Thalita
Após algumas danças, meu maninho ficou com sede, então paramos um pouco para beber água e descansar. Enquanto isso, o Philippe aproveitou para ir ao banheiro, já que estamos na nossa mesa, bebendo água e relaxando um pouco ao som de "O Sol e a Lua".
Nunca pensei que seria tão divertido assim passar o dia com o Philippe e a irmãzinha dele, a Kathe, mas foi um dos melhores dias de todos. Provavelmente meu irmão vai ficar querendo sair com eles mais vezes e não sei o que irei dizer.
Até porque ainda somos inimigos né? E inimigos não deveriam estar fazendo passeios tão familiares como esse, ou fazendo gincanas de meninos contra meninas nos brinquedos do parquinho do shopping.
Então, acabo lembrando da interação do meu irmão com o Philippe, a forma como eles estavam se divertindo juntos na nossa competição, o jeito carinhoso que o Philippe tratou o meu irmão, mesmo que nós sejamos inimigos, ele não foi grosso nem maldoso com meu maninho, muito pelo contrário! Ele foi super atencioso e amoroso com meu maninho.
Isso trouxe uma sensação estranha e muito boa em meu coração. Não sei dizer o que é, nem o que significa, mas foi uma sensação tão boa, eu me senti em paz em ver a interação dos dois.
Também teve a forma como a Kathe me tratou. Ela agiu como se eu fosse uma irmã mais velha pra ela, ou até mesmo uma namorada do Philippe. No começo, achei que ela não iria gostar que eu estivesse próxima de seu irmão, mas então, ela me surpreendeu em querer ficar conversando comigo e até a ser minha dupla na nossa gincana.
E agora, estou encantada por essa garota, pelas sensações boas que tive hoje e pela forma como esse dia que tivemos foi tão legal.
Não estou pronta pra me despedir deles. Nem pra encerrar esse dia maravilhoso e leve que eu tive.
É como se um peso tivesse saído de cima dos meus ombros no momento em que começamos a nos divertir juntos, mas infelizmente esse peso vai ter que voltar agora, e sinceramente não estou preparada pra isso.
Queria que esse dia durasse pra sempre, que essa leveza que eu senti hoje fosse eterna, que eu e o Philippe não fossemos inimigos e que nosso lance não fosse algo proibido e completamente casual.
Mas foi você mesma quem pediu isso! Agora quer ficar chorando as pitangas por ter apenas um lance com ele? Eu sei consciência!!! Estou uma pilha de nervos e nem sei o que está acontecendo comigo, talvez seja TPM ou carência.
— Bem, acho que tá na hora de irmos pra casa, maninho. — faço um carinho no rosto do Yago, enquanto ele bebe água.
— Ahhh que pena, tia Thata!!! A gente podia dançar mais um pouquinho, né?
— Desculpa, Kathe. Mas tá ficando tarde e temos que voltar pra casa.
— Mas... Mas o Lippe não dançou nenhuma vez!!!
— Por que você não dança com ele então?
— Porque eu tô cansada e com sede. E você não tá cansada, né?!
Que menininha espertinha!!! Bem, duas podem jogar desse jogo, vou falar algo que com certeza o irmão dela não vai concordar e assim, poderei ir embora e deixar esse dia apenas na lembrança.
— Bem, então se eu for dançar com o Lippe vocês ficam aqui quietinhos?
— Siiimm!!!!! — os dois ajudantes do cupido batem palmas. Coitados, vão ficar desanimados quando o Philippe não concordar com essa história.
Me levanto e me aproximo de Philippe, que está voltando do banheiro masculino e digo:
— Quer dançar?
— Uau! Thalita, a mulher mais marrenta que eu conheço está me chamando pra dançar? Claro que aceito!
Fico surpresa com sua resposta, esperava que ele não quisesse e preferisse voltar pra onde as crianças estão, ou até mesmo encerrar esse dia que tivemos.
Então, quando nos aproximamos da pista de dança, a música "Vejo Enfim a Luz Brilhar" do filme Enrolados começa a tocar.
Philippe segura minha mão direita, dando um beijo nela antes de me puxar para mais perto, colocando seu braço em minha cintura. Olho em seus olhos castanhos, me perdendo no brilho deles enquanto apoio meu braço esquerdo em seu ombro.
Dançamos lentamente ao som da música, algo que nunca imaginei que estaríamos fazendo. Mas que me traz uma sensação muito melhor do que a que senti esse dia.
Me aproximo e deito minha cabeça em seu ombro, apreciando a sensação de pertencimento ao estar dançando praticamente abraçada a ele. Uma sensação de estar em casa.
—Ela aqui, à luz das estrelas. Com ela que vejo quem eu sou. Ela que, me faz sentir que eu sei pra onde vou. — Philippe canta baixinho no meu ouvido, acelerando ainda mais meu coração com esse simples gesto, mas que é tão íntimo, que demonstra algo muito maior do que somos.
É como se fossemos realmente um casal, dançando lentamente ao som de uma música romântica de um filme infantil. Fecho meus olhos, tentando guardar esse momento na minha mente, em um pedido silencioso de que isso durasse pra sempre.
—Tudo é novo, pois agora eu vejo. É você a luz! — Philippe diz bem baixinho esse trecho da música.
O trecho final, que faz com que eu me levante e olhe diretamente nos olhos dele, tentando encontrar algo que demonstre que ele estava cantando esse trecho para mim.
Philippe tira sua mão de minha cintura, colocando em meu rosto e acariciando minha bochecha. Seus olhos desviam dos meus e começam a encarar minha boca.
Ele começa a se aproximar aos poucos, me deixando ansiosa que me beije logo, mas com medo de fazer qualquer movimento e quebrar o clima. Quando seu rosto está a centímetros do meu, ouço palmas e gritinhos animados.
— AAAA ISSO FOI TÃO ROMÂNTICO!!!!! — Kathe grita, batendo palmas, fazendo com que seu irmão se afaste de mim como se tivesse levado um choque.
— Bem, agora que todos já dançamos, hora de ir embora né?
— Ahhh que pena!!! Tava tão legal ver vocês dançando. Por que não dançam mais uma música?
— Não, Kathe. Tá tarde e a nossa mãe tá nos esperando em casa.
— Tá bom, Lippe, a gente vai logo então. Tchau tia Thata!!!
Ela me abraça apertado e eu retribuo o aperto, fazendo com que ela dê risada de estar recebendo um abraço de urso.
— Gostei de brincar com você, garoto!! Da próxima a gente ganha delas. — Philippe diz para meu maninho, enquanto eles se abraçam.
— Combinado, tio Lippe!!!
— Tchau, príncipe!!! Até a próxima!! — a Kathe diz ao meu irmão, dando um abraço nele em seguida
— Tchau, plincesa!!! Até depois!!!
Kathe segura na mão do Philippe, que me olha e sorri antes de dizer:
— Até a próxima, Thata.
— Até a próxima, Lippe. — digo e dou um sorriso.
Eles saem da baladinha em direção ao estacionamento, onde o carro dele está estacionado. Eu e meu maninho vamos em direção do nosso carro, parado na vaga ao lado da que Philippe parou.
E, antes de entrarmos em nossos carros, Philippe me olha e manda um beijinho de despedida.
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Amor Proibido
RomanceThalita, vulgo Perigosa, foi vendida ao dono do complexo do PPG aos 9 anos. Desde então ela foi criada por Caveira, treinando com os vapores para um dia se tornar a dona do PPG. Mas tudo muda em uma reunião das facções, onde ela conhece PH, um cara...