09.

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Maju:

Já tinha acabado meu turno, estava deixando tudo organizado para o menino que fica aqui na parte da noite e fui falar com a Clara.

Maju: já vou indo - avisei e ela concordou.

Clara: eu só vou esperar o Lucas chegar para ir embora também.

Maju: amanhã a gente se ver - beijei a bochecha dela- vou organizar minhas coisas para amanhã.

Falei e fui saindo,a rua já estava um pouco escura,mas ainda tinha gente nas portas de casa.

Falei com o pessoal e quando estava faltando uma rua para poder entrar na minha, uma moto parou bem na minha frente.

Dei um pulo para trás e já ia xingar pelo susto, mas calei a boca assim que vi quem era. Bufei e revirei os olhos tentando passar e ele segurou no meu braço.

Playboy: posso falar contigo agora? - me olhou todo sério.

Maju: achei que o assunto já tinha acabado- me soltei dele- não tenho tempo. - ele suspirou.

Playboy: Eu quero falar contigo, deixar tudo claro.

Maju: não quero escutar nada seu,playboy- falei irritada lembrando de tudo- fora que meu namorado não vai gostar de saber que estou conversando com outro homem, agora dá licença.

Tentei passar e ele segurou no meu braço novamente. Bati o pé estressada e ele desceu da moto, ficando bem na minha frente.

Cruzei os braços me afastando e levantei o olhar para ele,já que ele era mais alto do que eu.

Playboy: inventa outra desculpa de namorado, Maria- me olhou e ergui a sobrancelha.

Maju: não tô inventando nada. Eu tenho namorado, sim.

Playboy: e que namoro é esse que ninguém sabe? Porque eu fui procurar saber e falaram que você não tem namorado nenhum, nem o patinho que disse que tu é como irmã para ele sabe disso.

Fiquei séria e me afastei mais dele. Playboy me olhou com um sorriso como se tivesse acabado de descobrir tudo e se aproximou.

Mas eu não vou deixar ele ganhar essa.

Maju: é que ninguém precisa saber do meu relacionamento. E eu até acho melhor assim,porque se ele decidir ir embora sem avisar nada,ninguém vai saber que fui abandonada. - falei e ele tirou o sorriso do rosto.

Sorri olhando para a cara dele,mas eu já estava com vontade mesmo era de chorar. Chorar por tudo, principalmente por raiva da cara desse calvo.

Playboy: Eu não te abandonei- dei risada e desviei o olhar- eu precisava ir para a viagem, foi de última hora e eu não tinha muita escolha. Era uma oportunidade que eu não podia perder.

Maju: não importa. - olhei para ele e tentei manter a voz- você foi embora sem avisar, não ligou para a porra dos meus sentimentos. Mas é aquilo,né? Eu só era uma garota de 19 anos,enquanto você já tinha seus 31 e eu nunca fui assumida mesmo. - dei de ombros e senti minha voz falhar.

Ele tentou se aproximar mais e saí de perto dele. Já estava se formando um nó na minha garganta e eu estava começando a lembrar de tudo daquela época.

Playboy: tu sabe o porquê- falou e neguei rindo. - mesmo não te assumindo sempre deixei claro pra tu que você era minha prioridade.

Maju: eu era tanto sua prioridade que na primeira oportunidade você meteu o pé sem olhar para trás e sem deixar nenhum recado.  - limpei as lágrimas que já desciam - você sempre teve qualquer uma nos seus pés a hora que bem quisesse e eu era uma dessas.

Playboy: tá falando o bagulho nada a ver aí- negou- tu sabe que nunca foi mais uma. - dei de ombros.

Maju: não quero saber - passei a mão no rosto e suspirei- o que tinha de acontecer já aconteceu e se você acha que vai voltar para a minha vida depois de passar quase três anos fora sem nenhum recado, você está enganado.

Virei as costas saindo dali e nem deixei ele falar mais nada comigo. Eu não quero falar com ele,não quero ficar sozinha no mesmo local que ele,porque mesmo que eu fale e tente esquecer, eu ainda sinto alguma coisa por ele e não é só raiva.

Mas eu vou esquecer ele,eu tenho que esquecer e fazer que nem ele,seguir sem nem olhar para trás que nem ele fez durante esses anos.

Playboy:

Fiquei plantado ali,ela me deu as costas mais uma vez e nem deixou eu falar mais nada.

Ela tirou as próprias conclusões sem nem deixar eu me explicar e ainda virou as coisas para mim. E se tem uma coisa que eu odeio é que virem as costas para mim.

Montei na minha moto e entrei na rua de casa,ela já estava na frente da casa dela tentando abrir o portão. Parei a moto de frente a minha casa e desci indo na direção dela.

Playboy: Maria Júlia- chamei por ela enquanto ia me aproximando e vi quando ela tentou abrir o portão mais rápido, mas estava se atrapalhando toda.

Me aproximei mais e entrei na sua frente, tomei a chave da mão dela e tentei olhar para o seu rosto, mas ela não levantava a cabeça.

Playboy: olha pra mim,Maria Júlia- tentei levantar o seu rosto e ela tentou sair do meu toque.

Maju: sai daqui, Isaac-falou com pura voz de choro.

Dei um sorriso por ela ter me chamado pelo nome, mas fechei quando lembrei que ela virou as costas para mim duas vezes e ainda tá com a voz de choro.

Playboy: tu sempre teve essa mania de virar as costas pra mim quando não gostava de alguma coisa, e eu sempre deixei claro que odeio isso.

Falei ainda olhando para ela que até então ainda não me encarava, mas assim que terminei de falar ela levantou o olhar de pura raiva e puxou a chave da minha mão.

Maju: vai se fuder,playboy- falou já virando as costas de novo e puxei ela pelo o cabelo sem machucar.

A encostei na grade do portão e fiquei bem próximo dela,olhando no olho enquanto ela me olhava na pura raiva.

Playboy: tu mandou eu pra onde?

Maju: me larga,sai de perto de mim - tentou se sair e prendi mais ela.

Playboy: responde minha pergunta, Maria Júlia- segurei no seu rosto e desci minha outra mão para a sua cintura.

Apertei e puxei ela para mais próximo de mim. Senti sua respiração pesar e ela virou o rosto não querendo me encarar. Baixei meu rosto na direção do seu pescoço e senti o seu cheiro bom, levantei o rosto e ela estava com os olhos fechados.

Soltei uma risada e beijei seu queixo, quando achei que podia avançar o sinal e fui em direção a sua boca,ela colocou as mãos no meu peito me empurrando.

Maju: eu mandei você sair - falou me empurrando- não chega perto de mim.- apontou.

Soltei uma risada sabendo que ela já estava quase entregue para mim,mas estava mantendo a marra ainda.

Playboy: já mandei você parar de virar as costas para mim,Maria- falei assim que ela se virou e entrou na casa.

Maju: você não é meu pai para mandar em mim - trancou o portão e se virou indo na direção da porta.

Fiquei olhando ela entrar e foi quando lembrei do pai dela. Passei a mão na cabeça e tentei pensar em uma forma de conversar com ela.

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