Antes de ir ao orfanato ver Isa, Any decidiu passar na sua terapeuta, precisava desabafar, estava angustiada com o pesadelo, ainda conseguia ouvir o choro sentido de Isa ecoando em sua cabeça. Ao se sentar no consultório de sua terapeuta, Any desabafou sobre o pesadelo angustiante que a assombrava e a ansiedade que estava sentindo em relação a Isa. Cada palavra era um fio que desembaraçava os pensamentos tumultuados em sua mente, permitindo-lhe encontrar clareza e apoio emocional.
Tania: Olá, Any. Como você está se sentindo hoje?
Any: Um pouco angustiada, doutora. Tive um pesadelo terrível envolvendo a Isa.
Tania: Entendo. Quer compartilhar mais sobre o pesadelo?
Any: Era como se Isa estivesse chorando muito, e eu não conseguia ajudá-la. Foi assustador - voz embargada
Tania: Pesadelos podem ser expressões de nossas ansiedades. Como você tem se sentido em relação à Isa ultimamente?
Any: Eu a amo tanto, fico mal quando ela passa o final de semana comigo e chega agora de devolvê-la ao orfanato, meu coração dói tanto
Tania: É compreensível que isso gere preocupações. Como você está lidando com esses sentimentos?
Any: Estou tentando ficar forte por ela, mas sinto uma angústia constante.
Tania: É normal se sentir assim. Vamos explorar estratégias para lidar com essas emoções e como você pode apoiar a Isa da melhor maneira possível.
O diálogo continua enquanto a Tania ajuda Any a processar seus sentimentos e encontrar maneiras construtivas de lidar com a situação.
Any: pra mim foi tão difícil encarar Poncho depois de tanto tempo, mais difícil ainda foi dizer a verdade sobre o motivo de ter terminado com ele, a princípio ficou furioso comigo, mas depois me entendeu, me apoiou e agora está disposto a ficar comigo e retomamos nosso relacionamento de onde paramos e ele assim como eu quer muito adotar a Isa
Tania: Abrir seu coração e compartilhar a verdade pode ser desafiador, mas parece que a comunicação aberta trouxe uma compreensão mais profunda entre vocês. É inspirador ver como vocês estão dispostos a enfrentar os desafios juntos. Como você se sente em relação a retomar o relacionamento com Poncho?
Any: Estou feliz por ter tido coragem de falar a verdade e por ele ter entendido. Retomar o relacionamento é como uma segunda chance para nós. Ainda há desafios, mas agora temos uma base mais sólida para enfrentá-los.
Tania: É um passo significativo em direção ao crescimento e ao fortalecimento dos laços. Continuem se apoiando mutuamente e trabalhando juntos para construir uma família amorosa. Estou aqui para apoiar vocês ao longo desse processo.
Any: Obrigada, realmente precisávamos dessa orientação para seguir em frente.
Tania ouvia com empatia, oferecendo orientação para lidar com os sentimentos intensos que surgiam. Fortalecida pela terapia, Any partiu para o orfanato com uma perspectiva renovada e a determinação de proporcionar um ambiente seguro e amoroso para Isa.
Ao chegar no orfanato, logo no jardim de entrada, Any se deparou com a Madre superiora e o padre Carmelo juntos, suas expressões eram sérias e preocupadas, Any os conhecia o suficiente para saber que algo estava muito errado.
Any: Madre Superiora, Padre Carmelo, como estão?
Madre: Any, que bom que você veio, já ia mesmo te ligar, precisamos conversar
Any: Aconteceu alguma coisa?
Madre superiora e Padre Carmelo se entreolharam com um ar de preocupação.
Madre: Any, precisamos falar sobre Isa. Houve algumas complicações.
Any: O que aconteceu? Por favor, diga-me
Padre Carmelo: Infelizmente, houve alguns problemas legais relacionados à adoção. Parece que há algumas questões que precisam ser resolvidas.
Any: Não pode ser... Eu estava tão certo de que tudo estava dando certo - angustiada
Padre Carmelo: A mãe biológica de Isa reapareceu. Ela quer reaver a guarda dela.
Any: Mas... eu estava tão certo de que Isa poderia ficar comigo. Como isso aconteceu? - chocada
Madre: Foi uma surpresa para todos nós. Parece que ela tomou conhecimento da situação recentemente e decidiu intervir
Any: Isa é como minha filha, eu cuido dela desde quando ela chegou, não posso simplesmente desistir dela e deixá-la para uma estranha - desesperada - Eu a amo profundamente
Padre Carmelo: precisamos lidar com isso legalmente. A mãe biológica tem direitos, e teremos que passar por um processo para resolver essa situação
Madre: Procuraremos orientação jurídica para garantir que os direitos de Isa sejam respeitados. Estamos ao seu lado, Any.
Any: Não posso perdê-la... Isa é tudo para mim.
A tarde caía sobre o orfanato, e o coração de Any pesava com a incerteza do futuro de Isa. Ela se encontrava em uma encruzilhada de emoções, com medo de perder a garotinha que se tornou a razão de sua vida.
Any caminhava pelos corredores do orfanato, perdida em pensamentos, enquanto a angústia se misturava com as lágrimas silenciosas que escapavam de seus olhos. A notícia de que a mãe biológica de Isa havia reaparecido era como um turbilhão, ameaçando levar consigo a estabilidade que a pequena família começava a construir.
Ao se deparar novamente com Madre Superiora e Padre Carmelo, Any tentou manter a compostura, mas a dor refletida em seus olhos era evidente. A incerteza pairava no ar, e o que antes parecia uma jornada promissora agora se via ameaçado.
Madre Superiora, com sua serenidade, tentava transmitir consolo a Any, enquanto Padre Carmelo oferecia palavras de apoio. A luta pela guarda de Isa se intensificava, e Any entendia que precisaria enfrentar um desafio monumental.
No entanto, a chama de determinação dentro de Any não se apagava. Ela estava disposta a lutar por Isa, não importando as adversidades. Era o amor que nutria por aquela menininha que impulsionava Any a enfrentar o desconhecido e proteger o vínculo que havia construído com tanto carinho.
O sol se punha no horizonte, lançando uma luz dourada sobre o orfanato. Naquele instante de incerteza, Any respirou fundo, prometendo a si mesma que faria o que fosse preciso para manter Isa em sua vida, mesmo que isso significasse superar obstáculos aparentemente intransponíveis. O capítulo estava longe de terminar, e Any estava determinada a escrever o final que Isa merecia.
