Capítulo 28

57 8 18
                                    

Capítulo dedicado a todos os safadinhos que lêem esse livro na esperança do fogo no parquinho.
Ele chegou, meus queridos. Peguem um copo d'água e aproveitem
🥵🥵🥵🥵


Quando seus lábios me tocam
Eu não aguento
Como você me faz sentir
Eu não posso fingir
Querido! Não desacelere
Apenas me dê tudo de si agora (agora, agora)
Eu vou dar pra você como você quiser

Alone With You -  Ashlee


LUA LURACH

    Com desejo ruindo minha mente e corroendo minhas veias, não conseguia esconder nem nas feições, nem no maldito cheiro o que queria, e estava disposta a implorar por aquilo, mesmo que algo em Deamhan me dissesse que, dessa vez, não seria necessário implorar.  

—Onde está sua força e bravura agora, minha Rainha? -Sua voz causou arrepios em minha nuca ao mesmo tempo que um gelo na espinha. Era feroz, potente. —Não se sinta envergonhada por perder uma luta tão rápido. Te prometo que sou o oponente mais forte.

Uma risada trêmula escapou de mim, mesmo presa embaixo dele, mesmo numa posição tão submissa, eu ainda ri, sentindo afinal um pouco de controle, porquê apesar da minha situação, eu estava tendo justamente o que queria. Mesmo tendo controle sobre meu corpo, me amarrando e agarrando, eu tinha controle sobre o seu sem nem precisar toca-lo. Ele estava justamente onde eu queria que estivesse. —Que demônio convencido.

Minha voz também soou mais grave, não como a sua, claro, mas rouca, carregada de um sentimento que ele me fazia sentir tão bem. Deam agarrou meu rosto com uma só mão, enquanto a outra se emaranhou em meus cabelos, puxando-me para ainda mais perto dele, colando nossos narizes e rosnando no meu rosto como o animal depravado que eu sabia que ele era.

—Eu sou muitas coisas, Lua, e posso ser ainda mais coisas do que sou. Mas nunca serei um santo. -A ameaça estava evidente em seu tom, antes mesmo dele proferi-la. —Continue me provocando como fez o dia inteiro e eu te mostrarei porquê me chamam de demônio.

Meus dentes feriram meu próprio lábio com força quando meu ventre o respondeu, apertando-se, querendo proximidade e atenção. Os olhos dilatados de fogo fitavam meus lábios mais do que o normal, e antes que eu pudesse responde-lo, Deam voltou a dizer:
—Não brinque com fogo, Minha Deusa... -A frase solta em um suspiro eriçou os pelos do meu corpo quando ele colou nossas testas e carinhosamente esfregou nossos narizes, sendo um ato completamente oposto a força que aplicava segurando meu rosto e meus cabelos com suas mãos. E eu quase gemi apenas com a visão dele umedecendo os lábios. —Pode se queimar.

Eu sorri ainda muito próxima, e o acompanhei no toque dos nossos narizes, desejando como nunca que ele me beijasse e me tomasse. —Posso me queimar, Deam?

Ele fechou os olhos ao meu sussurro questionador, eu ouvia seu coração martelando bem acima do meu, sua respiração apressada e as veias em seu pescoço e testa indicavam que se segurava de algo. O que eu não queria. Não queria que ele se segurasse, o queria livre e solto de todas as amarras que ele sempre se prendeu.
O queria por inteiro e só para mim.

—Não me queimo fácil, querido. Mas gosto de me queimar com você.

Seus olhos se abriram e o laranja perdeu lugar para um intenso vermelho que eu quase não vi, pois sua boca foi rápida em acabar com o espaço entre nossos lábios e me beijar com fúria e fome. Era como se ele esperasse há milênios por aquele beijo, era como se ele esperasse há milênios por mim. E, relaxando sobre seu aperto com os lábios de Deamhan lutando contra os meus, eu o senti relaxar também, abaixando novamente a guarda, me ofertando o momento perfeito para me soltar das cordas mágicas que as sombras se tornaram, para agarra-lo e empurra-lo para o outro lado, fazendo com que nossas posições estivessem agora invertidas e eu por cima dele.

DeamhanOnde histórias criam vida. Descubra agora