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Philippe

Assim que chegamos em casa, Kathe foi direto pro banho junto com a minha mãe, que nem se importou em perguntar onde a gente tava, só gritou:

— QUE MENINA MAIS IMUNDA!!! VAMOS JÁ PRO BANHO, MOCINHA!!!

Eu fui direto pro meu quarto, separar minha roupa de dormir pra quando a Kathe sair do banho, eu ir tomar o meu.

Nunca pensei que fosse me divertir tanto com a marrenta e o irmãozinho mais novo dela. Foi incrível o dia que tivemos e tudo terminou com chave de ouro quando eu dancei com a Thalita.

De alguma forma muito esquisita, eu sentia que aquela música combinava com nós dois. E, estar dançando pertinho dela, sentindo o cheiro de seu cabelo, me fez cantar um trecho daquela música de filme infantil.

Eu sabia a letra desde que minha irmã decidiu fazer uma maratona de filmes das princesas e decidiu que Enrolados seria um dos seus filmes favoritos, assistindo todos os dias, todas as horas possíveis até que nossa mãe pedisse que ela assistisse outra coisa, pois já não aguentava mais esse filme.

Se eu, que quase não fico muito em casa decorei a letra da música, minha mãe e a Kathe devem ter decorado todas as falas dos personagens do filme, de tanto que assistiram.

Mas aí, eu fui lá e cantei a música no ouvido da marrenta, de uma forma sussurrada, algo romântico pra caralho, coisa que eu não tô acostumado a fazer.

E então, quando a música acabou, a gente quase se beijou ali, no meio da baladinha infantil, com um monte de criança olhando, inclusive nossos irmãos mais novos. Claro que não aconteceu nada, pois a intrometida da Kathe apareceu batendo palma e enchendo minha cabeça com asneiras.

Todo esse dia foi algo memorável, mas não pode se repetir, infelizmente. Nós ainda somos inimigos, o pai dela me odeia e não aceitaria nosso envolvimento. Fora que somos só ficantes. Temos apenas um lance casual.

Colocar algo mais sério nessa relação fadada ao fracasso só pioraria tudo. E eu não tô pronto pra ter um relacionamento, com ninguém. É muita responsabilidade, e eu já tenho o meu morro pra cuidar, minha mãe e minha irmã precisam de mim. Fora que se eu me envolvesse com alguém, ela estaria com uma mira enorme na cabeça, por ser importante pra mim.

Um alvo fácil pra outros inimigos meus, ou até mesmo inimigos de comando. Não sei se isso daria certo e, pra ser sincero, não quero nem tentar descobrir.

{...}

— Eae chefia, tudo ok no nosso plano? — Menor me cumprimenta, já fazendo a pergunta que acaba com meu humor em plenas 08:30 da matina.

Claro que além de todas as outras coisas que complicam mais ainda um possível envolvimento com a marrenta, tem isso também. O maldito plano que eu fiz, algo pra eu me lembrar sempre que existe muitos obstáculos nessa história.

Mas o que você queria também? Ficou com o ego ferido pela surra que levou da marrenta e agora fica triste que fez merda? Eu falei que era mais fácil admitir que tu tá apaixonado por ela, mas tu me escuta?

Cala a boca, subconsciente!!! Eu não tô apaixonado pela marrenta não!!! Quantas vezes eu vou ter que dizer isso, pra você acreditar em mim?

Meu parceiro, eu sei que tu é apaixonado por ela, não precisa negar não. Pelo menos, não pra mim, já que eu tô na sua mente e sei tudo o que se passa por aqui.

Tá, entendi. Mas para de me encher com essa história de tá apaixonado pela marrenta. Nada disso é real. Nada disso pode ser real.

— Ei, Ph, tá tudo certo? — Menor pergunta, me tirando de meus pensamentos malucos.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora