O filho do Pastor ⋆ Nomin

CAPÍTULO XVII

Boa leitura!

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— Jae, estou curioso para saber sobre uma coisa. — Yuta comenta olhando fixamente para o amigo que estava concentrado no que anotava.

— Hm, fala.

— Naquela noite na casa da Seungwan... Por que você saiu correndo?

— Depois do que aconteceu na piscina o Jeno me levou a força para o quarto e então começamos uma discussão. Ele ficou bravo comigo e veio pra cima de mim. — Ele respirou fundo ao se lembrar. — Eu senti um pouco de medo, confesso. O olhar dele era assustador. Ele estava mesmo com raiva... Então, ele disse que eu teria motivos para dizer claramente que ele era um estúpido que não valia nada. Ele me beijou, de um jeito bruto e começou a marcar meu pescoço,passando a mão em mim sem nenhum respeito. — Ele ri. — Na verdade ele nunca respeitou meu corpo e nessa altura, eu não sou ninguém para julgar, já que fiz o mesmo com ele algumas vezes. Não aconteceu nada pior,apenas isso. Ele pode ser tudo, mas não abusa de ninguém e não colocou as mãos em mim em um modo que me molestasse.

Nakamoto ouvia tudo com atenção. Sua boca estava em um perfeito círculo, seu olhar arregalado,ouvindo tudo - não que era novidade,mas cada vez que um episódio como esse acontecia,era pior e mais intenso.

— Não sei. Parece uma relação abusiva. Jeno não suporta te ver com alguém e sempre faz questão de agir com total posse sobre você, como se ele fosse seu dono. Você gosta dele,Jaemin?

—  O-O quê? - Jaemin se engasga,perdendo completamente sua postura. — Como assim? Não tem como!

— Tem sim, Jaemin. Ouvindo todas as confusões e situações de vocês, eu cheguei em uma conclusão. Mesmo Jeno fazendo isso tudo com você, por mais que você fique irritado, no fundo você sente o impacto que isso te causa e não consegue parar. O que me vem a pensar que você não tem forças para reagir a isso e no fundo seu corpo gosta desse tipo de tratamento. — Ele falava tranquilamente,enquanto Jaemin estava vermelho e com os punhos fechados. — O que é normal. Você jamais experimentou isso, muito menos com um homem. Então, eu estou pensando que você está apaixonado pelo Jeno.

— De jeito nenhum! Eu sou o filho do pastor!

— E daí? Uma coisa não tem nada haver. Você pode ser o filho do pastor e não gostar dessa vida. Não faz mal amar alguém do mesmo sexo,desde que essa pessoa te trate bem e te faça feliz. — Ele suspira. — Sua vida não é diferente da minha. Você quer mesmo isso? Viver uma vida assim? Seu pai te controlando,te privando de sentir e de ser quem você realmente é? Sabe, eu não gosto do Jeno... Até porquê quem tem que gostar não sou eu,mas sei lá... Ele parece gostar mesmo de você,mesmo tendo um jeito rústico e escroto de demonstrar. Ele pode te tratar bem e fazer você feliz.

— Nada haver! Você está bem? — Jaemin foge do assunto. — Jeno não se importa comigo e eu já estou ciente que isso nunca vai acontecer. Também, ele não me vê como você pensa,ok? Pra ele eu sou só um passatempo.

— Aí eu já não sei de nada. — Ele suspira se levantando. — Estou dizendo o que eu acho depois de ver e analisar a situação. O resto e o que você irá fazer em relação a isso é somente com você. Boa sorte,amigo! E só uma coisa, se você gosta mesmo do Jeno e só não faz nada por medo de seus pais e etc. Você trabalha, pode pagar um apê barato e arrumar um emprego que pague melhor. Você é de maior e muito inteligente,pode se virar sozinho e sair debaixo das asas do extremista senhor Na.

— Você está vendo muito filme. Pirou,cara! — Jaemin resmungou ao ver o amigo indo para outro canto. Ele ri. — Sem chances!

Depois de uma manhã cansativa de estudos, Jaemin finalmente pôde voltar para casa. Passou um pouco do seu tempo livre assistindo televisão e assim que estava perto do horário para pegar serviço, tomou um banho e saiu de casa. Não estava tão animado,mas precisava do dinheiro. Não gostava de depender dos pais para tudo e estava pensando no que Yuta havia dito mais cedo — não sobre Jeno, mas sobre si mesmo — Yuta estava certo, morando com seus pais ele não tinha nenhuma liberdade, já que trabalhava,poderia muito bem morar sozinho e pagar o aluguel.