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Beatriz Castro

O tempo que fiquei sem reação, foi bastante duro para ele, porque para mim foi como se tivesse morrido e tivesse voltado a vida.

- Estás a falar a sério?

- Não! - Olho para ele. - Claro que estou! Acho que já deveria ter-te dito antes, só que tive medo, medo de não quereres nada comigo, medo de tudo, tive Medo. - Mantive o meu olhar sobre ele. 

- Eu também  tive medo, por isso foi-me embora naquele dia, fiquei magoada, porque pensei que não sentias o mesmo.

- Estás a gozar? Eu amo-te se calhar desde aquele dia em que te mandei mensagem, posso estar a exagerar, mas tu despertas-te algo em mim, algo grande, algo inexplicável, algo que até hoje não compreendo o que é. Demorei muito tempo para perceber o que era, mas ao final disto tudo, percebi que gostava de ti, não por amizade, mas por amor. Eu quero continuar a ser teu melhor amigo, teu confidente, mas também quero que sejas a minha parceira, o meu pilar, quero que sejas oficialmente minha. Não quero esperar mais.

- E depois? Não vivemos juntos, nem sequer...

- Eu faço milhas para ver-te, eu não me importo, eu quero e que sejas minha. Tu não queres? Não queres assumir de uma vez por todas?

- Quero, mas não é fácil!

- Nunca vai ser, mas se não tentarmos nunca saberemos se fizemos o certo ou não?

- Quando fui para a África, andaste a ter aulas de boas maneiras?

- Aprendi com o Musa algumas coisas. - Sorri.

- Aprendeste bem então! - digo e ele sorriu.

- Posso beijar-te outra vez? - Eu afirmo e  ele colou os nossos lábios.

O tempo passou a correr e acabámos por adormecer. Acordo assustada e cheia de feio, percebo que a maré tinha subido. Tento acordar o António, mas tenho a certeza que morreu.

- António? - Chamo-o vezes sem conta, mas nada, vejo a água a subir e deixei-o  molhar-se, ele acorda desorientado e todo molhado, começo a rir, ele olha para mim chateado, mas rápido lhe passa. - António, tu nem penses! - digo quando percebo a ideia. - Não António. - Ele começa a correr atrás de mim, mas para jogador ele corria muito devagar,  eu corria três vezes mais rápido, tenho a certeza que ele estava a fazer de propósito, mas eu também não era sedentária. - Dá-me tempo! - digo longe, e ele para a alguns metros de mim, eu paro para respirar, e ele apanha-me. - Não António, eu disse Dá-me tempo!

- Não estamos no Basquetebol para dar-te tempo. - diz e corre em direção ao oceano gelado.

- Não António, está fria! - digo a agarrar-me a ele.

- Tu deixaste-me molhar-me!

- Não, eu tentei acordar-te, mas tu nada! - digo.

- Rires de mim também não ajuda a festa! - disse e eu abano a cabeça.

- Por favor Tojo, não! - Não adiantou grande coisa já que ele entrou dentro de água na mesma. Eu não o largo, por isso ele mergulhou comigo. Largo-o apenas depois de estar completamente molhada.

- Ficas linda assim, chateada. - Atiro-lhe água para a cara e ele faz o mesmo.

Ficámos ali até bastante tempo, até que lembro-me que não tinha levado o telemóvel e que não  dormi em casa, o meu irmão deve estar preocupado, ou então a dormir.

Chegámos os dois e cada um entrou na respectiva casa, vou até ao quarto do meu irmão e vejo-o a dormir, pelo silêncio da outra coisa percebo que ainda ninguém tinha acordado.

Recebo uma mensagem era ele.

"Ainda está tudo a dormir"

"Pois aqui também"

"Bia? O que vamos fazer?"

"Nós vamos para o iate o dia todo, querem vir connosco?"

"Pode ser, encontramos-nos onde? O Edgar disse que conheceu umas meninas e elas vão encontrar-se com eles, achas que há problema se elas forem?"

"Acho que não, aquilo dá até 10 pessoas, é a conta!"

"Sim, vou tomar banho, e quando o Francisco acordar diz alguma coisa"

"Tu o mesmo"

Finally Together | ACABADAOnde histórias criam vida. Descubra agora