Beatriz Castro
Encontrava-me em silêncio na sala, após o meu irmão ter saído da minha casa, tinha acabado de chegar a casa e a vontade de chorar era grande. Portanto chorei!
Tinha uma dor aguda no peito já há alguns dias, e eu sabia o que era, era ansiedade, acalmo-me quando ouço a maldita campainha, que som irritante.
Limpo as lágrimas e quando percebo quem era quis matar a minha vontade de ser educada e dizer para esperar.
O Neves e o Rafael estavam a minha espera para abrir a porta, desde aquela ligação com o António que realmente ele nunca mais disse nada, pensei que tivessemos ficado esclarecidos, mas parece-me que não.
- Seja o que for, nada vai mudar a minha opinião! - digo a abrir a porta.
- Viemos ver-te, só isso! - disse o Neves. - Temos saudades tuas!
Dei-lhes passagem para a casa e eles admiram o hall por breves segundos, guiei-os até a sala e espero que eles dêem o primeiro passo, eu sabia que não era apenas por isso o motivo da visita, não era burra!
Eles não deram o primeiro passo, adianto-me.
- Eu sei o que vieram fazer. - digo.
- Beatriz, ouve o António é estúpido! - disse o Rafael. - Ele confia demasiado nos colegas dele, não tens culpa, não foi intenção dele dizer o que disse.
- Mas disse, eu não quero fama, muito menos o dinheiro dele.
- Nós sabemos, e ele sabe, foi uma estúpida brincadeira do Neres, do Samuel e do André.
- O Neres tem idade é para ter juízo! Ele é pai, gostava que fizessem o mesmo a filha dele, ele não iria gostar! - digo.
E nenhum me deu resposta, como o esperado.
- Peço-te por mim, não por ele, por mim e pela equipa, fala com ele, com calma, não precisas de o perdoar muito menos de voltar para ele, fala só com ele, por favor. - Diz o Neves.
- Vou ver o que posso fazer!
- Não, vais falar com ele, porque ele está a jogar mal, e para jogar mal, prefiro jogar com a minha mãe. - diz o Neves.
- Okay, eu falo com ele, mas não pensei que isto muda alguma coisa. Não vai dar em nada. - digo e ambos sorriram, passados uns dias o António veio cá há casa jantar.
Ele quis preparar tudo, então eu deixei, tranco-me no quarto, até que ele veio chamar-me, estava nervosa, não sei bem porque.
Vejo a mesa assim, e não disse nada, o jantar estava delicioso, e acreditem ou não foi a melhor comida que já comi.
- Puseste veneno? - Pergunto.
- Não, porquê?
- Isto está delicioso! - digo e ele sorriu.
Bebemos umas 3 garrafas de vinho, apenas porque as falas eram curtas e os diálogos não passavam de frases soltas curtas.
Não percebo como estávamos assim, totalmente desconhecidos.
- Tenho saudades tuas! - diz a aproximar-se de mim, eu também tinha, acabámos por nos beijar, era efeito do álcool, porque eu já estava a ver dois dele.
O beijo estava intenso, e com o álcool a mistura éramos dois loucos, possuídos pela saudade, eu estava furiosa, furiosa por tentar debater-me contra aquela excitação, mas não conseguia, eu queria-o, mas não o queria.
- Eu odeio-te! - disse a tirar a camisola dele e ele o meu vestido.
- Não é minha intenção. - diz a beijar os meus lábios, mordeu o meu lábios diversas vezes e eu apenas queria-a agora mais do que nunca.
- Eu odeio-te tanto! - digo a beija-lo, o meu corpo queimava o dele estava wm brasa, o caminho para o meu quarto foi fácil de achar, tudo nele parecia novo, ele manda-me para a cama, e eu puxo-o pelo pescoço, reviro as posições e tiro-lhe as calças, ele vira as posições novamente e beija a minha barriga.
Continua o trilho até a minha intimidade, eu gemi, ele agarra-me a mão e eu aperto-a com força.
(...)
Acordo com ele em cima de mim.
A minha cabeça explodia e eu queria era apenas dormir. Olho para o relógio e vejo que estava completamente atrasada.
Levanto-me demasiado rápido, mas recupero os sentidos, tomo banho, visto-me e quando olho para ele nu ali, eu sabia que tinha acabado de comer o meu maior erro.
Escrevo-lhe uma mensagem e ponho-a na mesa da cabeceira perto do telemóvel, respiro fundo antes de passar a mão pela sua cara.
- Desculpa Tojo! - digo prestes a chorar, saiu a correr de casa e vou até a Sport Tv. - Liliana! - vejo a minha chefe. - Desculpa ter chegado tarde.
- Pensaste na minha proposta?
- Sim, eu faço aqueles dois 2 anos na Austrália para os Jogos Olímpicos. - Ela sorriu.
- Ainda bem, pensava que tinha que mandar o Pedro. Vamos tratar disso. - disse e eu sigo-a. Se aquele era um erro? Era, sim, mas eu tinha que sair de Portugal.