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ÂNGELO VITELLO

O dia tão esperado por mim, e pela minha noiva, finalmente havia chegado. Mesmo que não estivéssemos presentes lado a lado, eu podia sentir que nossos corações estavam sincronizados numa só ansiedade, e numa só alegria.

Nosso casamento iria começar às oito da amanhã. Ou seja, já iríamos começar o dia com foco no casamento. Jasmine estava a poucos quartos do meu, a distância era pequena, mas por respeito a regras do casamento, nos mantemos separados.

Tratei de levantar cedo, tomei meu banho, me alimentei bem e suspirei lembrando à mim mesmo que faltava poucas horas para nos reencontrarmos novamente. Não perdi meu tempo e escrevi nossos votos, eu já tinha eles em mente e com uma comunhão com Deus consegui escrever bem mais do que eu esperava sair no papel.

Fiquei maravilhado, por ver a quantidade de pessoas e organizadores passando, por meio da janela da varanda. Às cadeiras sendo levadas para os fundos, às mesas e tolhas. Minha irmã fez questão de aparecer lá embaixo e ordenar para que eu voltasse para dentro, eu ri mas obedeci - eu sabia que ela faria questão de adiar meu casamento para um dia distante, para aumentar minha ansiedade.

- Eae - disse Patrick, ao surgir na porta do quarto - Como está se sentindo?

- Bem... - estalei os dedos - Bem ansioso - completei.

Rimos.

- Em poucos minutos a equipe que irá arrumar você, e Jasmine irá chegar. É melhor você já tomar seu banho.

- Certo. - assenti.

Fiz o que me foi pedido e troquei minha roupa por uma leve, me olhei uma última vez para o espelho repetindo a mim mesmo que tudo daria certo.

- Ah, esqueci - meu primo veio até a mim - Não esqueça de sorrir bastante, fotógrafos foram contratados e os que irão filmar, também. Então...

- Eu entendi. Não precisa me deixar tão ansioso.

Ele sorriu, satisfeito.

- Estou apenas te devolvendo o que fez comigo na minha vez.

- Engraçadinho.

Rimos da situação. E eu realmente tinha feito aquilo com meu primo. Mas não foi por mau, queria apenas vê-lo sob pressão.

Lutei contra minhas próprias mãos e peguei meu paletó junto com às calças. Glorificando a Deus, terminei de pôr meu sapato.

Tudo o que estava conseguindo viver era graças à Ele, tudo...

O sorriso transbordou em meu rosto ao ver-me no espelho.
Eu estava incrivelmente belo, a gravata a qual foi dada pelo meu pai, estava encaixada perfeitamente entre o tecido da blusa branca.

Esperei que o perfume secasse e pedi um minuto, orei à Deus e fiz um voto em sua presença sem esquecer de agradecê-lo por esse momento tão importante em minha vida, e na vida daquela que Ele havia separado para mim, antes mesmo que eu pudesse existir.

O sorriso bobo do meu pai e do meu primo, me emocionaram.

- Estou bonito?

As lágrimas nos olhos do meu pai, me fizeram rir e me aproximar dele.

- O que foi, papai?

- É que... - arfou. - Ai meu Deus - disse num fio de voz, apertando o espaço entre seus olhos.

Rindo, o abracei com cuidado para nossas roupas não ficarem amassadas. Ele estava muito bonito assim como seu filho.

- É tão forte ver que o meu menino cresceu, e irá se casar... - fungou.

- Irei me casar com a mulher da minha vida! - ressaltei.

- E serão eternamente felizes - acrescentou meu primo, não deixei de abraçá-lo e é claro, chorar.

Entre tantas lágrimas sequei às minhas, eu não podia já ficar com o rosto avermelhado logo no início do casamento - mesmo sendo algo impossível.

Graças ao pedido em que eu e minha noiva fizemos, pudemos tocar apenas nossas mãos, sem poder ver o rosto do outro, numa oração. Aquilo foi a parte mais importante que pedimos para antes da cerimônia.

- Eu te amo... - falei assim que encerramos nossas orações.

- Eu te amo - disse ela, com a voz suave.

A presença de Deus havia chegado antes mesmo que pudéssemos separarmos nossas mãos.

- Eu te espero no altar... - falei.

Nos separamos, e fomos encontrados por os que estavam responsáveis por nós. Fui levado novamente para meu quarto e peguei e última coisa que faltava, a pulseira de Jasmine a qual ela havia me dado no primeiro dia em que eu voltei totalmente para o mundo que eu era antes, mas diferente e totalmente transformado.

No momento da minha entrada, ao lado da minha mãe. Eu me senti entrando em um lugar que me levaria para uma nova fase da minha vida, em uma fase que Jasmine estaria. E a cada passo dado por mim, eu pude sentir que o Senhor confortava e visitava meu coração em meio a tensão e ansiedade que corria em meu coração.

A maioria dos meus convidados era irmãos da Igreja a qual eu e minha família começamos a frequentar, alguns eram amigos de Jasmine e vieram do povoado, poucos foram os empresários em que eu quis que fosse.

- Eu vou matar quem esqueceu isso - murmurou minha irmã. Segurei o riso e disfarçadamente,

Valentina arrumou meu colarinho, e pôs duas flores de jasmim no cantinho do bolso do meu terno. Ela me deu um sorriso doce e deixou um beijo no canto do meu rosto. Lhe agradeci num murmúrio e ela voltou à sua posição.

O tipo de decoração, tapete e altar eram causais e perfeitamente belos. Flores perfumadas e tecidos brancos eram tão únicos e aconchegantes, tudo me lembrava Jasmine. Toda a nossa escolha ficou responsável em tranquilizar meu coração.

- Jasmine. - chamei, silenciosamente, a qual eu imaginei passando por aquelas portas. E a qual, eu mais queria ver naquele momento...

A VERDADEIRA FELICIDADE | LIVRO IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora