Capítulo 25

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Capítulo dedicado a AnaSantoss03
Obrigada por todo o carinho, comentário e voto! Sua leitura é muito importante pra mim. ❤️


Estou quebrando, desmoronando
Realçando a escuridão
Estou quebrando, vivendo dentro de uma memória.
Breaking Down - AILEE


LUA LURACH


Deamhan não voltou.
Muitas coisas estavam prontas para o baile, que seria no dia seguinte, e quanto mais perto estava, mais eu ansiava por sua presença.
O que me fazia lembrar das palavras de Hekate, e como um banho de água fria, eu me obrigava a não pensar nele, e a agir sem ele.

Me mantive ocupada, o que ajudou. No primeiro dia me tranquei na biblioteca, ao final, eu fui treinar sozinha já que Alex já estava dormindo, assim como as irmãs Lancaster, e eu gostei disso. Gostei de estar sozinha nos treinos, pude descarregar toda a raiva que eu prendia tão bem dentro de mim e que não estava ciente da sua intensidade.
Me irritava pensar em como eu estava sendo aquela típica garota que precisa de seu homem para salva-la de tudo, e eu não queria depender de ninguém, então era como estar traindo meus próprios princípios. Além do fato de Deamhan não ser "meu homem".

No segundo dia auxiliei Peter nos desenhos das roupas de todos para o tal baile, no mesmo dia finalizamos os modelos em papel e no dia seguinte, o terceiro dia, Peter me levou à sua empresa de confecção de roupas. Sua marca se chamava Bruadar, o que ele me explicou ser uma palavra em Gaélico Escocês que significava Sonhar. Bruadar era como um espaço mágico, eu amei cada detalhe.

Com meus estudos descobri que o Gaélico Escocês não era apenas uma língua falada por algumas pessoas da Escócia, mas que era a língua materna de Dìomhair, e que chegou à Terra quando os povos de Dìomhair fizeram contato com os humanos pela primeira vez e lhes ensinaram diversas coisas como arte, medicina natural, e seu idioma.

No terceiro dia eu foquei apenas em aprender a dançar, e apenas à noite eu lutei sozinha novamente na academia.

No quarto dia foi pior... A saudade parecia me consumir e eu me mantive no quarto o tempo todo lendo sobre Dìomhair e testando novos feitiços. Não saí para comer, não saí para falar com ninguém ou para treinar lutas corporais na academia. Eu me permiti chorar um pouco mais.

No quinto dia Peter não me deixou ficar muito tempo sozinha, e decidiu me levar para seu trabalho logo cedo. Era bom, de certa forma, sair um pouco do castelo, eu senti que estava me afundando em tristeza e solidão. E andar com Peter era como andar com uma enciclopédia ambulante sobre Dìomhair. Ele constantemente me apresentava coisas sobre minha natureza e eu estava grata por isso, aprender com ele era bom e eu pude perceber que Peter era o que eu mais confiava, o que mais me acolhia pois parecia ser o que melhor me compreendia.

-Quando chegamos na Terra, após a rebelião dos rebeldes, não tínhamos muito o que nos segurar. -Peter sentou-se num divã púrpura, enquanto eu ainda observava cada canto do ateliê como na primeira vez em que estive aqui, há poucos dias atrás. -Quando Alex e eu pensávamos no projeto do ateliê só uma palavra vinha a minha mente: Sonhar.

O olhar de Pet possuía um brilho incrível, e sua pele escura sob a luz do sol mais quente que eu já vira na Escócia, também parecia brilhar. Era incrível vê-lo dessa forma, relembrando o passado, falando abertamente e me mostrando suas emoções, eu me sentia... Confiável. Mas tentava não demonstrar minha gratidão infinita por algo que seria considerado por qualquer um como uma coisa ínfima. Então desviei rapidamente o olhar para as paredes que nos cercavam.

DeamhanOnde histórias criam vida. Descubra agora