI

Passei pela porta e com cuidado andei até a cama a qual a menina de cabelos castanhos e olhos azuis estava, suas mãos pequenas seguravam um dos brinquedos, o pijama rosa de bolinhas brancas acabou ressaltando a cor rosada de suas bochechas. Assim que notou minha presença, deu um sorriso fraco.

Que criança patética.

Me sentei na cama pondo minhas costas contra a cabeceira. Mesmo tendo dois anos, Sarah mostrava-se esperta, com certeza havia puxado a mim. A beleza de seus olhos com certeza foi por minha causa.

Bom, o meu plano e o de Joyce não ocorreu como o esperado, no entanto, não deixou de acontecer. Foi do meu jeito. Quando “acordei” do desmaio, já me encontrava na cama, fui deixada sozinha e consegui respirar melhor. A governanta veio e a dispensei minutos depois...

Era a hora de ser a minha versão especial que criei com tanto gosto, seria estranho para alguns, mas para outros...

A menina me mostrou um brinquedo e fingi me importar, que chata, eu não queria saber.

Por que têm gente que gosta desses seres tão... ah!.

Batidas do outro lado da porta me fez puxar a menina para mais perto e apoiar meu peso no meu cotovelo que estava encima do colchão. Toquei os fios marrons de sua cabeça tentando controlar a bile que subiu na minha garganta.

O cheiro amadeirado de Franconi me fez ter a certeza de que ele havia entrado no quarto.

— Está se sentindo melhor? — questionou.

Olhei para baixo, capturando uma pequena peça do brinquedo.

— É, um pouco...

Seus passos tornaram-se bem mais próximos, o colchão pesou e notei que havia se sentado.

— Se sentir mais alguma coisa, me diga... — pediu tocando-me levemente no joelho. recuei — É um milagre vê-la aqui...

O fitei.

— Ela também é a minha filha. Gerou de mim.

— Disso eu sei.

Olhei para a menina.

— Meu maior foco agora é lhe dar o máximo de amor possível, que estiver ao meu alcance — suspirei — Já que, com outro, eu não poderia fazê-lo...

— Eu sei, meu amor — suspirou — Eu não queria que você cobrasse mais a si mesma já do que está fazendo.... — olhou-me nos olhos — Eu conversei com Joyce — engoli em seco — E vi os exames...

— É, realmente você não confia em mim — revirei os olhos — Precisou até procurar se realmente estava falando a verdade através de uma folha de papel!

Franconi segurou minha mão com força — ele pareceu controlar algo dentro de si, falei comigo mesma que a cautela era necessário naquele momento.

— Eu precisava saber, eu precisava ver com os meus olhos...

— Nosso casamento nem de verdade mais está sendo, você sequer confia em mim...

— Arianna, por favor. Eu não quero mais saber de brigas, principalmente com você — uma pausa se fez, seu aperto tornou um pouco mais leve em minha mão — Eu conversei com ela e com suas psicóloga, e, vi que... — o olhei — Amor, carinho e cuidado são os que mais você necessita nesse momento — acariciou minha bochecha com um dos seus dedos — Principalmente para combater esses pensamentos...

— Me diga o que você realmente quer, Plabo...

Suspirou, eu dificilmente o chamava por seu primeiro nome.

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora