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ÂNGELO VITELLO.

Estiquei meus braços enquanto o botão do paletó, que talvez seria comprado por mim, foi fechado pelo vendedor.

— E então?

Meu tio, o qual tinha chegado a pouco tempo, seu filho e neto, voltaram a me olhar.

— Eu não gostei tanto... — comentou Edgar, com às mãos firmes no jornal.

— Você ficou meio apagado — diz Benício.

— Concordo com meu filho. — afirmou Patrick.

Bufei me virando na direção do espelho. De fato o terno estava fazendo isso. Era cinza, mas muito mais cinza.

— Os noivos combinam tanto que até para escolher a roupa vão demorar e muito — disse Benício, risonho.

— É, talvez... — murmurei.

O moço que nos atendia voltou com um terno azul marinho que tive de piscar diversas vezes para ver se ele realmente estava ali. Era perfeitamente alinhado, seu tom encaixava perfeitamente com a calça e o tom da camisa de algodão, a qual eu usaria por baixo.

— E então? Gostou desse? — questionou o vendedor.

— Ele é perfeito...

— O experimente!

Pelo incentivo, e o que eu senti em meu coração, corri novamente ao vestuário passando pela mesma situação que antes. Suspirei sem coragem alguma para olhar-me no espelho à minha esquerda, dentro da pequena cabine de troca.

O conforto, e como o tecido me abrigou, fez meu coração torna-se mais rápido do que anteriormente. Por fim, empurrei as cortinas azuis para o lado. Fui acompanhado pelos olhares de surpresa e admiração em minha direção.

— E então? — murmurei.

— Eu achei um máximo! — diz Patrick — Você ficou muito bonito!

— O tom escurecido pegou bem com a tonalidade da sua cor — acrescentou seu filho.

— E você não ficou tão apagado — afirmou meu tio.

— Agora, só falta você decidir — relembrou o atendende.

Demorei um tempo me olhando no espelho, vendo e sentido que aquilo estava acontecendo. Eu estava trajando a roupa escolhida para o dia que seria o meu e de Jasmine, o nosso dia... Fui chamado novamente e tive de afirmar minha escolha.

Abotoei o meio do meu terno já me deslocando em meio a um dos corredores da grande loja “para noivos” ao balcão onde meus parentes já me esperavam.

— Onde está Benício? — questionei, sentindo sua falta.

— Ele me disse que iria chamar os seguranças para irmos embora — respondeu o pai daquele o qual minha mente se preocupou, Patrick olhou para o lado e logo seus lábios voltaram a se movimentar — Ele já está de volta.

Edgar se responsabilizou com minha roupa e eu apenas efectuei o pagamento, meu tio não queria muito que eu me forçasse no período tão perto do meu casamento.

Patrick me jogou ás chaves e com habilidade as peguei. Liguei o automóvel e com todos já em segurança, pude seguir viagem. Por algum motivo eu optei pegar uma rua, com o mesmo sentido à minha casa, para terminarmos a viagem, mas a pergunta do meu primo me fez parar.

— Ângelo, por que você veio por aqui?

— Por aqui?

— Nossa... — deu um meio sorriso — Você já se esqueceu...

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora