A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO III

16

MARGARIDA FONTENELLE

O beijo dado em meu rosto me fez sorrir, olhei para quem o fez e lhe devolvi em seus lábios macios. Eu e Patrick estávamos no campo de trigo onde a calmaria era convidativa qualquer um que olhasse. O homem, ao contrário de mim que estava sentada com às pernas dobradas, estava esticado ao meu lado com seu cotovelo sobre o tecido do pano xadrez.

— É tão bom tê-la, de perto...

Sorri com sua fala, havia feito um dia, que meu irmão finalmente desistiu de ser o trambolho que nos impediria de ficar junto, e, um dia que estava namorando com ele — era incrível saber que ele já tinha o plano e desejo de me pedir em namoro antes.

— Eu te amo tanto... — confessou mais uma vez — Confesso que nunca senti esse sensibilidade outro alguém...

— Assim eu fico mais boba ainda — falei, baixo.

— Mas é a verdade... E, se eu pudesse — se sentou — Me casaria com você, agora mesmo — acabei rindo de suas palavras.

— Mas mau somos namorados...

— Ah, isso é apenas um detalhe, estamos a um passo de casarmos, na minha cabeça é assim... — rimos juntos.

— Mas não vamos ser como os nossos pais...

Bom, foi um surpresa e tanta. Edgar e Marina anunciaram que estavam noivos a poucas horas.

— É — gargalhou — Segundo o meu pai, já está velho demais para esperar, e pela forma que eles falam... É como se sempre amassem. Sabe?

— Como nós dois... — o beijei.

Tê-lo era melhor sensação que eu podia desfrutar, seu abraço, seu cheiro, o conforto de seu abraço, os pequenos momentos, tudo isso fazia amá-lo mais do que eu conseguia... Mais do que o meu coração suportava.

— É, mas. Ainda não estamos completamente prontos para casar, eu quero que você se sinta livre para estudar, viajar e até mesmo conhecer novos lugares — disse com os olhos firmes nos meus — Não quero que nosso casamento torne-se uma prisão pra você — tocou meu rosto.

— E não será, eu vou amar ter a ideia de que você é meu marido...

— Eu sei, e nunca permitirei que torne-se uma prisão, só acho que casamento é bem mais que uma assinatura sabe? Você está dividindo às suas escolhas, a sua alma, com quem escolheu ser seu...

Fiquei admirada por ter esse pensamento.

— Tenho a mesma opinião, meu amor — aproximei meu rosto novamente do seu — Mas ainda não saiu da minha cabeça a ideia de me casar com você, nunca vai até que se realize — deu uma gargalhada que preencheu a minha alma, eu havia feito a escolha certa... — Promete não demorar muito?

— E você promete quem não vai parar de falar comigo, mesmo que seja por telefone? — seus olhos dóceis me fez sorrir.

— Prometo — levantei meu dedo — De mindinho.

— De mindinho — ele selou nossos dedos, me deu um beijo casto.

Bati a porta com cuidado. Passei minhas mãos sobre minha calça jens  esverdeada e blusa de tricô com a sensação de ter trigo em meus braços.

— Hmmm — murmurou mamãe aparecendo na sala, seu avental e mãos denunciavam que estava cozinhando — Olha quem finalmente resolveu chegar — acabei dando um sorriso bobo.

— Nem demorei tanto assim — me aproximei — Quer ajuda?

— Só me ajuda terminar de pôr os bolinhos na forma, e depois pode ir descansar.