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Thalita

-Thalita, abra os olhos!!- escuto uma voz completamente distante- abre os olhos mandada!!!

Abro meus olhos me levantando com tudo do sofá, minha respiração tá completamente ofegante. Olho pro lado vendo o Lc agachado próximo de onde estava deitada

Começo a ter uma crise de choro, novamente tive esse pesadelo. Sempre tenho sonhos onde estou sendo torturada e morta por não entregar meu pai a quem quer que seja. Achava que esses pesadelos tinham acabado, mas pelo visto não

Lc, vendo meu estado, me abraça apertado, e eu me aconchego em seus braços, em busca de me acalmar. Os únicos que me acalmam quando tenho esses pesadelos são meu pai, o Lc e a Pietra. Nunca ninguém além deles conseguiu me acalmar.

Ficamos abraçados por alguns minutos até minha respiração voltar ao normal. Lc foi até a cozinha e depois de uns minutos voltou com um copo de água

-Aquele pesadelo de novo mandada?- Lc pergunta me entregando o copo d'água

-Sim, eu achava que estava livre deles, mas pelo visto não

-Tenta se acalmar que o pior já passou- ele diz passando a mão nas minhas costas, tentando me acalmar

-Que horas são?- pergunto olhando ao redor da sala

-20:30- Lc diz olhando em seu relógio de pulso. Arregalo meus olhos na mesma hora, é hoje que eu não durmo de madrugada

-Meu pai já chegou?- assim que pergunto, ouço a porta ser destrancada

-Aconteceu alguma coisa?- meu pai pergunta entrando em casa- por que tu tá com essa cara Thalita?

-Aconteceu de novo- Lc diz antes que eu abra a boca pra dizer algo

-Tu tá bem filha? Como foi dessa vez? Conseguiu vê o rosto?- meu pai me metralha com as mesmas perguntas que ele faz toda vez que tenho esses pesadelos

-Tô bem sim, foi a mesma coisa de sempre e não, não consegui ver o rosto de ninguém- digo enquanto pego um biscoito recheado no armário

-Bem, já que tu tá melhor do susto, vou ir descansar, teu irmão foi dormir na casa do Matheus- meu pai diz enquanto sobe as escadas

Meu pai sempre esteve aqui quando tinha esses pesadelos. Tudo começou após meu término com um muleke da pista

O playboy veio em um baile e nós ficamos. Depois disso começamos a ficar frequentemente. Um mês depois começamos a namorar, ele era um amor comigo, mas tudo mudou completamente na semana que teve uma invasão aqui no morro

Ele mostrou ser um boy lixo, me traia e me destratava. Até que em uma invasão da BOPE, eu o vi com o comandante, e ouvi ele chamar o comandante de pai. Então, descobri que estava sendo feita de palhaça, era tudo só pra ele se aproximar do meu pai e enfim acabar com o complexo.

Depois disso, fiquei arrasada, nunca consegui me envolver com ninguém, por medo de ser machucada novamente. A única pessoa que eu permito entrar na minha zona de conforto é o Lucas, já que ele me conhece o bastante, mas isso não quer dizer que ele não me magoe

Esses pesadelos começaram comigo sendo sequestrada, sempre no mesmo lugar. Depois, foram sendo assim, eu sendo agredida e morta de várias formas

-Vamos pro teu quarto q eu vou te fazer dormir- Lc diz me puxando pra escada

-Tu num vai conseguir me fazer dormir nem se cantar musiquinha de ninar!- digo entrando no meu quarto

-Não duvide da minha capacidade dona Thalitinha

-Num me chama de Thalitinha que eu odeio esse apelido- digo escovando meus dentes

-Ahh mais eu chamo sim, minha Thalitinha linda!!- Lc diz apertando minhas bochechas, fazendo com que eu cuspa um pouco de espuma na sua cara- deixa de porquice mandada, num sabia que eu tava no chiqueiro!

Mando dedo do meio pra ele e lavo minha boca. Assim que termino de me lavar, coloco meu pijama e deito na cama. Uns minutos depois, Lc aparece e deita ao meu lado, em seguida ele me coloca em seu peito, começa a fazer um cafuné e a cantar boi da cara preta tentando me ninar

-Tu sabe que num vai conseguir né?!- sussurro de olhos fechados enquanto escuto ele cantar

-Shiii, confia no pai que é sucesso mandada

Depois de um tempo ouvindo a maravilhosa voz do Lc no meu ouvido, apago não escutando mais nada

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora