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Maju:

Playboy simplesmente viajou e nem sequer avisou,não sei pra onde foi, os meninos só falaram que foi pra uma cidade vizinha.

Não mandei nenhuma mensagem para ele,não vou negar que meu peito apertou no dia que eu fui atrás dele e falaram que ele tinha viajado, só que dessa vez eu não mandei nenhuma mensagem.

Não vou passar o mesmo mico que eu passei a alguns anos atrás de mandar várias mensagens e áudios chorando, perguntando onde ele estava e o porquê dele ter me deixado.

Já fazem quatro dias desde o último ocorrido, não contei para ninguém, porque a única pessoa que eu iria contar simplesmente foi viajar sem avisar.

Hoje já era sexta- feira,seu Zé teve que fechar o bar porque iria fazer um exame e a Clara foi acompanhar ele.

Comecei a arrumar a  uma arrumada na casa, lavei algumas roupas e fui ajeitar a minha cômoda, porque minhas roupas já estavam bagunçadas.

Comecei de baixo para cima,tirei tudo,passei um pano úmido e comecei a colocar as roupas de volta. Já estava na primeira gaveta,que no caso era a última parte, quando abri e me deparei com a foto senti meu peito apertar como todas as outras vezes.

Coloquei a foto em cima da cama e tentei ignorar todos aqueles sentimentos,fui tirar as roupas e escutei um barulho no portão. Levantei rápido e fui olhar o que era,dando de cara com o traste do playboy que tinha acabado de pular o portão.

Playboy: qual foi,minha Dama, vai vir falar com teu homem não?

Maju: Eu só posso ser muito otária,não é possível- dei risada sem ânimo e ele olhou sem entender- cara,sério, só me fala o que você vê quando olha na minha cara. Você me vê de palhaça,né?

Playboy: já tá chapando? - ajeitou a blusa- já foram plantar fofoca na tua mente? Acabei de chegar e tu já vem com 7 pedras.

Maju: tô indo com 7 pedras não, tô indo com todas que existem no mundo. - ele fechou a cara e nem liguei- você mais uma vez viajou, mais uma vez foi embora sem me avisar- apontei- você é um moleque, é isso que você é.

Falei ainda apontando e ele continuou sério e veio me empurrando para dentro de casa.

Playboy: baixa o tom que eu não tô falando alto contigo e tu não vai gostar se eu começar. E eu não fui embora, eu tava em uma missão.

Maju: então vai pra ela e não volta mais, me deixa em paz. - senti minha garganta se formar em um nó- você só quer me fazer de otária.

Playboy: tá chapando, Maria Júlia? - segurou no meu braço- acabei de falar que eu estava em uma missão.

Maju: você sempre está em uma missão. - dei risada- há três anos atrás você também estava em uma missão, quatro dias atrás você também estava em uma missão e quando vai ser próxima? - perguntei com um sorriso e senti a primeira lágrima descer.

Ele ficou calado me olhando e eu só dei risada e voltei para o quarto. Eu sou tão tola por ter voltado a ficar com ele,meu Deus.

Passei a mão no rosto tentando voltar ao normal e peguei a roupa dobrando, eu espero de coração que ele tenha ido embora.

Playboy: é porque eu não avisei? - escutei sua voz e fiquei mais estressada pela pergunta idiota dele. - qual foi, tu sabe que eu não gosto de ficar falando desses bagulhos.

Maju: então saí da minha vida- virei para ele - eu não vou continuar com você sabendo que a qualquer momento você pode ir embora de novo e só voltar anos depois sem nenhum aviso.

Playboy: já falei pra tu que eu não vou mais embora, tem como acreditar em mim? - segurou no meu rosto.

Maju: acreditar em você? - dei risada- me diz o que eu ganho por acreditar em você - senti minhas lágrimas descerem - você um dia tá aqui e no outro vai embora sem nenhum aviso ou recado.

Ele soltou meu rosto e meu primeiro soluço saiu,sai trombando nele e fui até o banheiro tentando me acalmar.

Fiquei por volta de 10 minutos no banheiro e quando me acalmei mais, saí e voltei para o quarto. Mas parei na entrada assim que vi o playboy com o porta retrato nas mãos, meu coração parou e eu senti minha boca amargar.

Playboy: que porra é isso,Maria Júlia? - senti minhas pernas tremerem e as lágrimas que tinham parado de descer,voltaram novamente. - fala que não é o que eu estou pensando.

Maju: você não tem o direito de mexer nas minhas coisas - tentei pegar a foto da mão dele,mas ele só levantou o braço e ficou mais sério.

Playboy: cadê ele? - neguei e comecei a me desesperar chorando mais.

Maju: para com isso, por favor,eu não quero falar com você sobre isso.

Playboy: você tava grávida, cadê o bebê? Era meu?

Maju: para - gritei e senti meu peito apertar mais - você não tem esse direito.

Playboy: só responde as minhas perguntas, Maria Júlia- mesmo com a vista embaçada vi seus olhos encherem de lágrimas- você tava grávida aqui, não estava?

A foto é minha com meu pai, estávamos sentados no sofá, eu estava deitada com a cabeça em seu ombro enquanto ele tinha sua mão sobre minha barriga, que nem tinha tanto tamanho ainda.

Maju: estava, playboy- soltei outro soluço- eu perdi o nosso filho, agora me dá a foto.

Ele negou e se afastou me olhando.

Maju: Me dá a foto - pedi e comecei a sentir a mesma sensação de desespero que eu senti na manhã em que perdi meu filho.

Playboy: por que você nunca me disse?

Maju: porque você foi embora, você me abandonou- gritei chorando- no dia que eu fui atrás de você para dizer que estava com suspeitas,você já tinha ido embora. Você não recebia minhas mensagens.

Maju: você me abandonou grávida de você, você não estava aqui na morte do meu pai e nem quando eu perdi o nosso filho. Você não estava em nenhum dos momentos que eu mais precisava de você. Quando eu precisava do seu colo.

Soltei outro soluço e ele tentou se aproximar, mas eu só me afastei e neguei com a cabeça.

Maju: você não tinha o direito de fazer eu reviver e voltar nesse tempo, então só me entrega a foto e vai embora da minha casa.

Playboy: Maria- tentou se aproximar novamente e eu repeti o que falei.

Maju: Só vai embora e me deixa sozinha assim como você fez essa semana.

Comentem e deixem sua estrelinha, bjs!

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