Capítulo 13

93 7 6
                                    

Meu coração dispara e eu juro que você está ao meu lado
Meus pensamentos estão superlotados, meu quarto está vazio
Quanto mais procuro alguém, mais perco a glória (glória)
Eu preciso de ajuda, me perdi
Não sei quem está no espelho
Isso é o inferno? Ouvir você gritar
Mas não há ninguém aqui
Me sinto mal, você consegue perceber?
Que eu preciso de você, meu querido
Agora você está aqui, agora você está aqui.
Estou assombrada.
Haunted - Isabel LaRosa


LUNA

   Deamhan não voltou ao quarto. E eu não o procurei. É melhor assim. Minha cabeça pensou, enquanto meu coração chamava por ele.

Peguei as sacolas com coisas que Deamhan comprou para mim, e as organizei num canto, deixando para procurar um quarto no dia seguinte e organizar as coisas da melhor forma após uma bela noite de sono.

Mas eu não consegui dormir.

   A cama cheirava não só a ele, mas a nós dois. O que me davam tantas memórias, e o desejo de tê-lo ali parecia me sufocar. Eu sabia que ele esperava uma resposta de mim quando falou sobre dormimos juntos, e eu não ter dado aquela resposta, foi uma resposta bem grandona.

Deamhan não era bobo, ele sabia o quão errado era, e o quão confusa eu estava. Então o espaço que ele me oferecia era bom, e era algo que eu deveria aproveitar, mas eu não fiz.
E, durante horas, me peguei em luta com os lençóis tentando dormir. Mas era como se a cama me esperasse. Eu estava desesperada pra sair correndo dali, as paredes pareciam me engolir, então decidi pegar um ar.

A brisa fresca trazida do mar parecia me aliviar quando corri para a varanda. Mas esse alívio não durou muito tempo. Do lado direito da sacada uma silhueta envolta as suas tão conhecidas sombras me observava. Deamhan estava na outra sacada, sentado sobre as grades da varanda. Suas pernas descansavam no ar e seus braços caíam ao seu lado de seu corpo, com as mãos sobre o ferro preto que separava o piso da varanda à linda vista à nossa frente.

—Sem sono, Lua? -O apelido pareceu uma provocação e eu suspirei assentindo.

Seu tom não fora carinhoso.
Segurei forte a grade, estava necessitada e ansiosa. Ele não poderia vim pra cá? Não poderia ser mais invasivo? Parecer me forçar a dormir com ele? Por que ele tinha que fazer o mais difícil? Por que eu tinha que pedir por aquilo? Eu não vou fazer isso.

Ele nem se mexeu.

Apenas ficou lá, olhando a vista em silêncio enquanto minutos que pareciam horas se passavam. Pela primeira vez, o silêncio me incomodou. Até que Deam se inclinou no parapeito para suas pernas entrarem na varanda, e não parecia temer a altura. Ele ficou de pé dentro da varanda ao lado.

—Boa noite. -Foi tudo o que disse antes de se virar para entrar na suíte.

—Seu quarto é aqui. -Eu murmurei. Mas ele não respondeu. Apenas parou de andar em direção a porta. Eu vi seus punhos se apertando enquanto as sombras pareciam se agitar mais, elas não vieram até mim em nenhum momento. E eu as queria. —Deam...

O chamei esperançosa. Eu não pediria aquilo. Mas eu queria, ele não via?

—Boa noite, Lua. -Sua voz foi um pouco mais carinhosa antes de entrar e fechar a porta da varanda.

Sério?

Aquilo me irritou. Mas eu entrei no quarto e me segurei. Não iria dar a ele o que ele queria, não iria implorar para que ele dividisse sua cama comigo. Eu sei que ele havia perguntado antes e eu não havia respondido, mas ele quem me deixou só. Ele fugiu ao invés de esperar, então eu não o puxaria de volta.

DeamhanOnde histórias criam vida. Descubra agora