(Erick na foto acima)☝️
Angelina
Já se passou alguns dias desde que minha mãe e eu saímos de casa. E de la para cá muito coisa mudou em nossas vidas, mas em nosso corações, a dor e a tristeza continuam intensas, como se nunca mais fosse passar. É difícil tentar recomeçar as nossas vidas em um lugar totalmente diferente do que nós estava acostumadas, e principalmente com a ausência de alguém. Eu sei que deveria ser grata por estar de baixo de um tento, mas ainda sim continua sendo difícil de aceitar. Durante esses dias, flavia e eu acabamos nos dando muito bem, apesar de sermos completamente diferente no jeito de ser. Ainda estou tentando me acostumar com a ideia de ter uma vó, desde que nascir, infelizmente não conheci nem uma de minhas avós, tanto materna e paterna.
Acordo por volta das sete horas da manhã, e vejo o quanto o dia está nublado, e fechado como a minha vida. Vejo flavia dormindo profundamente, enquanto pego o meu roupão. Provavelmente ela irá acordar bastante tarde como de costume, já que todos os dias ela chega em casa por volta das seis horas da manhã. Deixo a água morna cair sobre o meu corpo, sem molhar os meus cabelos. Faço minha higiene habitual, após desligar o chuveiro e saio do banheiro. Desde que cheguei nesse apartamento, nunca mais botei os pés na faculdade, e a resposta que dou para todos que me perguntam por mensagem sobre a minha ausência é a mesma, que no momento não tenho cabeça para isso.
Apesar de ser verdade, ainda é difícil dizer para todos que eu não tenho mais a minha vida de antes. Eu não sei se é vergonha ou medo do que as pessoas vão pensar, mas até o momento, ninguém sabe que precisei sair com minha mãe as pressas de casa. Após vestir uma roupa confortável, e pentear os meus cabelos, resolvo sair do quarto e ir para a sala, onde encontro minha mãe colocando algumas xícaras na mesa, com a tristeza estampada no rosto- Bom dia, minha filha. Sente-se para tomar café conosco - ela diz com um sorriso nos rosto
- Eu estou sem fome, mãe. -respondo fazendo ela soltar um suspiro e se aproximar de mim
- Eu sei que não é fácil viver uma nova vida ou perder alguém que nós tanto amamos. - diz olhando em meus olhos - Mas você precisa viver a sua vida. Se o seu pai estivesse aqui, com certeza iria dizer o mesmo. Você precisa levantar a cabeça e continuar. Precisa voltar para a faculdade, e continuar o seu sonho. Não está sendo fácil para mim também, mas por você eu continuo de pé até o fim. - dou um sorriso para ela fazendo retribuir de volta - Você vai tomar o seu café, vai se arrumar e ir para faculdade, pois eu não vou mais permitir que você desperdice a sua vida. - concordo com a cabeça com meus olhos lagrimejados.
Por mais difícil que seja concordar com minha mãe, ela está certa. Eu preciso dá continuidade na minha vida querendo ou não. Resolvo tomar café da manhã, com minha mãe e com a vó Antônia, e logo resolvo voltar para o quarto para me arrumar. Coloco uma calça jeans com uma bota de cano baixo, e uma camiseta. Faço uma maquiagem para disfarçar o inchado de minha cara, e logo pego minha bolsa com meus materiais, e saio do quarto.
- Para você ir e voltar de táxi. - minha mãe diz me oferecendo uma pequena quantidade de dinheiro em suas mãos.
- Não mãe. Eu preciso me acostumar com a nova rotina. Irei pegar um transporte público.
- Mas você nunca andou de transporte público.
- Sempre tem uma primeira vez.- falo com um sorriso fraco - Agora vou indo, até mais. - saio do apartamento e vou direto para o elavador.
Apesar de eu nunca ter andado de transporte público na vida, preciso aprender a me virar sozinha. Preciso colocar na minha cabeça que não tenho e não terei mais a minha vida de antes. E esse é o primeiro passo para aceitar a minha mais nova rotina. Após sair do prédio, vejo uma placa sinalizando onde fica a estação de metrô, e resolvo seguir as instruções. Vou até a máquina mais próxima, e compro um cartão de metrô. Ultilizo o cartão para liberação da catraca e logo vou até o trem, onde já estavam todos entrando. Sei que não será nada fácil viver essa minha nova rotina, mas preciso seguir firme pela minha mãe. Após alguns minutos, desço na primeira estação, e vou em direção a saída. Fico completamente perdida sem saber para onde fica a faculdade, e quando pego o meu celular para saber a localização, vejo o meu celular completamente descarregado.
- Era só o que me faltava. - Reclamo em voz alta, sem acreditar que isso esteja acontecendo.
- Angelina? - ouço uma voz conhecida atrás de mim fazendo eu virar rapidamente
- Erick? - com um sorriso no rosto digo o seu nome. - É você mesmo? - pergunto, sem acreditar
- Em carne e osso - ele solta um dos seus melhores sorriso fazendo ir até ele e abraço-lo
- O que você está fazendo aqui? Quando chegou?
- Cheguei faz poucos dias. - me responde, olhando fixamente -Eu...soube o que aconteceu com o seu Carlos, eu sinto muito. - Lamenta fazendo o meu sorriso sumir
- Obrigada. - ele percebe a tristeza em meu olhar e logo muda de assunto
- Para onde está indo?
- Para faculdade, mas...eu acho que me perdi
- Para faculdade sozinha? - pergunta com o seu olhar surpreso
- É uma longa história.
- Certo. Enquanto eu levo você até a faculdade de carro, você me conta essa longa história. - concordo com a cabeça e logo vamos até onde o seu carro está estacionado.
Erick tem vinte e três anos, é alto, tem cabelos lisos da cor castanhos, olhos pequenos, e é o unico irmão de Emily. Foi embora para o Estados Unidos para estudar direito. E apesar dele ser irmão de Emy, os dois não se dão muito bem, pois suas personalidades são completamente diferente. Quando éramos pequenos, nossos pais diziam que quando completassemos a maior idade iríamos nos casar, mas tudo isso não passou de uma pequena história pois os nosso sentimentos sempre foi de irmãos.Vejo ele parar o seu carro em frente a faculdade, bem a tempo da primeira aula.
- Muito obrigada. Você me salvou. - agradeço enquanto tiro o cinto de segurança
- De nada. Passamos o caminho falando de mim que acabamos não falando o porque você está sem motorista.- comenta fazendo eu ficar sem jeito e sem coragem de falar.
- Podemos conversar outro dia? já que agora estou bastante atrasada para a minha aula.
- Certo, ligarei para você mais tarde.
- Eu aguardo, obrigada. - saio do carro o mais depressa possível, e aliviada por não ter falado nada. Vou em direção a entrada da faculdade, e comprimento com um sorriso no rosto alguns colegas meus. E assim que me aproximo da minha sala, ouço um dos diretores me parar no caminho.
- Senhorita Angelina, poderia me acompanhar até a direção, por favor?
- Claro - sem entender o respondo e sigo ele até a direção.
- Sente-se por favor - ele diz após entrarmos na sala - Bom, desde que você chegou em nossa instituição, vimos o quanto você é uma menina esforçado com maravilhosas notas ,porém, notamos a sua ausência nesses últimos dias.
- Sim. Eu...não estava me sentindo bem nos últimos dias
- Soubemos o que aconteceu com o seu pai, e em nome de toda a direção lamento muito pelo ocorrido. Mas a questão é que nesses últimos dias, a sua mensalidade ficou atrasada, e você não entrou em contato para efetuar o pagamento. - diz me olhando sério - Eu sei que você não está nos seus melhores momentos mais..você precisa efetuar o pagamento para dar continuidade as suas aulas.
- Com tudo que aconteceu, acabei esquecendo completamente -digo pensativa e sem jeito - Eu..eu irei conversar com a minha mãe para efetuar o pagamento o mais rápido possível.
- Ok, mas enquanto isso você só poderá assistir as suas aulas quando o pagamento for efetuado.
- Está me dizendo que eu não posso assistir as aulas hoje?
- Somente se você não efetuar o pagamento hoje, caso ao contrário.
- Terei que ir embora - completo fazendo ele apenas concordar com a cabeça. -Por favor, me deixe assistir às aulas hoje, você sabe que sempre paguei as mensalidades adiantadas. - peço completamente desesperada
- Eu sinto muito, mas são as regras da faculdade. - sem dizer mais nada, me levanto da cadeira e vou em direção a saída. Com tudo que aconteceu em tão pouco tempo em minha vida, esqueci completamente da minha mensalidade, e agora não sei o que fazer, já que minha mãe e eu não temos dinheiro para quase nada.
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Minha Obsessão
RomanceAngelina Rodriguez, uma jovem portuguesa de apenas 18 anos que se encontra perdida ao lado de sua mãe após o falecimento de seu pai. Sem condições de manter sua tão sonhada faculdade, Angelina vai a procura por um emprego na intenção de se sustentar...