Capítulo 05

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"Acredito que nada é por acaso, tudo que se passa é por uma razão, seja ela esperada ou não, temos nosso proprio tempo e o nosso destino também, nem sempre vamos aceitar ou concordar com que vier a acontecer, só nos resta deixar o tempo correr"

Após encontrar Maite na festa, Alfonso saiu de lá às pressas, estava se sentindo sufocado, não esperava ter que lidar com vestígios do seu passado, passado esse que demorou muito pra esquecer.

Orlando: Oscar me contou, quer conversar?

Poncho: não quero falar sobre isso

Orlando: ela falou alguma coisa?

Poncho: não, saí de lá antes que ela pudesse piscar

Orlando: sei que te magoou muito, mas acho que já passou da hora de seguir em frente

Poncho: e segui, só não quero ter contato com nenhum deles

Orlando: eles não tem culpa

Poncho: eu sei que não, mas não quero aproximação com nada que me lembre ela, ela fez a escolha dela quando terminou comigo, e agora eu faço as minhas escolhas em não querer saber nada dela!

Orlando: tudo bem

Poncho: conheço Maite o suficiente para saber que, seu eu tivesse dado corda, na primeira oportunidade iria falar dela

Orlando encara o filho

Poncho: quero esquecer esse assunto

Orlando levanta as mãos dando o assunto por encerrado.

Poncho: oque te trouxe aqui, plena segunda feira? O senhor não é de vim me visitar na empresa

Orlando: preciso de um favor

Poncho: diga

Orlando: preciso que você leve um cheque até o orfanato

Poncho franze a testa

Poncho: eu?

Orlando: é você, não poderei ir porque tenho um reunião, vou deixar sua mãe fazendo comprar e vou, Oscar está fora da cidade, parece que os pais de Emma não estão bem e ele foi com ela, sobrou pra mim ir na reunião no lugar dele, só me restou você, por favor quebre essa pro seu velho

Orlando e Elsa são um dos bem feitores do orfanato, eles ajudam financeiramente há muitos anos.

Poncho: há pai, porque eu? O senhor não pode ir lá amanhã? Ou no decorrer da semana?

Orlando: não dá meu filho, combinei com o Padre Carmelo que esse cheque chegaria hoje nas mãos dele, quebra essa vai!

Poncho: tem outro jeito?

Orlando: infelizmente não

Poncho: está bem - revirando os olhos

Orlando: obrigada filhão, agora tenho mesmo que ir, ou vou me atrasar!

Orlando entrega o cheque, se despede do filho, e em seguida sai às pressas para seus compromissos.

Poncho: que saco

Como tinha a manhã livre, Poncho decidiu que iria até o orfanato naquele mesmo instante, assim não teria com oque se preocupar. Ele se levantou da cadeira, pegou carteira, chave do carro, o celular e saiu.

O orfanato não ficava muito longe, Poncho conhecia muito bem aquele trajeto, afinal já havia o feito diversas vezes em alguns  momento do seu passado

Em menos de quinze minutos, Poncho já havia chegado, desceu do carro, travou a porta e acionou o alarme. A cada passo que dava conseguia ouvir com mais clareza as crianças brincando. Fazia muito tempo desde a última vez em que estivera ali, de longe avistou algumas crianças jogando bola, outras brincando com alguns brinquedos que estavam espalhados pelo pátio, tinha crianças pulando amarelinha, pulando elástico, brincando de boneca.

Ao desviar o olhar para frente, Alfonso viu o exato momento em que uma menina, pequenina corria pelo pátio em sua direção. Ela arrastava pela orelha, um enorme coelho de pelúcia, cor de rosa, o susto veio quando ela tropeçou e caiu.

Mas do que depressa Poncho correu até a garotinha, que chorava copiosamente.

Poncho: não chore

Ao socorrer a pequena, ele percebeu que ela havia ralado a testa e o joelho.

Poncho: vai ficar tudo bem

A pequena chorava de soluçar, os olhos cor de oliva se cruzaram com os olhos cor de jabuticaba, Poncho não sabia explicar, mas naquele momento sentiu uma forte ligação com a pequena, seu extinto naquele momento foi de protegê-la.

Ele a pegou nos braços, e a levou para a enfermaria, ficou o caminho todo tentando acalmar o pequeno anjo de olhos cor de jabuticaba.

"Coincidências para alguns e propósitos para outros, a vida sempre nos traz surpresas e por vezes fala-se: que coincidência! Está é nada menos que uma justificativa falsa de um propósito. Tudo tem um propósito."

Ao chegarem na enfermaria, ela foi atendida pela irmã Felícia, a freira enfermeira.

Irmã Felícia: Isa você precisa tomar mais cuidado, é muito perigo ficar correndo, você poderia ter se machucado gravemente

Isadora: tá doendo

Irmã Felícia: vai arder um pouquinho

Isadora começa a gritar.

Poncho: Ei anjinho, não chore, vai arder só um pouquinho, mas já vai passar, qualquer coisa você pode apertar minha mão com bastante força está bem?

A doçura daquele pequeno anjo, estava amolecendo o coração de Alfonso. Irmã Felícia e Alfonso são pegos de surpresa quando entram feito um raio na enfermaria.

Any: Ó céus, como você está meu amorzinho?

Irmã Felícia: ela está bem, só foi um susto

Any: estava conversando com a Madre na sala dela quando soube, você tá bem mesmo meu amorzinho?

Isadora: sim, o tio me ajudou!

Os olhares de Anahi e Alfonso que até então estavam na pequena, pousaram um sobre o outro.

"Existe uma linha tênue entre coincidência e destino."

Se esquecendo completamente de onde estavam, os dois foram envolvidos em uma série de lembranças, lembranças essas um tanto quanto amargas e dolorosas.

Any: Poncho...

Poncho: Anahí

Uma mistura de sentimentos os envolveram arrependimento, mágoa, tristeza, raiva e faíscas de uma chama que estava apagada.

Irmã Felícia percebeu que o clima pesou, tratou logo de tirar Isa de lá.

Irmã Felicia: como você foi uma boa menina, vou te dar um pirulito

Isadora: Oba!!

Irmã Felícia: devagar mocinha, não queremos outro machucado

As duas saem de mãos dadas.

Any: Poncho, eu sei que a última vez que nos vimos não acabou muito bem, mas eu queria que...

Ele a corta

Poncho: oque aconteceu ficou no passado, você fez a sua escolha, não quero ficar falando disso

Eles ficaram alguns segundos se encarando

Poncho: bom eu preciso ir, já está tarde!

Em um ato rápido ela coloca as mãos nos braços dele, muitas coisas poderiam ser ditas, mas naquele momento eles optaram pelo silêncio, sem dar qualquer chance de Any falar, Alfonso vira as costas e sai de lá o mais rápido que conseguiu.

"Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra."

A cor do Amor AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora