Clara:
Mais um dia sem conseguir dormir direito. Comecei a sonhar com a morte do patinho, é sempre a mesma cena dele sendo atingido pelas costas.
Acho que isso nunca vai sair da minha mente. Vai me atormentar pro resto da minha vida.
Lavei meu rosto e escovei meus dentes, desci para a cozinha e o vô já estava preparando a mesa.
Ajeitei minha postura e tentei colocar um sorriso no rosto.
Clara: bom dia,vô - beijei sua bochecha e ele me deu um abraço. - benção?
Zé: Que Deus te abençoe e te livre de todo mal,minha filha- fez o sinal da cruz na minha testa,na boca e no coração.
Sorri e me sentei à mesa. Vô sempre faz isso quando eu acordo e quando vou dormir.
Zé: como a minha filha está? Pode desabafar com o vô.
Clara: tô melhorando, vô - coloquei um pouco de suco- sinto muita falta dele, mas tô melhorando.
Zé: o vô tá se preocupando tanto com você. A minha filha mal se alimenta e tá mais magra.
Clara: eu vou ficar bem - sorri de lado- tô preocupada com a maju. Esses dias vi o playboy e ele disse que ela continua trancada dentro de casa.
Zé: também me preocupo muito com aquela menina,ela é como uma neta pra mim. - concordei- que Deus possa abençoar ela e que ela seja feliz.
Conversamos mais um pouco e depois fui lavar a louça. Arrumei a cozinha e fui me arrumar para descer pro bar.
Sai do banheiro e parei olhando para a minha cama.
Flashback on:
Clara: fica calado- bati nele que deu risada- o vô vai terminar acordar.
Patinho: dá em nada,pô- me puxou pelo pescoço e começou a me beijar - tá muita nervosa.
Clara: você me estressa - sentei e fiquei olhando para ele. Não dá, cara,eu sou apaixonada nele.
Mesmo que ele já tenha me decepcionado, eu ainda gosto muito dele.
Eu amo esse manco safado.
Patinho: quer tirar uma foto? - perguntou debochado e dei risada, o que fez ele me virar pra cama e ficar por cima. - meter um pivete em tu,pra vir logo minha cara.
Clara: tá repreendido- brinquei. - Deus me livre de ter um filho a sua cara,aí eu enjoo de você e vou ter que ficar olhando pra uma mini cópia de tu.
Patinho: aí que é bom,pô. Porque aí só vai se ligar que eu vou tá com você em todo lugar. - dei risada e ele segurou meu rosto- tem que fazer um amiguinho pro brian.
Flashback off:
Mordi meus lábios e abri a gaveta vendo o teste. Não dava para acreditar nisso.
Saí dos meus pensamentos com meu celular tocando, peguei rápido e vi que era o playboy. Assim que eu ia atender ele desligou e logo vi as mensagens dele.
"Consegui ver a Maria, ela tá triste pra caralho, quer não vir ficar com ela até eu resolver uns b.o na boca?"
Respondi que sim e vesti uma roupa rápido,desci para a parte do bar e avisei o vô que iria ver ela. Ele concordou e ainda mandou eu levar uns lanches para ela.
Assim que cheguei na frente da casa dela já vi o portão aberto, fui entrando e já dei de cara com o playboy no sofá.
Playboy: tá bem? - me olhou e mexi a cabeça.
Clara: tentando melhorar- sentei ao lado dele - cadê ela?
Playboy: entrou agora no banho- concordei e ficamos em silêncio, até ele perguntar um negócio - foi tu que tava com a Maria quando ela perdeu o bebê, num foi?
Olhei para ele que estava olhando para a televisão.
Clara: foi - respondi baixo.
Playboy: como foi isso? - me olhou- papo reto, isso tá martelando na minha mente e eu não tenho coragem de perguntar a ela.
Clara: no dia em que o bebê morreu, ela tinha dito que estava sentindo umas dores e foi deitar, eu tinha saído e quando voltei vi a cama com sangue. Liguei para o vô e ele chamou um dos homens que estavam no bar para levar ela ao hospital, chegamos lá e o médico disse que ela tinha perdido o bebê e que isso pode ter acontecido por conta do estresse e de tudo o que ela passou, já que ele sabia que recentemente ela tinha perdido o pai também.
Ele balançou a cabeça concordando e voltou a olhar para a televisão.
Playboy: tu acha que eu posso ter culpa nisso? - Respirei fundo e balancei meus pés sem saber o que falar- eu posso ter tido culpa na morte do meu filho?
Clara: eu não sei,playboy- balancei os ombros- a maju sofreu muito com tudo que aconteceu naquela época. Dentre três meses você tinha ido embora sem avisar e ela sofreu muito, ainda mais por estar grávida e com um mês que você tinha ido embora o pai dela morreu, depois disso teve a questão do bebê. A gravidez ainda estava no início e ela já estava passando por muitas coisas.
Playboy: então eu ainda tive culpa- balançou a cabeça e olhei para ele,percebendo seu olhar distante- ela estava com quantos meses?
Eu ia responder, mas assim que abri minha boca escutei a voz dela.
Maju: quatro meses - viramos na direção dela e vimos ela na porta do banheiro chorando- não se culpe por nada. Isso já passou e ele não voltará mais.
Escutar ela falar aquilo doeu,ainda mais por saber que ainda dói para ela falar sobre o bebê e o quanto ela queria esquecer daquele dia.
Maju foi para o quarto e o playboy levantou indo até ela,balancei a cabeça e disse que iria ficar esperando.
Eles demoraram muito lá dentro e às vezes dava para escutar alguns fungados e soluços. Depois de um tempo o playboy saiu do quarto e deu para perceber seus olhos vermelhos,ele passou direto sem falar nada e eu levantei indo até a maju que estava sentada na beira da cama.
Abracei ela forte e escutei seu choro ir se intensificando mais,ela começou a falar muitas coisas e eu já estava chorando junto com ela, ainda mais quando ela começou a falar do patinho.
Clara: a gente vai conseguir passar por isso, vamos vencer esse luto juntas - falei depois que ela disse que queria desistir- vai sempre nós duas, esqueceu?
Ela riu em meio às lágrimas e puxei ela para se trocar.
Maju: eu tô acabada - falou se olhando no espelho.
Depois que o patinho e o playboy começaram me ajudar a ajudar ela,a maju começou a engordar mais. Começou a ficar com bem mais corpo,mas agora parecia que ela tinha perdido tudo.
Eu não posso falar muita coisa,porque também acabei emagrecendo, mas eu sempre fui magrinha,só acabei emagrecendo mais que o normal.
Clara: vamos nos reconstruir juntas - sorri para ela que também deu um sorriso de lado.
Mostrei as coisas que o vô mandou para ela e ela foi comendo aos pouquinho. Depois deitados juntas na cama e começamos a assistir um filme pelo celular.
Por aquele momento eu consegui deixar a dor um pouco de lado e só tentei aproveitar o dia com a maju.
Vai ser sempre nós duas.
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a força do destino.
FanfictionMaju,uma menina simples, que desde pequena foi criada pelo seu pai e que sempre sobrevivia com o pouco,com seus 18 anos conhece playboy, gerente da boca e uma das pessoas de confiança do chefe. Com o passar do tempo eles começam a se envolver com m...