Capitulo 60

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Angelina

Há dezoito anos, minha mãe nunca deixou de comemorar o meu aniversário. Ela e o meu pai sempre fizeram questão de todos os anos fazerem uma festa e chamarem os amigos mais próximos para esse dia. E por isso, preferia não ter nem um tipo de comemoração, pois a ausência do meu pai, ainda dói bastante. Vejo minha mãe entregar o bolo para uma das funcionárias, e logo vem até mim, e me abraça. Comemorar era o que eu não queria, mas como já está tudo pronto, é melhor não dar uma de ingrata, e simplesmente aceitar.

— Não precisava disso tudo, mãe — falo sem jeito, enquanto abraço.

— E deixar o seu aniversário passar em branco? Negativo. Você sabe que nós nunca deixamos de comemorar o seu aniversário, e não seria esse ano que seria diferente — fala toda alegre. — Vamos só esperar Caio chegar.

— Não seja por isso, já estou aqui— ouço a voz de Caio vindo da direção da porta, chamando toda a nossa atenção. Vejo ele todo arrumado, provavelmente acabou de sair do seu trabalho, enquanto se encaminha em minha direção com uma pequena sacola. — Isso é para você, espero que goste — diz erguendo a sacola em minha direção. Por educação, pego a sacola de sua mão

— Obrigada — Agradeço sem jeito.

— Abre, filha. Vamos ver o que Caio lhe deu —  Minha mãe diz, fazendo eu não ter outra saída. Abro a sacola preta de papel, e tiro de dentro uma caixa preta aveludada, aparentemente de jóias. Abro a pequena caixa e fico em choque ao me deparar com um par de brincos, e um colar de ouro rosa com diamante.

— Isso é de ouro rosa com diamante? — minha mãe pergunta, com sua boca entre aberta, sem acreditar.

— Sim. — Caio confirma, me deixando surpresa, sem saber o que dizer.

— Eu..eu não posso aceitar. Essas jóias são muitas caras. Não posso aceitar. — falo nervosa

— Angelina tem razão, ela não pode aceitar uma jóia dessa — diz enquanto percebo o seu olhar estranho.

— Por que não? É apenas uma jóia, não tem nada de mais.

— Uma jóia cara. —minha mãe o responde.

— Que não vai fazer nem uma diferença no meu bolso — diz seriamente — Por favor, aceite — pede, olhando para mim. Olho para minha mãe, sem saber o que fazer e logo ela acena com a cabeça.

— Tudo bem, obrigada. — digo, ainda surpresa com o presente.

— De nada — diz sorrindo para mim. Um sorriso diferente, aparentemente verdadeiro, e sem nem uma maldade, como nunca vi antes. — Bom, vamos cantar o parabéns?

Com um clima estranho que ficou ao ganhar o presente de Caio, seguimos em direção à mesa de jantar, onde a funcionária deixou o bolo, acompanhado de alguns doces finos e salgados. Na companhia de alguns funcionários, cantamos parabéns. Dou o primeiro pedaço de bolo para a minha mãe e deixo que ela sirva Caio. Após comermos, agradeço à minha mãe pela festa surpresa e resolvo subir para o meu quarto. Ao entrar, tomo um banho com direito a lavagem de cabelo. Saio, coloco uma calça de moletom e uma pequena blusa que cubra apenas o meu peito, e ponho um casaco por cima. Enquanto assisto a um filme para me distrair, percebo as horas passarem e bate uma louca vontade de assaltar a geladeira, que provavelmente deve estar cheia de doces que sobraram.

Saio do meu quarto sem fazer barulho. Desço as escadas e percebo que as luzes estão todas apagadas. Vou em direção à cozinha e acendo apenas uma luminária, pego um pratinho e vou até a geladeira. Coloco alguns doces no prato e uma fatia de bolo, e assim que viro para me retirar, me assusto ao dar de cara com Caio, vestido com uma calça de moletom, e uma simples camiseta, deixando seus braços musculosos àmostra.

— Assaltando a geladeira? — pergunta com um leve sorriso no rosto — Pensei que seria o único que fosse ter essa ideia. — diz, enquanto pega um pequeno prato.

— Pelo visto não né? — respondo, sem dar muita confiança. Ele vem na minha direção, fazendo com que eu me afaste um pouco. Observo ele pegar uma fatia de bolo com alguns doces, e logo fecha a porta da geladeira.

— Está precisando de alguma coisa? — pergunta ao me vê observando.

— Nao. Eu..só quero dizer que não precisava ter me dado uma jóia daquela.

— Por que? Achei que tinha gostado — diz enquanto degusta o bolo em pé mesmo

— Gostei, só que....imagino que deve ter sido caro.

— O valor para mim é o de menos. O que importa é que você gostou, só isso. — Fala, olhando profundamente em meus olhos, mas com uma certa distância do meu corpo. — Quer me fazer companhia na mesa?

— Não. Eu vou comer no meu quarto. — Respondo, rapidamente fazendo ele apenas concordar com a cabeça. Viro de costas para ir em direção a escada, mas acabo aceitando em lhe fazer companhia. E assim que viro de volta, deixo o prato cair de minhas mãos ao esbarrar em Caio que estáva atrás de mim — Me desculpa, eu não vi você.  — Falo enquanto tento  limpar a sua camiseta, porém, quanto mais passo a mão, mais suja fica. Vejo ele tirar a sua camisa, me deixando desesperada, com medo que alguém apareça. — O que você está fazendo? Coloque-a de volta — falo nervosa, mas sem tirar os meus olhos do seu abdômen, que deixa a minha perna bamba.

— Calma, eu tirei porque você a sujou, só por isso. — diz e percebe no quanto estou nervosa — Por que a sua respiração está ofegante?

— Que ofegante? Não estou ofegante, estou normal— falo enquanto tento disfarçar

— Posso estar errado, mas sinto que você está nervosa — fala me observando. Sinto a mesma sensação que senti quando fiquei com ele pela última vez, fazendo eu sacudir a cabeça em sentido negativo.

— Eu vou embora, vou subir para o meu quarto. — falo, mas sinto como se o meu corpo estivesse colado ao chão, impedindo que eu o mexa. Caio se aproxima de mim, e olha detalhadamente para cada parte do meu rosto.

— Vai, eu não estou impedindo você — fala me olhando seriamente.  Mas algo dentro de mim acabando sendo mais forte que eu, e não consigo resistir a sua boca, e o beijo perdidamente. Caio retribui aos meus beijos, me carrega, e me coloca sentada em cima da mesa. Suas mãos deslizam sobre o meu corpo, e me ajudam a tirar o meu casaco.  Sua boca percorre o meu pescoço, me fazendo morder os meus lábios. Quando sinto suas mãos quererem percorrer a minha parte íntima, paro imediatamente após minha mãe vim em meus pensamentos. — Por que você parou? - Ele pergunta com sua voz ofegante. Sem dizer absolutamente nada, apenas pulo da mesa, e saio às pressas da cozinha com medo que alguém tenha nos visto.

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