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Philippe

Eu não esperava encontrar a marrenta na praia hoje, sem ser para nossos encontros casuais a noite. Muito menos que iria conhecer seu irmãozinho, Yago, um garotinho muito fofo por sinal; que me tratou super bem.

Claro, ele não sabe das coisas do morro da família dele, é apenas uma criança. Não deve fazer ideia que somos inimigos. Assim como a Kathe, que já grudou no garoto e o arrastou pra brincar com ela.

E depois, eu fui arrastado pelas duas crianças pra entrar na brincadeira. Nem acredito que deixei ser enterrado na areia, mas quando olhei aqueles olhinhos brilhantes, implorando que eu aceitasse aquela brincadeira, não resisti, e concordei com aquilo.

E agora estamos aqui, almoçando em um restaurante próximo da praia, como uma família feliz. Pensar dessa forma talvez não seja a melhor ideia de todas, nem o que eu deveria fazer, mas e se pudéssemos viver desse jeito? Tu tá é apaixonado pela marrenta e não tem coragem de admitir, Philippe!

Eu? Apaixonado pela marrenta? O caralho!!!!!!

Olha, vamo parar de pensar nesse assunto e simplesmente viver esse dia, consciência?! Eu não tenho nenhum outro interesse pela marrenta a não ser pelo nosso lance casual e proibido. Chega de tentar colocar essas besteiras na minha mente!!!

Tá bom, parceiro. Depois não reclama que eu não tentei te avisar, porque isso foi o que eu mais fiz!

Ignorando completamente minha consciência, presto atenção na conversa animada das crianças, que planejam ir em quase todos os brinquedos possíveis do parquinho. Sinceramente, essa é uma das coisas que acho que minha irmã mais sentia falta, alguém da idade dela pra se divertir, e ver que ela está feliz com esse novo amigo me deixa feliz também, mesmo que ele seja um inimigo. Até porque eles ainda são crianças, não precisam entender esse mundo complicado dos adultos, e espero que não precisem entender tão cedo. 

— Tá bom, crianças. Que tal se a gente fizesse uma brincadeira mais divertida? — digo para eles,  fazendo com que parem de falar e prestem atenção em mim. — Meninos contra meninas?

— SIIIIIMMMM!!!! — as crianças gritam empolgadas. Olho pra Thalita, esperando sua resposta para a minha sugestão. Ela sorri, me encarando de uma forma que nunca vi antes e diz:

—  Se prepara pra perder feio, Lippe.

— É o que veremos, Thata

{...}

— VAMOS, TIO LIPPE!!!! TEMOS QUE IR MAIS RÁPIDO QUE ELAS!!!! — Yago grita animado enquanto jogamos naqueles fliperamas de corrida de carro. Até agora as meninas estão ganhando, mas precisamos ganhar em uma brincadeira pra empatar com elas. 

Eu nunca pensei que me divertiria tanto fazendo isso. Essa sensação boa em estar fazendo algo tão familiar, é algo novo. Provavelmente não só pra mim, mas para nós quatro. A forma como a marrenta se soltou mais com essa "gincana", a animação da Kathe em ter uma companhia feminina que não fosse a nossa mãe, a alegria no rosto do Yago em estar competindo com as garotas junto comigo. E o sentimento de estar em paz, pela primeira vez em muito tempo.

Tudo isso é novo, mas se eu pudesse viver pra sempre assim, eu viveria. Um sentimento de pertencer a algo, a uma família, não que eu não sinta isso com minha mãe. Eu sinto, mas de uma forma totalmente diferente. 

Mas então, os pensamentos bons se vão, quando lembro de toda a nossa bagagem. Somos inimigos, não deveríamos estar tendo esses momentos familiares e confortáveis um com o outro.

— MAIS RÁPIDO, TIO LIPPE!!!!! —  desperto de meus pensamentos com o grito de Yago e me concentro novamente na corrida. Estamos na última volta, mas as garotas estão em primeiro. 

Acelero meu carro, fazendo uma curva brusca e ficando logo atrás do carro das meninas. Continuo acelerando, tentando ultrapassar elas, mas Thalita acelera mais seu carro, que ultrapassa a linha de chegada, declarando elas as campeãs.

— AEEEEEEEE!!!!! A GENTE GANHOU, TIA THATA!!!!!!!!!!! — minha irmã abraça a marrenta, que sorri com o gesto de carinho e a aperta mais no abraço. 

Mais uma vez, algo se aquece em meu peito. Ver as duas assim, tão próximas e felizes uma com a outra, me faz pensar em como seria bom se as coisas fossem diferentes e...

E o que, Philippe? Nada vai mudar, tu tem que parar de ficar pensando nessas coisas! Foca no que você tinha planejado antes. A marrenta é sua inimiga e você só quer ela por causa do plano de acabar com o pai dela!!! É isso! Chega de viver em um conto de fadas, Philippe. Foi bom, mas agora já chega.

— Quem são os perdedores? Ah, é mesmo. Os meninos são os perdedores!!! — a marrenta debocha da nossa cara, enquanto a minha irmãzinha fica rindo. Claro que elas iriam se juntar pra rir e zoar que eu e o Yago perdemos. 

— Os meninos são perdedores!!! Os meninos são perdedores!!! Os meninos são perdedores!!!! — minha irmã cantarola, batendo palminha junto com a Thalita. 

— Tá bom, meninas. Chega de fazer piadinhas, ok? — digo, querendo mudar o rumo da nossa conversa — O que vocês acham de escolherem nosso último passeio do dia?

— Ok, vamos parar de comemorar nossa merecida vitória pra não magoar seus sentimentos, Lippe. — a marrenta diz e depois começa a cochichar junto com a Kathe, provavelmente escolhendo o lugar do nosso último passeio.

—  Beleza, meninos. Venham com a gente!

{...} 

— Que lugar é esse? —pergunto ao entrarmos em um enorme salão com luzes coloridas piscando e uma música infantil bem alta tocando. 

— Sejam bem-vindos ao Luar Mágico, uma "baladinha" infantil. — Thalita diz, abrindo os braços mostrando o ambiente. 

Kathe já se anima com a música passando e puxa a marrenta pra dançar. As duas dançam alegres, pulando junto com outras crianças da baladinha e até Yago vai dançar com elas, me deixando sozinho observando.

A forma como a Kathe sorri enquanto dança com a Thalita e o Yago me deixa intrigado. Eu nunca fui de relacionamento sério, sempre fui um cara que preferia ter noites de sexo quente e depois seguia a vida.

Ver como minha irmãzinha está se divertindo com a marrenta, mesmo que não estejamos namorando, me faz pensar em como seria se estivéssemos namorando.

A alegria no rosto da Kathe me faz querer que isso seja real, que esse dia se repetisse outras vezes, que essa leveza entre eu e a Thalita continuasse pra sempre.

Sorrio quando minha irmã agarra a Thalita em um abraço apertado e acaba puxando o Yago junto, e depois os três dançam abraçados e pulam enquanto passa a música "Fico Assim Sem Você".

E é aqui, em uma "baladinha" infantil, vendo minha irmã, o Yago e a marrenta se divertindo é que me sinto em casa, em paz com tudo e com todos.


FELIZ ANO NOVO GALERAAAAAA!!!!!!
QUE ESSE ANO DE 2024 SEJA REPLETO DE REALIZAÇÕES PRA TODOS <3<3<3.
E pra começar esse ano com chave de ouro, sejam bem vindos a nossa Maratona de Férias, onde eu irei postar capítulos dessa fic TODOS OS DIAS DA SEMANA!!!!!
Isso mesmo, se preparem para a melhor época dessa fic, pois essa maratona será apenas no mês de janeiro, já q em fevereiro voltam as aulas e a correria tbb.
É isso pessoal, comentem bastante, deixem a estrelinha e até o próximo capítulo!!!
<3<3<3<3

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora