Any, ao chegar ao orfanato, notou madre superiora no jardim, envolvida em uma conversa séria com uma mulher misteriosa. O murmúrio das folhas ao vento era a trilha sonora daquele momento carregado de expectativas e mistério. A mulher, ao perceber Any, interrompeu a conversa e encarou com olhos penetrantes, como se tentasse decifrar algo em sua expressão. A mulher, cujos traços remetiam a uma familiaridade desconcertante, fixava os olhos em Any, criando uma aura de suspense.
Any, decidida a enfrentar a situação de frente, caminhou até Madre Superiora e a mulher misteriosa. O tenso silêncio pairava no ar, enquanto os olhares convergiam para Any, aguardando sua interação.
Madre Superiora, com uma expressão séria, decidiu quebrar o gelo:
Madre Superiora: Any, esta é Fátima, a mãe biológica da Isa. Fátima, esta é Any, a pessoa que tem cuidado amorosamente de Isa desde que ela entrou aqui
Any, ao ouvir que Fátima era a mãe biológica de Isa, sentiu as pernas tremerem e o estômago revirar. Um misto de emoções invadiu seu peito, enquanto tentava processar a presença da mulher que, de repente, representava uma ameaça à sua relação com Isa.
Madre: Any, esta é Fátima, a mãe biológica de Isa.
Fátima: Any, eu ouvi muito sobre você.
Any: Já eu, nunca ouvir falar de você, que quer com a Isa?
Fátima: Ela é minha filha, e eu quero tê-la de volta.
Any: É fácil né, abandonar a própria filha e depois de cinco anos surgir como se nada tivesse acontecido
Fátima: Eu cometi erros, mas estou pronta para ser mãe dela agora
Any: Você deveria ter estado pronta desde quando ela estava com você, agora já é tarde demais, a Isa é minha filha e eu farei de tudo para protegê-la
A tensão no ar era palpável, enquanto as duas mulheres enfrentavam uma situação delicada e cheia de emoções conflitantes.
Madre: Meninas, precisamos resolver isso de uma maneira que seja melhor para a Isa.
Any: Desculpe Madre, mas não tem oque ser resolvido aqui, Isa está feliz comigo. Não vou deixar que a tirem de mim.
Fátima: Eu sei que perdi muito tempo, mas sou a mãe biológica dela.
Madre: Precisamos considerar o que é melhor para a Isa. Talvez uma convivência conjunta seja possível.
Any: Grande coisa que ela é a mãe biológica, não pensou quando abandonou a filha, convivência conjunta? Eu não sei se consigo aceitar isso
Fátima: Eu só quero uma chance de ser mãe para ela.
Any: Você perdeu a sua chance quando abandonou a Isa...
Fátima: E se fosse com você?
Any: Jamais faria isso com um filho meu, e se fosse meus pais biológico aparecendo depois de muito tempo, jamais iria perdoa-los, só quem sofreu com o abandono sabe como é traumático!
Fátima: Eu entendo que você a ama, mas sou a mãe biológica dela. Eu preciso fazer parte da vida da minha filha.
Any: Isa é minha filha, não importa o que os documentos digam. Eu a amo incondicionalmente.
Fátima: Eu sei que perdi tempo, mas quero compensar e estar presente na vida dela
Any: Em quase cinco anos Isa nunca precisou de você, não vai ser agora que vai....aqui ela tem pai, tem mãe, tem avós, tios, amigos, tem uma família completa que a enche de amor, então não venha me dizer que precisa estar na vida dela porque ela não precisa de você
Madre: Calma Any
Any: Calma nada Madre, amo a Isa com todas as minhas forças, sou capaz de tudo por aquela garotinha, essa mulher deveria ter vergonha de abandonar aquele pequeno anjo, Isa é a criança mais maravilhosa e incrível que já conheci, não sei como essa senhora teve a capacidade de fazer oque fez - voz embargada - Eu estive aqui quando ela chegou, eu estive aqui em todas as fases dela, eu estive aqui quando ela disse as primeiras palavras, quando nasceram os primeiros dentinhos, no primeiro aniversário, quando ela deu os primeiros passos, quando foi a primeira vez pra escolinha, quando ela teve catapora..então não venha me dizer que eu não sei, porque eu sei sim, estive aqui desde o começo e pretendo estar até o meu último suspiro, porque a Isa é o amor da minha vida!
A discussão refletia a batalha entre o amor que Any dedicava a Isa e o anseio de Fátima por uma segunda chance como mãe. O dilema continuava, e a resolução parecia distante.
Any: Não pense que vou desistir dela, porque eu não vou....Isadora é minha filha e eu vou lutar por ela até o fim, porque é isso que as mães fazem!
Com o coração apertado e os olhos marejados, Any permaneceu firme em sua determinação. O amor por Isa pulsava forte em seu peito, e a batalha pela guarda se tornava mais intensa a cada instante. No meio da incerteza, Any encontrou forças para enfrentar o desconhecido e proteger a menina que conquistara seu coração. O orfanato, cenário de tantas emoções, agora testemunhava uma luta feroz entre o passado e o presente, entre a mãe biológica e a mãe de coração. O destino de Isa pendia numa balança frágil, e Any estava disposta a lutar até o último suspiro por aquela que considerava sua filha. O capítulo se encerrava com lágrimas contidas, mas a chama da esperança ainda brilhava nos olhos de Any, determinada a vencer qualquer obstáculo pelo bem de Isa.