Capítulo 18

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n.a: Pessoal, fiz uma conta no tikteko e postei um conteúdo que os comentários de vcs aparecem, eu acho que vcs vão gostar kk se quiserem dar uma olhada o meu user é o mesmo daqui @jupitermori
Esse capítulo é bem pequeno, como um bônus haha, mas espero que curtam, cuidado para não esquecerem de deixar os votos 🥺 ajuda muito na divulgação do livro.
Boa leitura 💗

Eu estou me sentindo fora de mim
Oh Deus, eu me sinto tão vivo
Oh não, eu não vou morrer
Porque eu sou um psicopata
Eu amo chamar atenção
A tensão é tudo que eu preciso
Para alimentar minha própria insanidade
Não me peça perdão
Eu prefiro ver você sangrar
Psycho - Asking Alexandria 

DEAMHAN

   Preso nas masmorras, Righ implorava pela morte. Seu corpo estava aberto em um corte profundo no peito até o abdômen. Eu o mantinha com as mãos e pés amarrados a correntes que foram manipuladas com magia para aparecerem nos cantos da cela, correntes feitas de sombras. Elas o esticavam e me permitiam passagem livre para feri-lo onde eu preferisse.

Estávamos lá há horas. Eu o curava sempre que chegava perto da morte, ele não tinha mais esperança, falava tudo o que eu pedia e chorava.

Tão fraquinho. Righ não possuía mais a pose de príncipe intocável. Os seres são assim, não importa a raça, sempre temem a morte, e quando estão próximos dela é quando seu verdadeiro desespero aparece. Eles se transformam.

Eu já estive nesse lugar, a diferença é que eu escapei, eu sobrevivi.
Righ não terá tal destino.

Uma silhueta que provinha do meu poder sombrio rondava o corpo ferido do sìtchiche, como um urubu esperando o fim de um animal qualquer. A sombra sussurrava coisas no ouvido dele, sem rosto, apenas uma sombra fantasma, apenas uma extensão de mim, e de todo o poder que explodia constantemente em meu interior. Essa silhueta escura o provocava, empurrava, feria e atacava com golpes e palavras. Ferimentos se rasgavam na pele branca de Righ sempre que a silhueta o tocava, deslizando lentamente e profundamente nele. Queimava, ardia, ele gritava e eu sorria conformado.

A silhueta o empurrou para mim, assim que o pensamento de esmurra-lo vibrou em minha cabeça. Meus pensamentos não eram só meus, minhas vontades não eram só minhas. Eu e as sombras éramos um. 

Luna entenderia isso?

Com a mesma força e rapidez que o pensamento surgiu, eu o afastei. Balancei a cabeça e até rosnei irritado, decidindo usar Righ como o saco de pancadas que tiraria todo o stress do meu corpo. Pensar em Luna não me ajudaria agora, seus olhos de gato assustado e triste ainda me assombravam. 

—Eu t-te disse tudo. -Ele gaguejou assim que eu peguei em seu pescoço, o levantei ao máximo, esticando meu braço todo para cima. Com tanto poder, com todo o meu ser livre, eu poderia, finalmente, destruir tudo e qualquer coisa, sem nem mesmo precisar recorrer à energização com a Deusa. E Righ não era nada. Era apenas um pequeno aperitivo. E eu amava brincar com a comida. —P-por favor, cara. Nos conhecemos desde criança.

Uma risada forte ecoou, longa e insana, o que pareceu assustar Righ, sem humor, sem nenhuma graça, apenas com um ódio, que eu não conseguia esconder. Ele é tão fácil de assustar. Eu atirei seu corpo para o outro canto da cela, sem economizar força, e seu gemido ecoou, juntamente ao estalar de suas costelas se quebrando.

—Não sei o que é ser uma criança, Righ. -Minha risada soou perigosa, meus passos eram lentos em sua direção, mas não me aproximei tanto.

Erguendo as mãos, poder sombrio deslizou de mim, manipulando sombras a frente das minhas mãos, eu me sentia invencível, e arremessando a mão para baixo, o poder imitou meu movimento e rasgou seu peito como se fossem garras. Sua carne exposta e o sangue que sujava tudo eram como anestesia em meu corpo estressado.
Eu precisava relaxar.

Preferia que fosse Luna a nos relaxar. -A voz maligna das sombras sussurrou em meus ouvidos, ao qual rosnei em resposta. 

Righ -alheio as vozes sussurrando em minha cabeça- gritou, esperneou, mas eu não parei. Repeti o movimento, rasgando ainda mais sua carne. Eu queria ver suas vísceras caindo uma por uma. O rasguei mais, e mais, e mais. 

—Eu te disse... te disse tudo, cara. -Ele chorava como um bebê, eu não sei como conseguia falar. —Tenha piedade.

Eu ri com tanta vontade, que meu peito vibrou. Ele era engraçado. "Tenha piedade." Não sabia que essa palavra existia para seres do Reino dele. Piedade não eram seu forte.

—Vocês precisam de um vilão, Righ. Eu serei este com prazer. -Minha mão gesticulou em sua direção e algumas das minhas sombras se transformaram em cobras muçuranas negras, que rastejam para ele. Seus movimentos e o barulho de sua língua eram ameaças silenciosas do que elas poderiam fazer.

Eu realmente não precisava continuar, já sabia tudo o que queria. A mensagem de Luna para Dulce foi o que entregou nosso paradeiro, e provavelmente o gatilho para fazê-la ter crises de ansiedade. Depois da morte de Nimra, os sìtchiches e seu exército foram até a universidade à procura de Luna.

   Todos esses anos mantive a maior quantidade de poder contida e apenas a pequena quantidade que usei para queimar o Campus, junto com meu canal de comunicação e visualização abertos foram o suficiente para chamar a atenção dos seres do meu mundo, que desde a minha partida com a princesa deles, não pararam de me procurar. Nem por um segundo.

Não só por Luna, mas por eu ser quem sou. Minha procura não se iniciou com seu desaparecimento, apenas se intensificou. 

Quando olharam as câmeras de segurança da Universidade e perceberam uma garota de rosto redondo com o comportamento completamente estranho, ligaram uma coisa a outra. Luna, além de ser muito transparente em suas feições, carregava nestas genes muito fortes de seus pais.

—E-ela é uma princesa. -Righ disse com medo, observando as cobras de escamas negras se enrolarem em seu corpo ferido. —L-luna pre-ecisa de seu pov-vo.

—Ela é uma rainha! -Eu corrigi, erguendo as duas mãos para o alto que fizeram com que o corpo dele se soltasse das amarras de corrente mágica, e se erguesse tão alto que ele tocou o teto das masmorras. As correntes se tornaram em mais cobras e o corpo de Righ flutuava manipulado pelo meu poder. —Ela é uma Deusa, e seu nome não deve ser dito em vão!

Quando ele estava em uma altura de aproximadamente dez metros, encostando no teto das masmorras, eu o soltei, apenas para brincar com ele. Batendo o nariz no chão, caindo completamente de cara, Righ grunhiu e choramingou, o que me fez gargalhar novamente. Sua dor era meu alimento preferido. Assim que caiu no chão, tentou se virar, gemendo de dor pelas costelas quebradas e o aperto das serpentes aumentando em seus membros inferiores e superiores, uma das serpentes rastejou até seu rosto e antes que ele pudesse ter qualquer reação ela adentrou sua boca em um movimento rápido e certeiro.

Meu celular vibrou sobre uma pequena montanha de pedras, que me esperava do lado de fora da cela. E enquanto eu ouvia o desespero do sìtchiche loiro, com uma cobra dentro de sua boca, atendi a chamada de Alex, assim que vi seu nome brilhar na tela do dispositivo.

—Diga. -Meu tom foi rígido. Não gostava de ser interrompido em minhas torturas, mas como estavam com Luna, eu não saí de perto do telefone.

  Estava ansioso para vê-la em seu corpo sìtchiche, mas sabia que sua reação perante a descoberta do meu aprisionamento não foi muito boa. E, eu precisava focar no que precisava ser feito.

O plano era eu descobrir o máximo de coisas possíveis, o que eu consegui, enquanto o casal libertava Luna do aprisionamento. Eu já tinha todas as respostas, coisas que eu logo questionaria Luna, e a repreenderia, já que só descobriram nosso paradeiro nesse País por causa da sua mensagem tola a Dulce. A velha estava bem, então eu não precisaria dar mais uma noticia que Luna não gostaria de ouvir. 

Apenas continuei a tortura porque precisava me divertir e me distrair.

Sabia que soltar o corpo de Lua seria algo fácil e simples, então não esperava realmente receber uma ligação me falando o contrário.

—Lua tem sombras. Venha rápido, preciso da sua ajuda. Peter está ferido. -Alex não precisou terminar a frase para eu seguir o som de sua voz e surgir onde ele estava. 

Na biblioteca.

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