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- TOCA A DESPACHAR! - diz o João Neves.
- Ainda estão assim, já estamos atrasados. - disse o Otamendi, despachamos-nos para ir para a sala de entrevista, estava demasiado nervoso, era apenas mais uma entrevista em equipa, mas mesmo assim com ela no mesmo sítio, senti-me mais nervoso.
- Jéssica? - Ouço alguém chamar uma mulher que estava connosco.
- Sim! - responde.
- A Beatriz está lá embaixo.
- Aquela rapariga, dá-me cabo do juízo. - ouço-a dizer, mas depois aparece um sorriso no seu rosto.
- Tem uma ... - O Musa interrompe.
- É feio ouvir as conversas dos outros. - diz em Inglês e eu digo-lhe em português.
- Croata! Desaprendeste a ter amor a vida? - digo e ele riu-se, senta-se ao meu lado e eu neguei. Ela tem uma o quê? Fiquei curioso com aquilo e não percebo que a entrevista já tinha começado e ela não era aquela que iria dar a entrevista, não sei se fiquei mais descansado com isso ou não.
Aquilo decorreu rápido e bastante informal, já que fazíamos brincadeiras ao mesmo tempo que abordavamos assuntos diversos sobre a época que acaba com o 40 e o início da próxima época que se iniciava.
Aquilo acabou e fomos para a saída.
- Com quem falas? - Pergunta o Rafa para o Neves.
- Com a minha namorada. - diz a corar e ficámos por ali, a fazer tempo que o mini autocarro chegasse.
Vejo esta menina a andar atrás de uma borboleta.
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- Que fofa! - diz o Chiquinho.
- Magui? Margarida, a tua mãe mata-me. - A Francisca Nazaré pega na menina e o Musa mete-se com ela.
- Arranjaste uma sobrinha? - diz o Musa e a Kika diz a sorrir..
- Arranjei.
- Bobuleta. - diz a pequena.
- Sim, vamos já ver as borboletas. - diz a Kika para a pequena, achei a pequena tão linda que não reparei nos detalhes, foi o Rafa que me despertou.
- De quem é a pequena? - O Rafa tinha a pequena Margarida ao colo já que ela esticou-lhe os braços.
- É da...
- Rapazes cheguem aqui, kika.. anda cá. - O Rafa entrega-me a pequena e eles saíram.
- Fica aí com ela. - diz a senhora e eu fiquei sem perceber nada. A Margarida olhou para mim e encosta a cabeça ao meu peito.
Onde eu conheço aquela expressão, este cheiro... onde?
Ela fez-me ficar em transe absoluto.
João Neves
- É a filha da Bia? - A Kika afirma.
- Sim, é, mas não podem dizer nada ao António ela é que tem de dizer, queria apenas ver como a pequena reagia. - diz a mãe da Beatriz, ela era médica do Hospital da Luz desde que a Bia foi para a Austrália, ela estava ali porque estava com a Beatriz.
- Vou matar a sua filha. - digo e ela riu-se.
- Pensei o mesmo, mas assim que a vi, passou. - diz e eu olho para o António que continuava em pé com a Margarida.
- A Bia vai passar-se! - diz a Kika.
- Acho que sim! - diz o Rafa.
Depois de alguns minutos a Bia desceu as escadas e procura pelo olhar a Kika, em questão de segundos a sua expressão muda para desespero.
- FRANCISCA? - ela grita e desce as escadas a correr, a sala tinha os vidros escuros, ou seja, de dentro para fora via-se, mas de fora para dentro já não, ela passou a esquina e viu o António de costas. Ela virou-se de costas, e a pequena viu-a.
- Mamã! - Ela olha para a Beatriz e o António pousa a Margarida no chão a pequena corre na direção da Beatriz.
- Eu vou matar a Francisca. - diz baixo, mas o suficiente para ouvirmos.
- Mãe? - Pergunta o António e a Bia engoliu a seco.
