O filho do Pastor ⋆ Nomin

EXTRA

Boa leitura

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JAEMIN

Os anos se passaram tão depressa que até hoje não consigo acreditar que estou quase completando trinta e cinco anos. Tenho vivido um casamento feliz ao lado do homem que escolhi para partilhar minha vida e criar boas memórias. É claro que nossa relação não é nada perfeita, tem muitos altos e baixos, mas isso não interfere em nada, só faz com que a vontade de estarmos juntos cresça ainda mais.

Passe por muitas coisas desde que descobri meu estado de saúde, sinceramente, pensei que não sairia vivo dessa e por meses me deprimi e só sabia chorar. O Jeno foi de muita importância pra mim, assim como ele sempre foi, juntamente com minha mãe, minha sogra, meu sogro e meus amigos — eles foram minha força, mesmo sendo um ser humano falho e cheio de pecados, reconheço que Deus foi o maior entre todos eles — não sei como seria minha vida sem meu loirinho. Hoje ele já não é mais loiro, voltou com seu cabelo para a cor natural, mas se querem saber, para mim, ele continua sendo aquele jovem loirinho que eu conheci há 15 anos atrás. Eu amo esse homem e a cada dia esse amor aumenta e nunca estou acostumado com sua presença repentina quando chega de mansinho para me abraçar, com seus beijos calorosos e cheios de amor e até mesmo do sexo. Para mim, tudo isso ainda é como se fosse novidade, como se fosse minha primeira vez... as sensações que sinto, meu estômago se revirando e uma euforia tão grande, é de um garoto de 19 anos que não conhecia nenhuma dessas sensações maravilhosas.

Ele foi meu primeiro em tudo, meu primeiro amor, meu primeiro beijo, meu primeiro homem e será o único em minha vida. Ele foi aquele que me levou ao céu varias vezes e me fez acreditar em um paraíso só nosso, mas ele também me mostrou seu pior lado e me mostrou como pode ser horrível estar no inferno. Independente dessas versões que conheci de Lee Jeno, nunca deixei de amá-lo. Não somos seres humanos perfeitos, estamos sujeitos a erros e acertos, o importante é sempre reconhecer e procurar evoluir.

Fizemos uma reforma em nossa casa, já que estava passando da hora de uma mudança. Nosso filho Byul, agora está um homem jovem formado — herdando como sempre a rebeldia do pai e seu espírito selvagem — muitas vezes cabeça dura, mas ainda assim obediente. Ele agora tem uma namorada que ama muito e recentemente descobrimos que ele irá ser pai. Eu sei que vocês devem estar chocados, ficamos também quando soubemos, Jeno mais ainda. Eu entendo a preocupação, e até mesmo me preocupo. Byul é jovem ainda, não tem nem um ano que concluiu o ensino médio e agora está que nem louco trabalhando para alugar uma kit net para morar com sua namorada. Não é fácil ser pai ou mãe jovem, eu ainda sinto que Byul deveria aproveitar melhor sua juventude, mas aconteceu e agora ele terá que arcar com as responsabilidades. Eu realmente espero que ela seja um ótimo pai, assim como Jeno foi para ele, tendo o jeitinho dele de ser, mas sempre demonstrou amor, carinho e atenção de pai — tanto que Byul cresceu percebendo e assistindo o descaso da própria mãe, preferindo morar de vez com a gente.

Aos poucos nossa família está crescendo e eu me sinto feliz por isso. Quando olho para trás, não consigo acreditar. As vezes acho que isso tudo é um sonho. As vezes penso que estou em um lindo sonho real, mas que em breve vou acordar com minha mãe mandando eu me arrumar para o culto de domingo.

Sempre tive minha fé em Deus e até os dias de hoje ela permanece, mas não frequento mais a igreja como quando ainda morava com meus pais, acho que por medo de julgamentos, já que eu sou homossexual. Minha adolescência não foi fácil, sempre escondia meus verdadeiros sentimentos, minhas vontades, o que queria ser. Eu sempre andei á sombra do meu pai, tudo que ele falava que eu deveria ser ou fazer, eu me esforçava para ser, pois eu não queria jamais desaponta-lo. No fim, não importa o que eu fazia, nunca era o suficiente para ele que só sabia me criticar.