"Naquelas horas que você precisa desabafar, mas, infelizmente não existe ninguém para lhe escutar.. Acaba guardando tudo para si e começa a sofrer."
Sentado na igreja e de cabeça baixa, Alfonso ainda estava digerindo a última revelação de Anahi, ter dado as costas para ela e deixá-la sozinha, pareceu ser a coisa certa a se fazer.
Padre Carmelo: faz um certo tempo desde a última vez que nos vimos
Poncho levanta a cabeça e encara padre Carmelo que acabará de se sentar ao seu lado
Padre Carmelo: não me parece bem, tem algo te afligindo - afirmando - quando quiser conversar sabe aonde me encontrar
Quando padre Carmelo faz a menção de se levantar, Alfonso quebra o silêncio
Poncho: ela não podia ter feito aquilo com a gente
Padre Carmelo se acomoda ao lado de Alfonso
Poncho: eu sei que ela teve os motivos dela, mas isso não dava o direito de decidir tudo sozinha, padre o senhor sabe o quanto eu amava a Anahi, daria a minha vida por ela, planejamos um futuro juntos e ela colocou tudo a perder
Alfonso tinha os dedos entrelaçados um no outro
Alfonso: se ela tivesse me dito desde o início as coisas teriam sido diferentes
Padre Carmelo: você a conhece, sabe o quanto Any é coração, sempre pensando nos outros
Alfonso: mas isso era algo que envolvia a felicidade de nós dois, e sabe de uma coisa? oque ela fez foi errado porque nós dois saímos infelizes, estou com muita raiva, ela foi egoísta!
Padre Carmelo: meu filho vocês precisam conversar, um precisa ouvir o lado do outro sem brigas, vocês só vão conseguir seguir em frente quando se resolverem e colocarem uma pedra no passado, praticar o perdão é um paso importante, mágoa e ressentimento só vai fazer com que se machuquem cada vez mais
"Nada melhor do que uma dor tão profunda a conceder um desabafo, retirando do ser o que você realmente é com os sentimentos que tem e sabe sentir. Às vezes é necessário sentir para que se tenha a certeza de que sua alma não é feita de letras e papel."
Poncho: ela precisa entender que não dependíamos de filhos para sermos felizes, poderíamos sim ter sido felizes sem ter filhos ou poderíamos ter estudado outras saídas, um tratamento ou até mesmo adoção, mas a Anahi foi egoísta o suficiente ao ponto de jogar tudo para o alto, terminar ou continuar com o relacionamento cabia á nós dois decidir, mas como sempre ela quis resolver tudo sozinha
Ele tinha os olhos marejados, era a primeira vez em muito tempo que ele estava desabafando com alguém, sem se preocupar com as lágrimas que brotavam em seus olhos.
Poncho: não precisávamos ter chegado há esse ponto, eu só queria que ela tivesse sido sincera comigo, não me importaria que ela não possa gerar filhos, desde que estivéssemos juntos!
ENQUANTO ISSO...
Após o encontro com Alfonso e toda a revelação, Anahi foi o mais rápido possível para casa.
Mai: oque aconteceu com você?
Any: soube que um casal foi ver a Isa, fui até o orfanato conversar com a Madre, e daí acabei encontrando Alfonso com uma mulher
Mai: não vai me dizer que....
Any: eu acho que sim, que ele e ela querem adotar a Isa
Mai: ô minha irmã, vem cá
Any se deita no sofá, e coloca a cabeça nas pernas da irmã.
Any: eu acabei contando tudo pra ele, e agora ele deve me odiar
Mai: não pense isso
Any: estou desesperada, amo a Isa, Amo o Alfonso e saber que ele vai adotar ela com outra mulher me machuca tanto
Mai: você não pode desistir assim, você é forte e determinada, não deixe se abater!
Any se senta no sofá e encara Mai
Any: eu não vou desistir
Mai: isso mesmo - enxugando as lágrimas da irmã
Any: vou adotar a Isa
Mai: pode contar comigo, estarei ao seu lado até o fim
Any: amo a Isa como se fosse minha filha, não posso e não consigo ficar longe dela
Mai: e quanto ao Alfonso
Any: ele já está com outra, mesmo o amando quero que ele seja feliz com ela, que ela dê a ele tudo oque não fui capaz de dar, estou apenas colhendo oque plantei
"A tristeza é uma telha quebrada na casa da nossa vida, mas a esperança é um cobertor que nos protege."