a força do destino.

55.

Playboy:

Porra,mané,a pessoa já acorda como? Com puxão de cabelo.

Virei já bolado olhando e o pivete me olhava rindo.

Playboy: vai dormir,chorão - virei o rosto pro outro lado e senti o tapinha dele nas minhas costas.

Pivete acordou umas três vezes na madrugada chorando,pô.

Maju: Já vai dar sete da manhã, estou indo trabalhar- abri os olhos e vi ela saindo do banheiro já arrumada- já dei banho e mamadeira a ele.

Playboy: e ele vai ficar com quem? - olhei pro pivete que estava nos olhando atentos - tenho que resolver as coisas na boca.

Maju: eu falei com  a Esmeralda - ergui a sobrancelha- a vó da Lívia. E ela disse que poderia ficar com ele a partir das 10:30.

Playboy: e antes disso? - ela se aproximou.

Maju: você fica com ele - olhou óbvia e beijou o chorão.

Olhei de canto pra ela e tentei dar um beijo nela,que se afastou dizendo que eu nem tinha escovado os dentes. Dei uma olhada séria nela que nem ligou e falou que qualquer dúvida era só ligar para ela,ou pesquisar no YouTube.

Observei ela sair do quarto e olhei pro garoto ao meu lado que tentava colocar os pés na boca.

Playboy: só espero que você não chore - falei para ele - se liga - cutuquei ele - vou ir tomar banho e tu fica aí,se ligou? - apontei pra ele que só deu um sorriso de lado e voltou a tentar colocar o pé na boca.

...

Já estava prestes a surtar,papo reto. Ainda ia dar nove horas e o que mais tinha era b.o para resolver.

Já teve barraco de fiel e amante, a mãe vindo bater no filho que entrou pro movimento,família de gente que está devendo vindo pedir mais uma chance e agora uma senhora dizendo que foi roubada aqui no morro.

E ainda eram oito da manhã.

Xxx: roubaram meu gás e eu tenho certeza que foi aquela vizinha invejosa - olhei pra cara da velha- o moço do gás colocou o meu bujão na porta da minha casa,só fez eu entrar para apagar o fogo da panela e quando voltei não estava mais lá.

Playboy: tu tem certeza que foi a vizinha? - ela concordou - vou mandar um menor resolver isso, mas se não tiver sido ela,tu que vai ser cobrada. Se ligou? - prestei atenção nela que engoliu em seco concordando e logo saiu.

Passei o radinho pra um dos menor e respirei fundo olhando pro chorão.

Playboy: tua vida que é boa,né- observei ele que estava brincando com uma bola de papel e com o ventilador só pra ele.

Tive que trazer ele pra cá e quando liguei pra Maria ela deu o show dela e ainda falou que era capaz do menino ficar na onda da maconha por causa do cheiro daqui.

Só ri da cara dela e falei que se o pivete ficasse na onda ele não iria chorar enquanto estivesse comigo, o que fez ela surtar.

Trouxe o menor pra cá,mas antes mandei os caras abrirem a porta e deixar o vento entrar e não fumar mais.

Agora o menor tá aqui com o ventilador só para ele e ninguém tá fumando aqui dentro.

G2: virou pai e eu não fiquei sabendo? - entrou na sala gastando e ri - até proibiu de entrarem fumando aqui.

Expliquei pra ele por cima o que aconteceu ontem e ele começou a falar das cargas.

G2: tá brecado para eles trazerem as cargas- explicou- temos que ir pra foz e ficar esperando eles atravessarem da Argentina, temos que alugar um barco e uma Van para trazer de foz pra cá.- concordei.

Playboy: isso daí é o de menos. Só tem que ver a questão dos canas, eles ainda estão no pé- bati a caneta na mesa e respirei fundo - peixão quer fazer parceria com eles também, já temos um a mais.

G2: vai vir bem mais cargas do que da última vez. - balancei a cabeça.

Playboy: tenta falar com o Paiva,ver quanto ele quer.

G2 concordou e já mandou mensagem para o Paiva, policial corrupto.

Eu já estava agoniado querendo fumar um e quando ia me levantar, o chorão começou a berrar.

Playboy: qual foi agora? - peguei ele e tentei acalmar, balancei ele e isso só fez ele berrar mais e ficar vermelho. - tu não sabe chorar baixo,não?

G2: alguma coisa picou ele? - neguei sem saber e o g2 levantou olhando para o lugar que ele estava deitado.

Balançou o pano e não tinha nada. O menino não parava de chorar e isso já tava me deixando bolado, os outros caras que estavam ali começaram a olhar e até tentou pegar o moleque que se negava a ir pro braço de qualquer um.

Deitei ele de volta onde ele estava e ia ligar pra Maria,enquanto tinha outros que estavam pesquisando o que poderia ser.

G2: qual foi, moleque? - tentou pegar ele que se debateu e tentou sair do sofá- pega ele,playboy.

Peguei ele no colo e ele deitou a cabeça no meu ombro chorando mais. Parecia até que tinha apanhado,pô. O moleque tava vermelho pra caralho.

Migual: aqui tá falando que pode ser fome. - falou olhando para o celular.

Galo: ou a fralda pode tá cheia- olhou para o celular também.

Beto: tá falando que pode ser bagulho de cólicas também- olhei pra ele - qual foi,homem tem cólicas também? Tem certeza que ele é homem? - respirei fundo e olhei pro chorão.

G2: pode ser de dor de barriga - neguei com a cabeça e deitei o menor no sofá de novo. 

Tirei a roupa dele e o cheiro ruim já subiu.

Playboy: mentira que tu cagou de novo, pô- neguei com a cabeça e quando tirei a fralda vi aquela merda amarelada dele - tu é cagão,papo reto.

Mandei alguém pegar o lenço na bolsa que eu trouxe com as coisas dele e o Beto pegou. Levantei minha blusa até meu nariz na intenção de não sentir aquele fedor e os menor também.

Galo: esse garoto da podre, papo reto - falou fazendo os outros rirem e quando terminei de limpar o chorão,peguei a pomada passando nele.

Limpei minha mão e quando ia colocar a fralda nele,só senti um líquido vindo em direção ao meu rosto.

Playboy: tu só pode tá de brincadeira com minha cara, papo reto - passei a mão no rosto vendo que ele tinha mijado na minha cara.

Beto: gastou legal com a cara do patrão- falou rindo e sendo acompanhado pelos outros.

Neguei bolado e olhei pra cara do chorão que tava rindo também. Tirei minha blusa e passei no rosto.

G2: menor desde pequeno já tá tirando com a cara dos outros. - riu.

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