Amor Proibido

55

Thalita

Chegou a hora.

Poderia passar o tempo que fosse, mas eu não estaria preparada para o baque que levei.

Lembrar do ambiente em que eu estive presa a anos atrás me causava desespero, mas nada se compara ao que estou sentindo no momento, quando entro com todos os soldados para o resgate do Ph.

Olho para as paredes, me lembrando quando me amarravam a elas e eu levava chicotadas e facadas. Cada lugar aqui me trouxe um pesadelo diferente, um trauma diferente. Meu corpo se arrepia cada vez que avançamos pelo cativeiro, atirando em todos os capangas visíveis.

Olho para um canto, sentindo as lembranças me abalarem, meu coração acelera e eu começo a perder o fôlego. Não!! Agora não posso ter uma crise!!! Não aqui, no local que me trouxe todos esses traumas!!!

Dou um tapa no meu rosto, tentando recuperar os sentidos pra continuar com a minha missão. Continue, Thalita!! Não torne isso mais complicado ainda!!!

— ATIRA!!! ATIRAAAA!!!!!!

Desperto dos meus pensamentos com os gritos dos vapores, que, diferente de mim, estão super concentrados na batalha.

Saio andando pelo local, atirando em alguns capangas que entram em meu caminho, e me recordo de onde tinham me colocado quando eu fui sequestrada.

Segurando meu fuzil a frente do meu corpo, sigo pelo corredor sujo e gelado, controlando minha respiração e engolindo o choro, para não desabar em um momento tão arriscado como esse.

Chuto a porta do fim do corredor, me deparando com o Ph amarrado em uma cadeira, todo ferido e quase perdendo a consciência.

— PH!!!! — grito, desesperada e começo a correr em sua direção.

— Vai... Vai embora, Thalita... — ele sussurra, com muita dificuldade.

— Não, eu vim aqui te salvar, Ph...

— Vai... embora... Ele... Ele tá aqui... Ele quer... Te matar...

— Ele quem? Quem quer me matar, meu amor?

Então, alguém surge das sombras do quartinho escuro, apontando uma arma na cabeça do Ph.

— Olha só, parece que nossa convidada de honra finalmente chegou!!!

Estremeço ao ver Benjamin, completamente vivo e com um ódio notável em seu olhar. Minhas mãos começam a tremer, minha respiração falha e meu coração acelera com a surpresa em ver meu ex aqui.

— Be... Be... Benjamin...

— Está surpresa, querida? Achou mesmo que aquele seu amiguinho idiota tinha me matado?

Fico em silêncio, sem conseguir pronunciar nenhuma palavra de tanto choque. Não consigo nem ao menos me mexer, o pânico em ver o maior motivo dos meus pesadelos me deixou completamente paralisada.

— Sabe Thalita, pra uma putinha de quinta como você, achei que fosse mais inteligente. — ele olha ao redor, levantando a mão esquerda e apontando pro ambiente — Tudo isso aqui, foi a maneira que encontrei pra me vingar de você, por ter acabado com a minha vida!!!

— Eu acabei com a sua vida? VOCÊ QUEM ME DESTRUIU!!! ME PROMETEU O MUNDO, DIZIA QUE ME AMAVA, E NO FINAL ME APUNHALOU PELAS COSTAS!!! — grito, sentindo a dor em minhas palavras e a vontade de chorar ao lembrar — VOCÊ... — minha voz falha — Você tentou me estuprar!!!

— Você acha que merecia flores e bombons? Um quarto de hotel caro? VOCÊ É UMA PUTA PRA ESSES BANDIDOS!!! NÃO MERECE NEM UM CENTAVO!!! EU TE FIZ UM FAVOR QUERENDO TE COMER NAQUELE DIA!!!

Então, em um golpe rápido, Philippe dá um soco na mão armada de Benjamin, fazendo com que a arma caia no chão. Ph se levanta da cadeira e começa a lutar com Benjamin.

Philippe dá diversos socos na cara do Benjamin, mas por estar fraco, acaba sendo derrubado pelo meu ex.

Benjamin pega a arma caída ao seu lado e aponta ela na direção do Ph. Me aproximo pelas sombras, aponto minha arma na direção da cabeça de Benjamin enquanto ele está distraído dizendo:

— Vou te mandar direto pro inferno, seu cachorrinho de puta.

Então, atiro em sua cabeça, vendo a bala atravessar para o outro lado e seu corpo cair em cima do Ph.

— PHILIPPE!!!

Corro em sua direção, empurrando o corpo do Benjamin e segurando a mão do Ph. Coloco seus braços ao redor dos meus ombros e o levanto com cuidado.

— Vem, precisamos te levar pra um hospital urgente.

Caminhamos pelo quartinho, indo na direção do corredor. Mas, quando chegamos no corredor, uma moça loira está parada, apontando uma arma na nossa direção.

— Você acabou com as nossas vidas!!!

— Quem é você? — pergunto, sem me lembrar se eu já vi seu rosto.

— Eu? Eu deveria ser a fiel do Philippe!!!! Eu fui deixada de lado por ele quando você chegou!!!! Mas eu amo o Philippe com todo o meu coração, diferentemente de uma prostituta como você!!!!

— Quem é você? Fala logo!!!!

— Você destruiu a minha relação com o Ph, destruiu a vida do meu irmão, e agora, eu irei destruir você!!!

— Pra quê fazer isso? Vai mesmo atirar em mim por conta de homem? Tem tantos por aí!!! Você é linda, pode ficar com quem quiser!!!

Ela mira a arma na minha direção e diz:

— Tem razão, mas se o Philippe não quer ficar comigo, não vai ser com você que ele vai ficar!!

Então, no momento em que ela atira, sou empurrada por Philippe, que se lança na minha frente e leva o tiro em seu peito.

— PHILIPPE!!!!!!