Amor Proibido

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Thalita

— Bom dia, Mandada! Bora levantar?

Lc praticamente arranca as cortinas da parede pra me acordar com a luz do sol. Abro os olhos lentamente, sentindo doer minhas vistas com a luz forte batendo contra elas. Depois que eu, Lc e Fernanda chegamos na casa dele, eu liguei pra Pietra e a convidei pra nossa festinha do pijama.

Assim que ela chegou eu contei tudo o que tinha acontecido, chorando muito por ter sido ingênua. Meus melhores amigos me abraçaram e fizeram o possível pra me animar. Até a Fernanda, que eu nem era tão próxima foi super gentil e atenciosa comigo. Ela fez brigadeiro, pipoca com manteiga e suco de maracujá antes de iniciar nossa sessão de filmes noturnos.

Começamos a assistir "As 10 Coisas Que Odeio Em Você" e obviamente eu me acabei de chorar, pois me identifiquei completamente com a principal, que mesmo se quisesse, nunca conseguiria odiar seu par romântico de verdade.

Depois, acabamos assistindo "Meninas Malvadas" pra que eu não chorasse tanto. Lc, Fernanda e Pietra foram ótimos pra mim, até tentaram me animar com uma guerrinha de travesseiros e o Lc aceitou ser maquiado por nós três, fazendo um desfile de moda.

Então, Pietra decidiu colocar um filme de animação pra gente. O que eu não esperava é que seria "Enrolados". Acabei chorando mais um pouco na hora da música "Vejo Enfim a Luz Brilhar" e tive que contar para meus amigos o momento mágico que vivi com Ph envolvendo essa música.

Após muitas lágrimas, Fernanda me fez um chá de camomila, e eu apaguei com meus amigos me abraçando e cantando música de ninar.

E agora, estou aqui sendo acordada por meu melhor amigo. Me levanto com cuidado, vendo as meninas tomando café da manhã e conversando animadas sobre alguma coisa.

Não esperava gostar tanto da companhia da Fernanda, pois desde o dia em que ela chegou nós não conversamos mais, então justo no meu momento mais vulnerável ela esteve aqui comigo e com meus melhores amigos e me ajudou como se nos conhecêssemos a vida toda.

— Bom dia, Thata!! — as duas falam em uníssono quando chego perto da mesa.

— Bom dia, meninas. O que vocês tanto conversam aí? — digo, tentando fazer com que elas falem de outro assunto e não queiram me perguntar como estou me sentindo.

Pelo visto não soube disfarçar muito, já que Pietra e Lc percebem que não quero falar sobre ontem, nem sobre o Ph. O bom é que eles respeitam minha decisão, e começamos a fofocar sobre as coisas do morro junto com a Nanda.

— E você acredita que aquela louca teve a audácia de me chamar de puta??? — Pietra diz, enquanto passa geleia em sua torrada tranquilamente.

— Porra!!! E o que tu fez? — Lc pergunta, tão entretido com a fofoca que nem piscar os olhos ele pisca.

— Eu grudei na porra daquele aplique barato dela, e saí arrastando aquela piranha pelos cabelos falsos até o lado de fora do mercadinho. Depois, fiz ela engolir todas as palavras que ela disse sobre minha vó. — ela dá um sorrisinho, provavelmente se lembrando da cena. — Só porque minha vó já ficou com aquele vapor de merda que ela gosta, a vadia acha que pode ficar falando merda da minha vó e não tomar um pau! Ahh, mas eu não deixei barato pra ela.

— Caralho, Pietra! Não imaginava que você fosse bater nela! — Nanda diz, impressionada com o que a Pietra contou — Mas não te julgo, viu! Eu super faria o mesmo se falassem qualquer coisa sobre a minha mãe.

— Exatamente, Nanda! Pelos meus eu faço de tudo. Até mataria alguém se fosse preciso!!

Ficamos conversando por mais um tempo, até as meninas decidirem ir juntas comprar algumas coisas pra fazer o almoço.

— Bem, agora que as meninas saíram, me conta mandada, como você tá se sentindo?

A pergunta que eu não queria responder tão cedo é feita pelo Lc. Sendo bem sincera, eu estou péssima, mas fazendo o possível pra disfarçar e tentar me distrair desse sentimento.

Se eu pudesse, apagaria todas as minhas memórias com o Ph. Esqueceria que ele existe, esqueceria o sentimento que está me corroendo por dentro, esqueceria que um dia eu me apaixonei por ele, esqueceria que tudo o que vivemos era parte de um plano pra ele chegar até o meu pai, esqueceria nossos beijos, nossas transas, nosso lance que se tornou mais do que casual pra mim, esqueceria que eu amo ele.

Com esse pensamento, desabo novamente em uma crise de choro. Porque é tão difícil esquecer alguém? Ainda mais alguém que não sente o mesmo por você?

Lc me abraça, confortando meu coração ferido e que só escolhe os piores pra se apaixonar.

— Ei, vai ficar tudo bem, mandada. Eu tenho certeza que você vai superar isso e vai ser mais forte do que já é!

— Eu não aguento mais chorar por isso, mas é tão difícil! Tá doendo pra caralho e eu não consigo parar de pensar que tudo foi um maldito plano. Nenhum momento foi real pra ele, só pra mim!! De novo eu me apaixonei por alguém que só queria se vingar do meu pai.

— Calma, ainda vai aparecer alguém que vai te amar de verdade. Eu tenho certeza disso. Você é uma mulher forte, batalhadora, que luta por todos que você ama, maravilhosa com as pessoas e com um ótimo coração! Não vão faltar pessoas querendo um relacionamento contigo, pode ter certeza.

— Eu nem sei se quero me apaixonar de novo! Duas vezes já deram errado, eu não aguentaria sofrer mais uma vez.

— Tem certeza que vai desistir assim?

— Eu só não quero ter que recuperar meus cacos de novo. Essa vez tá doendo mais do que as torturas que passei com o Benjamin. Uma dor psicológica, mas que me agonia tanto quanto uma facada.

Limpo minhas lágrimas, saindo dos braços de Lc. Eu preciso ir pra boca principal, tentar me distrair com um pouco de trabalho talvez seja a melhor solução no momento.

— Vamos trabalhar?

— Tem certeza que tá bem pra isso? — Lc me pergunta, deixando bem óbvia sua preocupação se tenho cabeça pra trabalhar hoje.

— Eu ainda sou a Perigosa, tenho um complexo pra cuidar e muitas coisas pra organizar!

— Bem, então vamos! — Lc me dá sua mão e vamos juntos pra boca principal.

— Depois quero saber de todos os detalhes sobre seu envolvimento com a Nanda!! — falo cutucando suas costelas, rindo quando ele desvia com uma cara de bravo pelas cócegas que eu tava fazendo nele.

— Vai sonhando que vou falar disso pra você, mandada!! Vai sonhando!!!