21.

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António Silva

Acordo no dia seguinte com o Neves no meu quarto.

- O que fazes aqui? - Pergunto a sussurrar já que lembrei-me de repente que tinha a Beatriz a dormir ao meu lado.

- Vim ver de ti! Adormeci e só dei conta que não dormiste no meu quarto, ainda a pouco! - diz e eu puxo-o para fora do quarto, fechei a porta e vamos para a sala.

- Tu tinhas o telemóvel na mão espero que não tenhas mandado nada para o grupo, se não eu mato-te! - digo, e ele riu-se apenas. -  Vou matar-te Neves! - digo. - Assim que ela sair de casa eu mato-te! - Digo e ele fuge para a cozinha.

- Gostas dela? - Pergunta.

- Eu não! - Minto.

- Por favor. Só quem é cego é que não vê. Vocês tem química, uma conexão incrível.

- Eu e ela somos apenas amigos. Não quero estragar isso.

- Por favor! - Ele olha para cima e levanta os braços. - Eu sabia que eras burro, não a este ponto! - diz a pousar as mãos na cintura.

- Ela não me vê mais que um amigo, okay?

- Tens a certeza?

- Tenho!

- Então porque razão, a mulher que tens na tua cama, veio ver-te e conversar contigo pessoalmente, após um ataque de ciúmes da tua parte? Porque razão António? Não consigo perceber se é amor ou é o quê?

- Não é amor okay? Somos amigos há alguns meses, e não vamos passar disso. - digo.

- Tu é que sabes, mas quem perde és sempre tu! - diz e volta para o quarto.

Respiro fundo e passados uns minutos, ouço a porta da cozinha. Olho para o reflexo do vidro e vejo-a.

- Acordei-te? - Pergunto.

- Não! - diz a abanar a cabeça e a entrar para a cozinha.

- Dormiste bem?

- Dormi! - diz.

- Estás bem? - Pergunto e ela afirma.  - Não pareces bem!

- Tenho fome! - diz com um leve sorriso e eu preparo-lhe qualquer coisa.

- Não é grande coisa, mas é o melhor que consigo fazer! - digo e ela por detrás de mim, sorri.

- Eu gosto! - diz e rouba-me o prato, sentando-se na bancada. - Está bom! - disse e ela dá-me a provar, eu aproximo-me dela e como do mesmo garfo.

- Eu sou um ótimo cozinheiro. - digo e ela afirma.

- Eu também acho. - diz cabisbaixa.

- Ouviste alguma coisa? - Pergunto desconfiado.

- Não. Tive só um pesadelo. - diz.

- Porque não dizeste logo?

- Porque não é importante.

- Claro que é importante. - Ela pousa o prato e eu abraço-a.

- Obrigado! - diz. - Eu tenho de ir embora. - diz a sair da bancada.

- Porquê?

- Porque tenho de ir para Universidade. - diz.

- Pois. - digo.

- Vemo-nos em Ibiza. - Ela afirma,ela agarra na mala e depois de tomar banho, e vestir-se, ela despede-se de mim e saí da minha casa, não percebo o corte seco no ar que ficou ali, por isso vou atrás dela.

- Espera! - Digo e ela olha para trás.

- Esqueci-me de alguma coisa? - Diz.

- Não! - digo.

- Então o que se passa? - Pergunta.

- Não sei diz-me tu, estás estranha! - digo.

- Eu estou bem, estou normal. - diz.

- Não, não estás bem nem normal, se estivesses bem estarias a sorrir e não estás. Se estivesses normal, estavas prestes a chorar por nos separarmo-nos outra vez, o que aconteceu?

- Nada! Apenas estou cansada, e vou para casa! - diz.

- Não acredito em ti.

- Tu és sincero no que dizes? - Pergunta e eu afirmo. - Diz António, és sincero?

- Sou! Eu sou sincero. - Digo e ela aperta os lábios e morde o interior das bochechas. - O que se passa Beatriz?

- Somos amigos, melhores amigos, não?

- Sim somos, Bia, não estou a perceber!

- Até daqui há 2 semanas. - diz e beija as minhas bochechas e apanha o autocarro para Sete Rios.

Fiquei na paragem sem perceber nada do que tinha acabado de acontecer.

Volto para casa e vou até o meu quarto, deito-me na cama de barriga para cima e respiro fundo.

Mas o que raio aconteceu?



Finally Together | ACABADAOnde histórias criam vida. Descubra agora