Maju:
2 meses depois...
Clara: tenta ficar calma - balancei a cabeça - eles vão dar um jeito.
Maju: não tem jeito,clara. Não tem jeito. - neguei tentando parar de chorar- ele vai ser condenado a mais de 70 anos. No ano daquela invasão em que o patinho morreu, o jotta tinha entregado muitas coisas daqui do morro e do playboy para a polícia.
Assim que saí do trabalho, fui direto visitar o Isaac e ele já estava um pouco melhor. Vim para o morro e subi para na boca, bati na porta da salinha e entrei,escutando eles conversarem sobre isso.
Ao contrário do que a gente pensava, a justiça tinha coisas sobre o Isaac que poderia e vai fuder totalmente com a vida dele.
Ele já acordou e está reagindo bem,o que me deixa feliz e preocupada ao mesmo tempo. Eu já falei e chorei tanto pra ele,só que ele continua na dele, fala que vai ficar tudo bem, mas não vai.
Está tudo uma merda. O morro vive sendo invadido, Hellena adoeceu e o Ravi, que sempre teve energia para 5,está mais na dele. Até a Sophia está sentindo. Clara disse que ela vive chamando o "din" dela,que é o Isaac.
Eu não sei o que vai ser daqui para frente. Simplesmente não sei.
Clara: maju - segurou meu braço e olhei para ela,que estava meio estranha - você tem que ser forte pelo playboy e,principalmente, pelas crianças. Eu escutei por cima, não sei se é verdade, mas eles estão investigando todos que tem envolvimento com o playboy.
Maju: como assim?
Clara: eu não sei - negou- eu já avisei para os meninos, eles pediram para eu ficar quieta e não comentar nada,mas a gente é que nem irmãs e eu sempre vou querer o seu bem. Então é melhor dar uma parada,puxar o freio.
Neguei com a cabeça e me levantei. Onde ela quer chegar com isso? Eu não posso abandonar o Isaac.
Maju: eu não posso...- eu nem consegui falar, o barulho dos fogos foram ouvidos e minha primeira reação foi verificar se todas as portas e janelas estavam fechadas.
Corri para a parte de cima e a Hellena junto da Sophia choravam desesperadas,Ravi veio na minha direção coçando os olhos e me olhando sem entender.
Ravi: que isso, mamãe? - balancei a cabeça para ele e tentei acalmar a Hellena.
Maju: vai ficar tudo bem - balancei a cabeça- fica calma, filha.
Balancei ela pra lá e pra cá, dei o peito e ela foi se acalmando aos poucos. O barulho lá fora aumentava cada vez mais e meu desespero também.
Deixei a Hellena no berço e olhei para a Clara, que já estava colocando a Sophia para dormir novamente. Olhei para o Ravi e ele olhava para um ponto qualquer do quarto.
Maju: vem cá - puxei ele - vai ficar tudo bem, tá? - beijei a bochecha dele.
Ravi: e o papai?
Maju: ele também vai ficar bem- abracei ele.
Meu celular começou a tocar e peguei, vendo que era o g2.
Ligação on:
G2: onde você tá? - sua voz saía ofegante, enquanto tiros eram escutados.
Maju: tô em casa com as crianças e a Clara.
G2: vai beber água - parei um pouco para raciocinar e me liguei - tá muito quente aqui. Bebê água. Qualquer coisa eu chego aí, mas vai demorar.
Maju: tá bom. - levantei e a Clara me olhou - fica bem. - desliguei a ligação.
Ligação off:
Maju: arruma uma bolsa com as fraldas - mordi os lábios sentindo o nervosismo bater mais forte - vou separar algumas coisas do Ravi.
Ravi: vamo' sair?
Maju: vamos brincar um pouco, tá? - beijei ele - vamos ter que nos esconder do tio g2. - ele riu feliz.
Clara: quanto tempo? - perguntou já enfiando as coisas das meninas da bolsa- tá muito quente lá fora. - Vi ela engolir em seco e concordar.
Fui rápido para o quarto do ravi e coloquei umas coisas dele,desci para a cozinha enchendo uma bolsa de comida e peguei duas garrafas grandes de água. Voltei para a parte de cima e peguei a Hellena no colo,segurei na mão do Ravi e fomos em direção ao meu quarto.
Clara: isso tudo é muito louco - concordei fui na direção do closet,joguei as roupas do cabide para o lado e coloquei meu dedo da parede, fazendo a mesma se abrir para o lado.
Clara foi entrando junto com as crianças e eu coloquei as roupas do cabide no mesmo lugar.
Maju: preciso de ajuda para colocar a parede no mesmo lugar- ela veio me ajudando a empurrar e por fim fechamos.
Suspirei um pouco aliviada e olhei para ela,que só balançou a cabeça olhando ao redor.
Essa era a parte escondida da casa,ficava por dentro de uma das partes do closet. Era pequeno, tinha uma cama de casal,um vaso no cantinho e uma cômoda bem pequena.
Tem um tempinho que o Isaac criou isso, porque caso tenha alguma invasão que possa me colocar em risco, não tem como eu fugir tão rápido como antes por causa das crianças. Daí eu venho me esconder aqui.
Daqui não dava para escutar nada de lá de fora,mas tinha um TV pequena com a gravação de algumas câmeras que tem na casa.
Clara: por que beber água? - se sentou na cama e olhei para ela,me sentando também.
Maju: nunca se sabe se estão clonando o celular dele.
Ela balançou a cabeça e olhamos para as meninas que dormiam soltando uns soluços, enquanto o ravi estava nos olhando com os olhos pequenos.
Clara: tá tudo uma doideira.
Maju: eu tento pensar positivo, mas parece que as coisas só vão piorar - suspirei cansada.
Clara: as coisas já estão piorando. Não sei se é uma boa opção continuar aqui - olhei para ela que estava com os olhos cheios de lágrimas- queria que a Sophia crescesse aqui porque foi onde eu cresci e o pai dela passou uma boa parte do tempo,mas não quero que ela cresça no meio disso.
Balancei a cabeça entendendo ela. Acho que se desse,eu também iria querer criar as crianças longe disso. Mas não é tão fácil,pelo menos não na minha situação.
Ravi: a tia vai deixar ravi? - sorrimos olhando para ele- titia não podi deixar ravi.
Clara: a tia não vai deixar- começou a beijar ele,que deu risada.
Sorri de canto tentando segurar o choro e olhei para a tela do meu celular. Tudo que faço é pela minha família e eu não posso deixar o Isaac sozinho nessa situação.
Somos uma família. Formamos a nossa família.
Comentem e deixem sua estrelinha, bjs!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
a força do destino.
Hayran KurguMaju,uma menina simples, que desde pequena foi criada pelo seu pai e que sempre sobrevivia com o pouco,com seus 18 anos conhece playboy, gerente da boca e uma das pessoas de confiança do chefe. Com o passar do tempo eles começam a se envolver com m...