beacastro4 Depois de quase 1 ano sem postar nada, posto esta foto linda na Austrália
joao_neves87 Desaparecida, linda, mas desaparecida.
francisco.castro Bem podia morrer
rafaelalexandresilva Linda do meu coração, diz-me onde andas, se não morro aqui
rita.elias Doida, desapareces
ssim do nada!carolinaoliveira Mataste-me assim. Espero que estejas bem!
Decido desaparecer de vez das redes sociais e postar apenas no Twitter de coisas dos jogos Olímpicos, depois de um ano posto aquilo e não esperava outra coisa.
Como comprei um novo telemóvel e um cartão, nunca mais mexi no telemóvel que usava em Portugal, quando o reencontro, percebo vários memórias entre elas o António.
Via-o sempre, todos os jogos, eu disse que o apoiava.
Percebi alguns meses depois, que o António é uma paz de alma, e nunca faria aquilo que fez de propósito, mas agora que tive tempo para pensar percebi que fui um pouco ríspida e bruta, mas estava feito e teve mesmo que ser. Acho que ambos precisávamos.
- Quando regressas a Portugal? - Pergunta um colega meu.
- Daqui há 2 dias, não acredito que passou-se quase 2 anos desde que vim. - digo em tom de lembrança.
- Fizeste um bom trabalho! - diz.
- Obrigado! - digo e despeço-me dele.
- A pequena está boa? - Ele apanhou-me de surpresa.
- Quem? - Pergunto desorientada
- Não tens uma filha pequena? De quase 2 anos?
- Ah sim, tenho! - digo. - Está boa, está na escola.
- Fui buscar a minha filha ontem e vi-a é uma querida. É a tua cara! - diz e eu coro.
- Obrigada! - digo.
- Faz Boa Viagem se não nos ver-mos mais uma boa vida e quando puderes volta! - diz e eu abraço-o.
- Obrigado por tudo e agradece a Helena por me ter ajudado. - digo.
- Eu vou dizer. Boa Sorte para o regresso! - diz e deixa-me sozinha na sala. Respiro fundo e tento controlar-me.
Acho que eu também fui apanhada de surpresa, quando comecei a vomitar tudo o que comia, as mudanças de humor repentidas, o sono excessivo, eu estava grávida e era dele. Só podia!
Não lhe disse, é errado, cliché, mas iria dizer que tinha uma filha dele? Yha, óbvio, mas não pensei e agora que penso, posso vir a ter um grande problema, não acho que ele seria daqueles de ir a tribunal e julgar-me pelo que fiz, mas em parte um filho aos 25? Destruia-lhe a carreira em menos de nada.
Seria pior se ele fosse pai, aos 19, mas mesmo assim.
Cheguei a creche, e ela veio na minha direção, uma menina linda, podia dizer, não era só porque era minha filha.
Ela agarra-se a mim, e abraça-me.
- Mamã! - sorri e beijo a sua testa.
- Último dia, como estamos? - Pergunta a educadora, uma amiga que fiz entretanto.
- Nervosa! - digo a agarrar as coisas dela.
- Vais dizer-lhe não vais? - Pergunta e eu abaixo a cabeça. - Bia, não faças isto a ti própria, não mereces estar a enfrentar isto sozinha, diz ao teu irmão, aos teus pais, e especialmente ao António, sou tua amiga, mas ela precisa de uma família, e tu tiveste uma, sabes como isso é importante. Pensa nisto. Ela é única, mas especial. Manda-me notícias. Está bem? - Eu afirmo e abraço-a, adoro-te pimpolha. - diz para ela. - Adoro-te Magui. Margarida! - diz e a pequena sorriu. - Boa Sorte, Magui! - diz e eu olho para ela. - Boa Sorte, Bia! - Sorri.
- Adoro-te Emma! - digo e ela sorriu. - Obrigado por estes quase 2 anos. - digo e despeço-me dela e das restantes meninas que ali estavam, levo a Margarida comigo para casa e arrumo mais uma mala para levar.
Estava com medo e acima de tudo apreensiva com aquilo tudo, tenho a certeza que a minha mãe iria cortar-me a cabeça por não lhe ter dito nada, o meu irmão iria cortar os meus braços e pernas e o meu pai? Iria acabar o resto.
Já o António iria destruir o meu coração com aquela cara de cão abandonado, ou então iria ajudar os outros a torturar-me.
Mas agora era tarde para pensar nas possíveis mortes que teria, porque o mal já estava feito.