Beatriz Castro
Depois de 3 dias sem saber nada dele, só tinha uma coisa a fazer, ir a Lisboa falar com ele.
Falei com o Neves que ajudou-me a fazer um direto falso no instagram, de facto o meu irmão estava a fazer um direto, e eu apenas estava num autocarro a milhares de kilometros de distância. Não sei como ele fez a edição em direto, mas de facto o rapaz tinha um talento nato, se não fosse jogador dava um excelente programador.
A caminho do Campus fiquei arrepiada, fiquei nervosa, não sabia como ele iria reagir a minha presença ali.
Cheguei e vejo o Rafa a minha espera.
- Então Lagarta?
- Então Lampião? - digo e ele sorriu. - Ele está nos balneários antigos. Mostro-te o caminho. O intervalo é de 15 minutos. Começou há 5. - Ele deixa-me perto dos balneários e deseja-me apenas Boa Sorte.
- Beatriz?
- Sim?
- Não sei o que lhe fizeste, mas se ele te magoar vem falar comigo que eu acabo com ele. - Sorri e acabo por entrar, algumas luzes estavam a piscar e parecia mesmo um balneários em desuso.
Encontro-o nos últimos chuveiros sentado.
- Não sei quem és, mas acredito que não seja uma boa companhia agora para falar! - disse depois de algum tempo a ser observado por mim.
- Está bem, eu sei que não és grande coisa, mas gosto da tua companhia! - digo a aproximar-me, ele olha para mim sem acreditar.
- Mas como? - Pergunta.
- As vezes temos que saber usar o Photoshop! - digo.
- O que fazes tu aqui? - Pergunta.
- Já que me ignoras por mensagens, tive que vir a Lisboa saber o que se passa! - digo.
- Estava com ciúmes. - Admite.
- E o que mais? - Pergunto a sentar-me ao meu lado, mas disso eu já desconfiava!
Encolhe os ombros.
- Vá, diz lá!
- As vezes acho que não sou suficientemente bom para alguém gostar de mim ! - diz.
- Isso é uma estupidez. - digo.
- Eu sei! Mas o que queres que faça?
- Quero que sejas sincero comigo, e não é a ignoraste-me que as coisas avançam. - diz e e baixa a cabeça. - António somos amigos não somos?
- Somos! - disse.
- Então olha para mim e para de ser burro. - digo e ele olha para mim
- Estás aqui? Ou és uma alucinação? - Diz a cutucar-me.
- Estou aqui! E quero sair daqui em paz contigo. - Disse
- Estamos em paz. - digo e abraço-o.
- Eu adoro-te e és por acaso o meu Defesa Preferido, mas não és o único jogador que vou gostar. Não precisas de ter ciúmes.
- Preciso. Porque... - Sabia que ele queria acrescentar mais alguma coisa, mas acredito que não teve coragem para continuar.
- Porquê? - Pergunto, mas sabia que ele não iria dizer o que realmente queria dizer.
- Não preciso ter. - diz a acabar o assunto.
Saímos dali, e fico até o final do treino, já que tinha que ficar ali, alugo um quarto de hotel para aquela noite, mas assim que o António soube não me parou de chatear para ficar com ele e o Neves.
- Vá, Bia, eu e o Neves não nos importamos. Não me sinto bem em ficares aqui, quando tenho um quarto lá em casa vazio. - disse.
- Okay, que chato! - Cancelo a reserva e fomos para a casa dele.
- Tojo és tu? - Ouço a voz do Neves. - Espero que não te importes, mas o André e o Samuel vem cá dormir. - Ele aparece no hall e vemo-nos.
- Olá! - diz o Neves para nós. - Ups! Pensava que ela não vinha.
- Posso ir-me embora. - digo, não queria mesmo chatear.
- Não! - digo.
- Havemos de nos arranjar! - disse o António e todos concordaram com aquilo, mas como iríamos nos arranjar?
Ideias vindas de homens são assim.
O André e o Samuel ficaram no quarto vago, o Neves e o António ficaram no quarto do Neves e eu fiquei sozinha no quarto do António que se querem saber estava arrumado, para quem se diz dessarumado, depois de jantarmos eu fui para o quarto dele, e ele veio atrás de mim, já que segundo ele tínhamos perdido 3 dias de fofocas.
- Fofocas? Não tenho. - digo e ele riu-se.
- Não tens, como não tens? - Pergunta a sentar-se ao meu lado.
- Não tenho, não tem acontecido nada na minha vizinhança.
- Não acredito.
- Aconteceu uma coisa, mas não posso dizer.
- Então?
- Não podes contar a ninguém. - disse e aproximo-me dele.
- Não conto a ninguém.
- Nem eu. - digo e ele riu-se.
- Não vais ficar 2 semanas em Ibiza?
- Vou! Afinal já marquei a casa e tudo.
- Onde vão ficar? - Pergunta, eu mostro-lhe o nome da rua e da casa.
- Vamos ficar na casa ao lado.
- Não posso! - digo e aquilo deu conversa até muito tarde, não sei porque mas acabei por deitar-me e adormecer ao seu lado.