Capítulo 2

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Angelina

Ninguém nunca está preparado para perder alguém próximo, principalmente aquela pessoa especial, que só te trouxe alegria, felicidade, e que sempre fez de tudo por você. Perder o homem que sempre fez de tudo por mim, o homem que me ajudou a ser quem eu sou hoje, e me ensinou a nunca desistir dos meus sonhos, está sendo a pior dor que já sentir durante a minha vida. Meu pai, sempre foi um homem de um coração enorme, bondoso, que sempre fez de tudo para que todos ao seu redor se sentindo bem. Eu nao aceito que isso tenha acontecido justo com ele, uma pessoa que nunca fez mal a ninguém, que sempre ajudou todos. Perder a sua vida em um trágico acidente? Isso não é justo, a vida não é justa. Por que isso tinha que acontecer? Por que a vida tem que ser assim?

Após apagar nos braços de minha mãe, fui levada rapidamente para o hospital mais próximo da faculdade. O impacto da notícia foi tão forte, que fez a minha pressão abaixar e me levar ao desmaio. Me deixando apenas algumas horas em observação, para logo após ser liberada. Desço do carro com minha mãe, vestida toda de preto e um óculos escuros. Vejo algumas pessoas conhecidas, como alguns funcionários, e alguns amigos próximos do meu pai, como os pais de Emy, ao lado dela. Eles me  cumprimentam, e por ainda esta  em estado de choque, e sem acreditar que isso seja real, acabo não conseguindo responde-los. É como se somente o meu corpo estivesse  no enterro do meu pai, e a minha alma tivesse subido junto com a dele.

Olho fixamente para o caixão do meu pai, totalmente paralisada, sem mover nem uma parte do meu corpo. Vejo descerem o caixão lentamente na quela maldita cova, e assim que os vejo jogando terra em cima, sinto o meu corpo despertar e o desespero tomar conta de mim, fazendo eu me jogar em cima do caixão dele.

— NAO, POR FAVOR, NÃO. NAO ENTERRA ELE POR FAVOR — suplico em meio ao desespero, chorando execivamente, fazendo as pessoas ao meu redor ficar me olhando com dó. — NÃO TIREM O MEU PAI DE MIM, POR FAVOR — com lágrimas nos olhos, e sem me importar com absolutamente nada. Sinto ser puxada por alguns homens e ser levada, para onde o carro esta estacionado. Vejo dona Vera, a governanta da minha casa, entrar com um copo de água para mim.

— Toma menina, beba, beba que você vai se sentir melhor — Ainda chorando muito, dona Vera me ajuda colocar o copo de água em direção a minha boca, fazendo eu beber rapidamente todo o copo de água. Após alguns minutos querendo sair do carro, para não deixar  enterra o meu pai naquele maldito buraco, sinto o meu corpo relaxar, e uma calmaria tomar conta de mim, e quando eu menos percebo acabo pegando no sono.

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Mexo o meu corpo, e sinto está em um lugar macio, abro os meus olhos lentamente, e me vejo em meu quarto. Olho para as minhas vestimenta e me vejo com um dos meus pijamas em meu corpo. Mas espera, como eu vim parar aqui? Não me lembro de ter trocado de roupa e muito menos, ter me banhado, já que os meus cabelos estavam úmidos. Me levanto da cama, e sinto como se tivesse dormido por longas horas, e tido um sono super profundo. Abro a cortida do meu quarto, e vejo que ja é noite, fico totalmente perdida no tempo, sem saber a hora, e assim que encontro o meu celular vejo o mesmo descarregado. Coloco ele para carregar, e resolvo sair do meu quarto, em busca de resposta para saber como vim parar em minha casa. Passo no quarto de minha mãe e acabo não a encontrando, vou em direção a cozinha, e no momento em que estava passando próximo da sala, começo a ouvir vozes, vozes conhecida, como a de minha mãe, e de Daniel, o advogado da família, conversando.

— Angela, eu preciso que você seja forte para o que eu vou lhe dizer. Preciso lhe dar uma notícia nada agradável. — percebo a seriedade em sua voz

— Mas do que a morte do meu marido? Eu acho impossível — minha mãe diz com a sua voz de tristeza

— Bom, você sabe que eu e a contadora Laís, sempre cuidamos de tudo sobre a empresa. E sempre ficamos a pá de tudo que acontece..— me aproximo da sala para escutar melhor, sem que eles me vissem.

— Sim, sempre confiamos plenamente em vocês dois.

— Então, mas tem algo que você não sabe. Essa viagem do Carlos, não era só a trabalho..— fala fazendo eu ficar mas curiosa, e ficar atrás da porta que estava entre aberta, fazendo eu vê-los conversar perfeitamente. — Carlos viajou para tentar salvar a empresa de vocês que está....a falência.— Vejo minha mãe arregalar os seus olhos e se levantar, sem acreditar.

— O que? Não, claro que não. Meu marido jamais esconderia algo tão sério de mim. — diz com sua voz trêmula — Você com certeza está inventado para me passar a perna para ficar com tudo..-diz bastante nervosa

— Ouça bem, eu trouxe todos os papéis das dívidas que o seu Carlos deixou. —ele abre a sua pasta e coloca vários papéis na mesa. Vejo minha mãe pegar-los e começar a ler.

— Não, isso não pode ser verdade. —lágrimas escorrem sobre o seu rosto enquanto vai pegando cada papel.— Co-como surgiu tantas dívidas assim? Como eu vou pagar tudo isso?

— Agora vem a pior parte, é difícil mas não há outra saida..— ele fala olhando seriamente para a minha mãe. — A única solução de você e sua filha sair dessa, é vender a empresa, em um valor abaixo do mercado.

— O QUE? — por impulso, falo chamando a atenção deles, fazendo ambos ficarem surpresos com minha presença — NÃO — falo indo até eles..— NINGUEM VAI VENDER A EMPRESA DO MEU PAI, NINGUEM — digo firme encarando o advogado Daniel.— O meu pai deu a vida por essa empresa, e eu não vou permitir que alguem venda tudo que ele construiu.

— Meu amor, calma, nós vamos arranjar uma outra solução. — minha mãe diz tentando me acalmar.

— Me desculpem, mas não há outra solução.  Vocês precisam vender a empresa para pagar todas dívidas, ou eles vão fazer de tudo para tirá-la de vocês em troca do que devem — fala me deixando assustada.

— Ma-mas a empresa é tudo o que a gente tem. Como vamos viver sem ela? Como vamos nos sustentar? — pergunto com medo

— Eu não sei.  Eu só estou fazendo o meu trabalho e sugerindo a melhor escolha. Eu sinto muito. — caiu sentada no sofá sem saber o que fazer. A empresa é tudo que nos resta, meu pai se dedicou demais para te-la, não é justo vende-la de uma hora para outra. Mas se não vender, como vamos pagar essas dívidas? Os funcionário que não são poucos? Me vejo desesperada, não encontrando nem um caminho, há não ser, vende-la.

— Me desculpe, meu amor, mas não temos alternativa — lamenta minha mãe ao secar suas lágrimas. — Eu sei que vender uma empresa não é algo simples. Sei que pode levar muitos meses, até mesmo anos. Você acredita que essas pessoas esperariam todo esse tempo?

— Nesse caso, não se preocupe. Já tenho um comprador. Ele prefere manter sua identidade em segredo, só precisa de uma resposta.

É inacreditável que tudo isso esteja acontecendo. Sinto minha vida transformar-se em menos de vinte e quatro horas. Parece um verdadeiro pesadelo do qual logo acordarei e encontrarei meu pai em casa, cuidando da nossa empresa, como sempre fez.


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