Capítulo 07

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"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."

Ao entrar na casa da irmã, Maite se deparou com uma cena, um tanto quanto preocupante, o sofá estava repleto de sacolas e um pouco mais adiante, próximo a varanda que dava acesso ao jardim, uma Anahi com o olhar perdido.

Mai: um doce pelos seus pensamentos!

Any: que susto - levando as mãos ao peito

Mai: está devendo? - zuando

Any ficou em silêncio

Mai: aconteceu alguma coisa? Está pálida, parece que viu um fantasma

Any: e de certa forma eu vi

Mai: calma explica isso direito

Any: eu vi ele

Maite encara a irmã franzindo a testa

Any: Alfonso estava lá no orfanato

Mai: vocês conversam?

Any: ele não quis me ouvir, foi curto e grosso!

Mai: ele foi assim comigo também

Any encara a irmã

Mai: eu acho que deveria ser sincera com ele, deveriam conversar

Any: pra que? Ele já deixou claro que ficou no passado, o conheço o suficiente pra saber que jamais vai querer olhar na minha cara

Mai: também pudera né, você terminou com ele, sem nem dizer o porquê, no lugar dele até eu ficaria chateada, você sabe que nunca concordei, deveria ter sido sincera desde o começo

Any: não tive coragem, você sabe que terminar com ele foi a coisa mais difícil que eu tive que fazer, ele é o amor da minha vida e abrir mão dele foi doloroso

Mai: você sabe oque eu acho, ele te amava e eu tenho certeza de que ele iria entender o seu lado, você não agiu direito

"A maior lição da vida é a de que, às vezes, até os tolos têm razão."

Mai: vocês se amavam mais do que tudo no mundo, tinham um relacionamento de anos, e as vésperas do casamento você termina tudo, é compreensível a reação dele

Any: fiquei tão mal, que essa parecia ser a decisão certa na época

Mai: mas você sabe que não foi, você foi egoísta, deveria ter sido sincera desde o começo, eu tenho certeza que ele iria te apoiar

Any: é eu sei, e agora estou pagando o preço 

Mai: acho que deveria contar toda a verdade pra ele, seja sincera dessa vez

Any: já se passaram quatro anos, não acho que ele queira me ouvir, ele nem olhou na minha cara

Mai: você ainda gosta dele? Ó céus que pergunta a minha, mas é claro que gosta

Any: está errada Maite, eu não gosto dele

Any coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha

Any: eu o amo

Mai: deveria lutar por ele, seja sincera, abra o seu coração, diga a verdade, precisa jogar as cartas na mesa

Any: já se passaram muito tempo

Mai: nunca é tarde irmãzinha

Any: pode até ser, mas no momento quero focar na Isa, o aniversário dela está chegando e eu vou fazer uma festinha pra ela

Mai: e oque são todas essas sacolas?

Any: algumas coisas que comprei pra Isa

As duas vão para o sofá, juntas abrem as sacolas e olham peça por peça de roupa, e par por par dos sapatinhos

Mai: ela vai ficar tão fofa, toda blogueirinha

Any: vai né

Mai: quando ela vem de novo? Estou louca pra apertar aquela neném gostosa

Any: vou pegar ela no final de semana, vou levar ela no almoço na casa dos nossos pais

Mai: leva mesmo eles estão morrendo de saudades dela, e se preparem porque o tanto que eles vão mimar ela não tá escrito

Any: e eu não sei

Mai: Any!

Any: oi

Mai: já pensou em adotar a Isa?

Any dobra o vestidinho cor de rosa que tinha em mãos, na sacola e encara a irmã.

Any: já pensei nessa possibilidade, mas acho que no momento não seria uma boa idéia

Mai: e porque não? Vocês são muito apegadas desde quando se viram pela primeira vez, quando ela tinha um ano de idade, ela faz parte da família, amamos muito ela, e ela chama até a mamãe e o papai de vovô e vovó

Any amava Isa mais do que tudo no mundo, realmente pensou diversas vezes em adotar a pequena, porém não sabia se conseguiria adota- la sendo mãe solo, uma vez que eram várias exigências para conseguir dar entrada na adoção.

"O maior erro que você pode cometer é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum."

A cor do Amor AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora