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MARGARIDA FONTENELLE

Encarei meu cabelo por um instante, logo depois de pentea-lo. Eu havia decidido em deixar-lo na altura do meus ombros...

Me sentei na cama, e batendo sutilmente o pente em meus dedos, suspirei. Havia acontecido tantas coisas naqueles cinco anos que era inevitável não pensar algumas vezes.

Meus estudos avançaram, viajei, passei por uns bons e maus bocados, aprendi mais alguma coisas e consegui ampliar nosso negócio com vendas. Consegui construir um pequeno lugar de três cômodos, um serviria para atendimento e compras, o outro para a cozinha, e o último para armazenar. Ficou bem simples, mas bem aconchegante. Meu relacionamento com Jesus pôde evoluir e consegui compreender muitas coisas as antes, não pude.

Patrick ficou em minha vida, e isso foi muito bom. Nossa amizade não doía e eu me sentia muito feliz ao seu lado — minha paixão por ele aumentou, mas eu tentei não iria deixar tão claro.

Eu estava bem arrependida por não ter falado muito de Ângelo para Jasmine, eu estava ciente da situação e momento, e eu esperava que eles ainda pudessem se entender mesmo sendo quase algo improvável.

Sacudi minha cabeça e tentei focar na realidade daquele momento, eu tinha que focar na minha formatura... Minhas mãos começaram a soar e meu estômago a apertar por apenas pensar nela. Mesmo que ainda fosse na terça daquela mesma semana, e ainda era domingo, minha ansiedade estava correndo por minhas veias.

Minha confiança no que eu iria falar, como tudo ocorreria, estava inteiramente em Jesus. Eu faria questão de ir no culto para jovens buscar uma resposta, no dia seguinte. Como eu iria em seguida pegar meu vestido, aproveitarei e passarei na igreja. Pela madrugada eu iria me preparar, e assim, ir à caminho de Percy!

Fui para a cozinha em enfrente ao meu quarto, na lateral estava o quarto de mamãe, e o de Fred. Bebi um gole d'água e olhando meu reflexo no espelho decorado com lindos piscas-piscas, reparei em minha roupa. Minha blusa de frio era bem aconchegante, assim como minha calça esverdeada, meu pequeno anel no dedo do meio, azul, deixou minha mão com a aparência pequena.

A porta da sala sendo aberta, me fez inclinar meu corpo para o lado e olhar em direção da mesma, me surpreendi por quem tinha passado por ela e saí de onde eu estava.

— Fred? — pelos seus movimentos, vi que estava com pressa — Pensei que não voltaria tão cedo.

— Mas eu não, “voltei” — pôs seu casaco marrom sobre a mesa — Só vim pegar meus equipamentos para pescaria — passou perto de mim indo para seu quarto, eu o segui — O senhor Joan disse que os peixes surgiram, como chuva no inverno.

— Que bom — cruzei meus braços — Você já passou na casa da Jasmine?

— Foi a segunda coisa que fiz assim que informei aos outros que estaria levando os seus pedidos.

— Ah... — levantei minhas sobrancelhas — Você a viu?

— Vi sim — me olhou.

Frederico já estava com luvas, casaco, e pés com botas.

— E ela não estava sozinha...

— Benjamin, o recebeu também?

— Não só ele...

— Ué... Jasmine não é de receber tantas visitas. E mamãe não estava lá, estava?

Frederico caminhou até perto de mim.

— Não foi mamãe, nem outra pessoa que você possa pensar que estava com ela.

— Diga então — minha ansiedade gritou por um resposta.

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora