Capitulo 55

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Angelina

Sabe quando você está com sono e tenta dormir de todo jeito, mas não consegue? Pois é, há algumas horas estou tentando dormir, mas a minha cabeça não deixa. Sinto minha consciência pesada depois de ter me entregado a Caio, sabendo que ele está com a minha mãe. O erro que cometi me atormenta, fazendo-me entender que aqui não é o meu lugar, que continuar morando com eles não irá dar certo. E que preciso urgentemente ficar longe deles, já que não consigo encarar a minha própria mãe.

Levanto-me da cama, pego uma mochila e começo a colocar algumas roupas dentro. Coloco apenas o mais necessário, como roupas do dia a dia e meus materiais da faculdade. Visto-me com uma roupa de frio, devido à madrugada estar fria, e saio do quarto cuidadosamente. Desço todas as escadas em silêncio e saio de casa. Certifico-me de que não há nenhum segurança à vista e saio correndo pelo jardim em direção ao enorme portão. Passo por ele e, assim que chego à rua, vejo um táxi se aproximar. Sem perder tempo, faço sinal, fazendo com que ele pare em minha frente. Dou o endereço para o motorista, indicando para onde quero ir, e logo ele segue o caminho.

Durante o caminho, mando uma mensagem para minha mãe, informando o motivo do meu sumiço, para não deixá-la preocupada; porém, não informo para onde estou indo. Desligo o meu celular, pois imagino que, ao acordar, com certeza ela irá me ligar, mas preciso de um tempo longe para pensar. Após alguns minutos, chego em frente ao prédio, pago o motorista e entro no edifício. Passo pela recepção sem me comunicar, já que não havia ninguém, e entro no elevador. Depois de alguns segundos, o elevador se abre, me fazendo sair, e logo aperto a campainha, mesmo sabendo que ele pode estar dormindo. E, quando ia apertar mais uma vez, a porta se abre.

— Angelina? —  Erick diz com o seu olhar surpreso ao me ver

— Desculpa o horário, mas será que posso passar alguns dias aqui com você? — pergunto a ele, enquanto percebo a sua cara de sono, e bastante espantado ao me ver — É só por alguns dias, prometo que não vou te incomodar.

— Você não me incomoda em nada. Entrar, por favor — pede gentilmente, liberando a passagem para mim entrar. Ele fecha a porta, enquanto vou em direção ao seu sofá.— O que aconteceu? Por que não me ligou para que eu a buscasse? — pergunta, me deixando em silêncio. — Se não quiser responder, tudo bem.

— Não, eu quero. — falo para que ele não desconfie de nada — Eu...eu sair de casa, preciso ficar alguns dias fora porque....porque eu me sinto uma intrusa morando com minha mãe e o..namorado dela. — falo o deixando surpreso.— Sinto que estou os atrapalhando, que preciso dar um rumo em minha vida.

— Com certeza sua mãe não sabe que você está aqui, não é mesmo?— pergunta e eu apenas concordo com a cabeça — Mas você vai dizer a ela onde está né?

— Sim. Mas só preciso de um tempo, só isso.

— Claro, eu entendo. — fala e solta um leve sorriso — Você pode ficar o tempo que quiser aqui — diz gentilmente — Vem, vou levar você para o quarto, para ficar mais a vontade.

— Não. Eu não quero atrapalhar você. Eu posso muito bem dormir aqui no sofá.

— E você acha mesmo que eu a deixaria dormi ai? — pergunta, eu apenas balanço a cabeça que não. — Vem, deixa que eu durmo no sofá. — Érick pega a minha mochila, e me leva em direção ao seu quarto. Ao entrar, percebo que a sua cama está bastante bagunçada, obviamente porque estava dormindo.— Fica a vontade.

— Obrigada, de verdade. Muito obrigada.

— Amigo é para isso. Para ajudar nos momentos em que mais precisa. — fala, soltando um lindo sorriso, enquanto me olha com um olhar doce.

— Você não precisa dormir no sofá, pode dormir na cama também.

— Tem certeza?

—  Tenho sim. — Seria demais deixar o dono do apartamento dormir no sofá, justo no momento em que me estendeu a mão. Enquanto Erick dar uma arrumada na cama, tiro a minha roupa de frio, e o meu tênis. Vou para um lado da cama, enquanto ele vai para o outro. Me deito, e me aconchego em sua cama macia

— Se você precisar de alguma coisa é só me chamar — me comunica, fazendo eu apenas convidar com a cabeça, e logo me viro para dormir. E após longos minutos pensando em exatamente tudo que aconteceu, acabo caindo no sono.

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No dia seguinte, acordo de manhã com certa dificuldade, ao perceber que já havia clareado. Sem ter a menor noção do horário, noto que Erick não está mais ao meu lado na cama. Sentindo-me extremamente cansado, como se estivesse há anos sem dormir, levanto-me e me dirijo ao banheiro. Jogo água no meu rosto e realizo minha higiene habitual. Deixo o quarto em busca de Erick e, ao entrar na sala, dou de cara com ele, chegando todo arrumado.


— Bom dia. — falo sem jeito, e meia envergonhada por ter chegado no meio da madrugada.

— Boa tarde você quis dizer né? — diz com um leve sorriso no rosto.

— Como assim boa tarde? — digo assustada

—  É mais de meio dia. Automaticamente já é tarde. — fala, me deixando desesperada ao saber do horário.

— Perdi completamente a noção da hora — falo sem jeito. Provavelmente nesse horário minha mãe já deve estar desesperada a minha procura. Ouço um celular tocar vindo da direção de Erick, e logo ele tira o celular do bolso, para ver quem está ligando.

— É a sua mãe... — fala, fazendo o meu corpo congelar. — Quer atender? Ela deve estar preocupada e precisa saber que você está bem. — Mesmo eu precisando de um tempo, Erick está certo. Ela precisa saber que eu estou bem. Concordo com a cabeça concordando, e logo ele me passa o seu celular.

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