Beatriz Castro
A minha mãe está melhor graças a Deus, foi uma bactéria.
Já estava em Lisboa a morar e finalmente estava ao lado António, parecia um sonho realizado, estava no meu emprego dos sonhos, com o namorado perfeito e a minha vida não poderia ser melhor, mas quem diria que se respondesse aquele Lampião naquele dia as coisas iriam ser assim, tão boas.
Hoje iria entrevistar o João Neves, ia ser engraçado.
- Então Lagarta! - diz ao ver-me chegar com a equipa de gravação ao Seixal.
- Então Lampião. - digo a cumprimenta-lo, iria ser uma entrevista informal, já que os produtores tanto do Benfica tanto da SPORT TV acharam engraçado eu morar com dois jogadores promissores.
- Como vai ser isto? - Pergunta.
- Vou fazer-te umas perguntas form ais para começar, depois seguimos para umas mais engraçadas, no final acabámos com as perguntas dos adeptos e fãs. - digo e ele sorriu a sentar-se a minha frente numa cadeira.
- Estás a gostar? - Pergunta.
- Estou! - digo e ele sorriu. - Vamos começar, tenho treino daqui há 40 minutos, não me quero atrasar. - diz mandão.
- Aqui quem faz as regras sou eu. - digo a rir e ele sorriu.
- Se o teu namorado sabe disso.
- O meu namorado deixa. - digo e ele riu-se.
Para a primeira entrevista até que correu bem, mas também foi com alguém que conhecia bem e eu não era uma pessoa estranha para o Neves o que facilitou nas perguntas mais sérias.
Arrumo o material e despeço-me do pessoal, vejo o treino deles e durante o mesmo recebo uma mensagem do meu pai.
Vem ter comigo, hoje às 18:30, nesta morada
Bairro Camões N°56 Conjunto de Prédios 4
Respondo a mensagem e continuo a ver o treino.
- Por hoje acabámos, amanhã podem ficar em casa. - disse o Roger em inglês, alguns ajudam a recolher os equipamentos e eu acabo por sair das bancadas para a zona de saída, fiquei entretida a ver um dos takes da entrevista do Neves.
Sou surpreendida pelo António.
-Gosto do cheiro! - Digo e ele cora.
-Enganei-me a trazer a embalagem. - Eu sorri e beijo-o.
-Arrumei um quarto, por favor! -Diz o Neres.
-Até parece que nunca foste um jovem apaixonado. -Diz o Rafa.
-Fui! Mas tu não me ligavas nenhuma!
-Tinhas que ir mais fundo. - diz o Rafa a rir.
Ficámos na conversa até que decidimos ir, eu sigo diretamente para o encontro com o meu pai, o Neves e o António tinham vindo comigo, o Neves tinha o carro na oficina e o António é um ser preguiçoso.
Vejo o carro do meu pai e estaciono atrás do dele. Cumprimenta-o assim como fazem os dois seres humanos que vieram atrás.
- Então pai! - Pergunto ansiosa. Onde estávamos era uma zona de bairros da classe média/alta, eram prédios novos acabados há pouco tempo.
- Eu e a tua mãe falámos, e como comprámos uma casa ao teu irmão, decidimos comprar-te uma casa também. - Olho abismada para o meu pai, e ele segue para um prédio, entrámos no elevador e ele carrega no 9 botão, ele entra na segunda casa a esquerda, e quando vejo a casa, estava completamente vazia, sem mobilia digo, a excepção da cozinha que tinha armários novos, e já um fogão emputido.
- Pai, isto... não tenho palavras! - digo e ele sorriu.
- Obrigado!
- Obrigado Pai! - digo e abraço-o. Ele entrega-me a chave e eu fico sozinha na casa com os rapazes.
- Bem, parece que já tenho uma casa, posso finalmente decorar como quiser. - digo e o Neves sorriu a percorrer a casa, já o António ficava quieto, abraço-o por trás.
- O que foi baby? - Pergunto a beijar as suas costas por cima da blusa.
- Vou ter saudades tuas. Não queria que nos afastassemos. - diz triste.
- Baby, não vou para a Noruega, venho apenas para 20 minutos de distância. - digo, pois o bairro ficava perto da casa dele.
- Eu sei, mas não é a mesma coisa. - diz e eu beijo o seu pescoço.
- Eu amo-te e serás sempre Bem-Vindo aqui.
- Como tu lá em casa. - diz a beijar-me.
Fechei tudo e quando tivesse a minha próxima folga, iria começar a mudar-me para ali.
O que aconteceu uns meses depois, após ter a casa toda em ordem e mobilada.
O António não gostou muito, mas no final até gostou de termos uma casa onde não fossemos interrompidos por dar-mos simples beijos.
Quando me deito na cama nova, adormeço depois de alguns minutos, estava tão orgulhosa do que fiz na casa que adormeço a sorrir.