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Francisco Castro

Ver a minha irmã daquela maneira, deu-me ansiedade, não percebi porque ficou assim, ela ontem estava bem.

Ouço-a chorar compulsivamente e aquilo fez-me um nó no estômago, apesar das brigas fuleiras nós éramos  muito próximos e nunca nenhum se fechou tanto aquele ponto.

Não podia advinhar o que aconteceu lá em Lisboa, mas eu ia descobrir.

Percebo que a minha irmã não ia abrir a porta assim tão cedo, e vou até ao meu quarto, procuro o número do António na minha lista de mensagens, e quando vou para ligar o telemóvel estava desligado. Respiro fundo e encontro o Instagram do Neves, que por azar não me seguia, e eu fiquei três vez mais em pulgas.

Mando-lhe na mesma uma mensagem.

Sou o Francisco, falámos no outro dia, sou o irmão da Beatriz, queria a tua ajuda! Se puderes!

A resposta veio alguns minutos depois e eu agradeço a Deus. 

Olá puto, sim eu sei, o que foi?

"É a minha irmã, ela está no quarto a chorar desde que chegou e estou preocupado"

Olha eu não sei o que aconteceu, mas não ouvi o António e ela discutirem. O António saiu acho que foi atrás dela e ainda não voltou.

"A minha irmã já está aqui comigo"

Que horas são?

"14:00"

Ele saiu de casa e ainda não voltou. Bem, já trato disso, quando souber alguma coisa aviso-te. E Francisco?

"Sim?"

As coisas vão resolver-se, acredita!

"Pois!"

Não acreditava a minha irmã não era daquelas de chorar por nada. Ou era? Acredito que lá a experiência em África tivesse sido intensa, mas não creio que tivesse mudado assim tanto.

Volto para o corredor e ainda ouço os soluços vindos do interior do quarto, a minha mãe tentou a sua sorte, mas nada, já o meu pai também e eu fiquei com o Eros no corredor. Olho para ele e tive uma ideia.

- Bia?

- Já te disse para ires embora!

- Eu sei, já que não me deixas entrar, porque não deixas o Eros? Ele está aqui triste a olhar para a porta, queria miminhos! - Espero uns segundos e a porta abre-se apenas uns milímetros para passar o cão, que passou assim que viu uma lástima de abertura.

Ouço o cão ladrar, mas por fim calou-se, percebo que ela não tinha trancado a porta, portanto entro, vejo-a a dormir e o Eros nem se mexeu enrolado nos seus braços. Tapo-a e digo.

- Espero que um dia tenhas confiança para me dizeres o que se passou  contigo esta tarde! Fico preocupado, e tu sabes!  - digo a beijar a sua testa.

Vou até ao meu quarto e fui adicionado a um grupo qualquer, e percebo que era do Benfica.

Neves: Olhem que dois, depois deste momento, o António está a chorar, e a Beatriz foi-se embora

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Neves: Olhem que dois, depois deste momento, o António está a chorar, e a Beatriz foi-se embora.

Francisco: Sou o irmão da Beatriz e a minha irmã chorou a tarde toda. Tentei falar com ela e nada.

Neres: o António é um burro!

Samuel Soares: Foi-lhe dizer que seriam apenas amigos e a menina gosta dele.

Neves: Burro!

Aursnes: Ainda fica com mais traumas por ser do Sporting!

Francisco: O péssimo gosto dela já não me afeta!

Rafa Silva: Que péssimo gosto!

Florentino: E vão de férias juntos?

Neves; Mais férias improvisadas!

André Gomes: Bem também não sei, quem souber pormenores que diga!

Artur Cabral: Vocês são um bando de fofoqueiros, isso sim!

Chiquinho; Isso é porque ainda não viste nada!

Francisco: Olhem uma menina aparecida  triste!

Francisco: Olhem uma menina aparecida  triste!

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(Finjam que é morena)

Neves: Abraça-a por favor.

Neres: Ai não posso ☹☹

Francisco: eu vou falar com ela.

Desligo o telemóvel e olho para a minha irmã, ela abraçou-me e começou a chorar outra vez.

- Oh Bia, fogo, o que se passa?

- Eu sou tua amiga?

- És !

- E sou amiga do António, por isso acho que devo ficar contente por isso. - Ela diz.

- Tu gostas dele?

- Eu? Nunca.

- Se não gostas porque estás assim?

- Porque estou com o período menstrual e quero chorar e bater em alguém.

- Em mim não!

- Em ti não. - diz e foi para a cozinha.

- Consegues explicar-me porque estás assim? Discutiste com ele?

- Não!

- Beijaram-se?

- Não!

- Então que bicho te mordeu?

Ela ficou bastante séria a olhar para mim, mas o silêncio manteve-se.

- Se não dizes o que se passa, não posso ajudar-te! - digo.

- Eu gosto do António, mas não é gostar de gostar, eu amo o António, e fui burra ao pensar que ele também sentia o mesmo. - Ela desabafa. - Bem, não interessa, agora sei que ele não quer mais do que amizade, por isso não vale apena prender-me a alguém que não vê um futuro connosco, não é assim?

- Acho que sim! - digo.

- Então, eu vou pôr um sorriso na cara...

- Por favor não vás a uma discoteca.

- Não, eu vou para a universidade! Tenho mais do que estudar. Vou lá agora preocupar-me com homens. - diz e eu fico de boca aberta. A minha irmã caia mas rapidamente levantava-se e ela era de ideias fixas o que dificultava o processo do António para a recuperar.

Vejo-a ir para o jardim e percebo que ela ainda não estava bem, mas também não iria dizer mais nada. O que estava dito estava dito.


Finally Together | ACABADAOnde histórias criam vida. Descubra agora